A questão coreana voltou ao ponto em que o
general McArthur a deixou: ao momento nuclear. A conjuntura regional é que
mudou. E muito. Indiferente a essas mudanças, Pyongyang colocou agora Tóquio
perante uma inevitável decisão estratégica: a adopção do nuclear. Coisa que
nada agrada à China...
Washington
rejeitou a McArthur (em 1951) o uso da força nuclear proposta pelo general. A
medieval monarquia comunista norte-coreana (medieval mas com armas
nucleares...) recolocou agora o uso do nuclear em cima da mesa, obrigando o Japão
(e a Coreia do Sul) a ponderar a inevitabilidade da nuclearização das suas
Forças Armadas.
Para o Japão, chegou a hora do nuclear, como já avança o “GrEaT sAtAn'S gIrLfRiEnD”: “it is time for North
Korea’s neighbors to acquire their own nuclear deterrents, with America’s
blessing.
“Unfortunately, too many American officials, political figures and
pundits believe that all forms of nuclear proliferation are equally bad. That
is not true, and in any case, nuclear proliferation is already far advanced in
Northeast Asia. When China, governed by a dictatorial regime, and North Korea,
a bizarre communist monarchy, already have nuclear weapons, it is misplaced to
fret about stable, status quo–oriented democracies such as South Korea and
Japan possessing modest nuclear deterrents.”
A ‘narrativa’ dos
media ‘mainstream’ tem sido a de saber se “o louco do Trump vitrifica ou não os
malucos da Coreia do Norte”. E à volta disto têm andado. É evidente que esta é
a forma menos inteligente de pôr a questão e a menos relevante. As decisões
estratégicas de Pyongyang têm, obviamente, consequências. E pesadas. A
nuclearização do Japão (e da Coreia do Sul) é uma delas. E que nada agrada a Pequim, ou seja, ao “padrinho”
chinês da líderança norte-coreana...
Num pensamento
típico do jogo de Go, até parece que o verdadeiro alvo de Pyongyang não é o
alvo anunciado (Washington) mas sim um alvo dissimulado (Pequim) que, neste jogo, só tem perdido a
face (mostrando incapacidade para controlar o seu aliado...) e acumulado
surpresas tão desagradáveis como esta da (inevitável mas não-linear...) nuclearização dos seus
vizinhos japoneses e sul-coreanos.
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