quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Coreia: O Japão a Nuclearizar-se...



A questão coreana voltou ao ponto em que o general McArthur a deixou: ao momento nuclear. A conjuntura regional é que mudou. E muito. Indiferente a essas mudanças, Pyongyang colocou agora Tóquio perante uma inevitável decisão estratégica: a adopção do nuclear. Coisa que nada agrada à China...  




Washington rejeitou a McArthur (em 1951) o uso da força nuclear proposta pelo general. A medieval monarquia comunista norte-coreana (medieval mas com armas nucleares...) recolocou agora o uso do nuclear em cima da mesa, obrigando o Japão (e a Coreia do Sul) a ponderar a inevitabilidade da nuclearização das suas Forças Armadas.

Para o Japão, chegou a hora do nuclear, como já avança o “GrEaT sAtAn'S gIrLfRiEnD”: “it is time for North Korea’s neighbors to acquire their own nuclear deterrents, with America’s blessing.

“Unfortunately, too many American officials, political figures and pundits believe that all forms of nuclear proliferation are equally bad. That is not true, and in any case, nuclear proliferation is already far advanced in Northeast Asia. When China, governed by a dictatorial regime, and North Korea, a bizarre communist monarchy, already have nuclear weapons, it is misplaced to fret about stable, status quo–oriented democracies such as South Korea and Japan possessing modest nuclear deterrents.”

A ‘narrativa’ dos media ‘mainstream’ tem sido a de saber se “o louco do Trump vitrifica ou não os malucos da Coreia do Norte”. E à volta disto têm andado. É evidente que esta é a forma menos inteligente de pôr a questão e a menos relevante. As decisões estratégicas de Pyongyang têm, obviamente, consequências. E pesadas. A nuclearização do Japão (e da Coreia do Sul) é uma delas. E que nada agrada a Pequim, ou seja, ao “padrinho” chinês da líderança norte-coreana...

Num pensamento típico do jogo de Go, até parece que o verdadeiro alvo de Pyongyang não é o alvo anunciado (Washington) mas sim um alvo dissimulado (Pequim) que, neste jogo, só tem perdido a face (mostrando incapacidade para controlar o seu aliado...) e acumulado surpresas tão desagradáveis como esta da (inevitável mas não-linear...) nuclearização dos seus vizinhos japoneses e sul-coreanos.

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