quarta-feira, 31 de julho de 2019

Taiwan, a Outra China


A ‘Conflits’, revista francesa de geopolítica, e o site ‘Terra Bellum’ propõem um vídeo sobre a história e a geopolítica de Taiwan. São 8 minutos que concentram um vastíssimo e bem organizado conhecimento da matéria. Pena é que se tenham "esquecido" de como Taiwan (até então uma ilha isolada) é integrada, pelos Portugueses, na "primeira globalização", nos inícios do século XVI.




domingo, 28 de julho de 2019

Twilight of the Elites...

"A passionate account of how the gulf between France’s metropolitan elites and its working classes are tearing the country apart

Christophe Guilluy, a French geographer, makes the case that France has become an “american society”—one that is both increasingly multicultural and increasingly unequal. The divide between the global economy’s winners and losers in today’s France has replaced the old left right split, leaving many on “the periphery.”

As Guilluy shows, there is no unified French economy, and those cut off from the country’s new economic citadels suffer disproportionately on both economic and social fronts. In Guilluy’s analysis, the lip service paid to the idea of an “open society” in France is a smoke screen meant to hide the emergence of a closed society, walled off for the benefit of the upper classes. The ruling classes in France are reaching a dangerous stage, he argues; without the stability of a growing economy, the hope for those excluded from growth is extinguished, undermining the legitimacy of a multicultural nation."



sábado, 27 de julho de 2019

Tunísia: Morte do Presidente Abre a Porta ao Caos Político


A morte do presidente Béji Caïd Essebsi, da Tunísia, aos 92 anos, ameaça desestabilizar ainda mais a África islâmica e mediterrânica. O velho berbére, primeiro presidente democraticamente eleito no país que iniciou o movimento das mal chamadas “primaveras árabes”, foi até agora o dique que susteve a vaga árabo-islamista.


Homem de confiança do presidente Bourguiba (o líder da independência da Tunísia), Béji Caïd Essebsi ocupou as pastas estratégicas dos ministérios do Interior, Defesa e Negócios Estrangeiros e foi ainda presidente do Parlamento.


Afastou-se, porém, em 1991, recusando a sua colaboração ao sucessor de Bourguiba, o presidente Ben Ali. Vinte anos depois, aquando da insurreição popular de 2011, regressou para organizar o ‘containment’ do assalto islamista ao Estado.

Primeiro-ministro durante o ano de 2011, cria em seguida um novo partido, o Nidaa Tounes, para se bater com o bem organizado, estruturado e financiado partido islamista Ennahdha. 


Em Dezembro de 2014, Béji Caïd Essebsi é eleito, na segunda volta, com 56%, presidente da Tunísia. A 25 de Julho, na sequência de uma “indisposição súbita”, Essebsi terminou a sua missão de Estado, no hospital militar de Tunis.



Com 12 milhões de habitantes, em 163.000 Km2, entre o mar Mediterrâneo e o deserto do Sahara, a Tunísia está “entalada” entre uma Líbia em decomposição acelerada e uma Argélia a que só o peso da hierarquia militar impede de soçobrar no caos. O desaparecimento do presidente Essebsi acontece no pior momento, tanto para a Tunísia como para a região e mesmo para os vizinhos europeus, como Portugal...



Escalada de Tensão no Golfo Pérsico


A Geopolitical Futures mostra a escalada de tensão que ameaça "disruptar" uma via estratégica para o abastecimento energético global...

clicar na foto para a aumentar

A Timeline of Tensions in the Persian Gulf

Every day, roughly one-third of the world's seaborne oil flows through the Strait of Hormuz, a chokepoint connecting the Persian Gulf with the Gulf of Oman and the Arabian Sea. But mounting tensions threaten to disrupt traffic through the strategic waterway.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Nuclear, Irão e Guerra de Informação


O negócio nuclear iraniano

16 Julho, 2019 | Paulo Casaca, em Bruxelas | Tornado

A lógica fundamental do acordo nuclear iraniano é a mesma dos que foram feitos com a Coreia do Norte nas últimas décadas: em troca de compromissos pouco sólidos e de verificação nebulosa, os Estados Unidos e a comunidade internacional financiavam o infractor das regras internacionais anti-proliferação.


A campanha de desinformação

Foi a 5 de Maio de 2006 que David Samuels publica no ‘New York Times Magazine’ o mais notável trabalho de reportagem jornalística que eu já li na vida e que tenho citado muitas vezes, mas não as suficientes dado o silêncio geral a que ele tem sido submetido.

Na esteira dos clássicos do epígono do jornalismo de investigação/reportagem/entrevista Bob Woodward (consagrado pelo Watergate), David Samuels ultrapassa-o em rigor e oportunidade.

No centro da investigação, Ben Rhodes – vice conselheiro de Segurança Nacional para as comunicações estratégicas – cargo e personagem de que, antes da publicação desta peça, a generalidade dos mortais (eu incluído) ignorava a existência e mais ainda o lugar central que desempenhou no negócio nuclear iraniano de 2015.

Nas palavras do responsável pelas ‘comunicações estratégicas’ esteve a montagem pela Administração Obama de uma ‘Câmara de Eco’ que reproduziu a propaganda iraniana e que consistiu na generalidade da imprensa internacional. Em trabalho de investigação que eu realizei sobre as contas de Twitter de Ben Rhodes e uma das suas adjuntas foi possível identificar as mensagens de propaganda iraniana que Rhodes identificou como ‘Câmara de Eco’. Elas incluem a generalidade da imprensa anglo-saxónica’ tida como ‘de referência’.

A reportagem de Samuels – sendo muitíssimo boa – para à porta da questão essencial que é a de saber quem pagou a montagem de uma campanha desta natureza que terá certamente sido multimilionária, e aqui, para além de algumas generalidades, Samuels apenas consegue obter de Rhodes a seguinte lista: (1) ‘Ploughshares Fund’ (2) Projecto Irão e (3) anónimos.

Sendo as duas primeiras fontes facilmente identificadas como pilares financeiros do regime iraniano nos EUA, creio, tal como Samuels, que a colossal dimensão da campanha de desinformação iraniana terá que ter contado com apoios suplementares, sobre os quais tenho hipóteses mas não tenho certezas.

O que me parece deveras significativo é que a Administração Trump, que como sabemos denunciou o negócio nuclear, nunca se tenha dado ao trabalho de mandar investigar essas anónimas contribuições, o que suponho só se pode explicar pelo facto dessas contribuições anónimas serem oriundas do ‘big-business’ que provavelmente tanto financiou os negócios iranianos de Obama como financiou os concorrentes e possíveis sucessores (a começar por Donald Trump) justamente para se precaver de investigações desse tipo.

Quer isto dizer que sem capacidade independente de investigação nunca conseguiremos entender campanhas de desinformação como esta que, contrariamente ao que nos querem fazer crer, nada teve a ver com o Kremlin (a ‘Ploughshares’ foi criada como máquina de propaganda soviética nos EUA nos anos sessenta, mas desde a morte e substituição da sua fundadora por um iraniano, membro proeminente do lobby do regime, passou a ser a peça financeira central do regime iraniano nos EUA).

O desastre negocial

A lógica fundamental do acordo nuclear iraniano é a mesma dos que foram feitos com a Coreia do Norte nas últimas décadas: em troca de compromissos pouco sólidos e de verificação nebulosa, os Estados Unidos e a comunidade internacional financiavam o infractor das regras internacionais anti-proliferação.

O resultado já largamente constatado na Coreia do Norte é que em vez de constituir um incentivo à restrição nuclear este tipo de negócio tornou-se um incentivo à proliferação nuclear, no sentido em que as infracções suscitavam novos acordos que se traduziam em mais contrapartidas financeiras.

A Administração Obama doou mais de 150 biliões de dólares – uma parte significativa, em numerário, forma de facilitar o pagamento aos numerosos grupos terroristas financiados por Teerão – mas agora o Irão quer mais, com o especioso argumento de que a Europa deve pagar as consequências do facto de a administração Trump não ter mantido o negócio feito pela administração que o precedeu.

Aquilo a que assistimos com o Irão a propagandear a quebra do acordo, exigindo mais dinheiro, agora da Europa, é pura chantagem, como de resto o afirmou o Departamento de Estado americano e repete o guia do que se passou antes com a Coreia do Norte.

A grande diferença entre a negociação com a Coreia do Norte e com o Irão é que no caso do Irão o dinheiro foi directamente investido no recrutamento de milícias, financiamento de terrorismo e operações militares em toda a região (Paquistão, Afeganistão, Iraque, Síria, Líbano, Iémen e Estados do Golfo) e a monarquia coreana da dinastia Kim tem ambições mais modestas.

Esta negociação, como a de Munique e tantas outras, foi naturalmente feita em nome da paz embora seja a forma mais rápida de promover a guerra.

As alternativas

Mas claro que há alternativas à guerra, embora quanto mais tardias, mais difíceis e de resultados mais incertos. Elas compreendem um leque vasto e integrado de políticas.

Em primeiro lugar, a contenção. Nenhum ataque deve ficar sem resposta, respeitando lógicas de proporcionalidade e reciprocidade, e a máxima atenção tem de ser dada ao dispositivo iraniano que já está no terreno.

O Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos (CGRI) é o principal corpo armado fanático internacional, sendo que o chamado ISIS é apenas uma sua cópia com muito menos alcance e importância geoestratégica.

O primeiro objectivo é o de o conter, designando-o como uma organização criminosa inimiga e combatendo-a por todo o mundo, começando pelo território iraniano, onde qualquer relação com o CGRI deve ser proscrita.

Combater o CGRI – e alguns grupos clientes externos como o Hamas – em toda a região impedindo o recrutamento, a fanatização, o comércio (nomeadamente o tráfico de estupefacientes) a sua organização, financiamento e armamento.

Identificar, perseguir e desmontar todas as células e toda a organização do CGRI em todo o resto do mundo, começando naturalmente nos países onde é mais fácil fazê-lo mas não deixando de lado a região do mundo onde o CGRI está em mais rápida expansão dada fragilidade dos Estados para lhe fazer face (África subsaariana).

Proscrever a polícia política iraniana e toda a rede de espionagem e desinformação que hoje em dia funciona com quase total tranquilidade, nos EUA, no Reino Unido ou na Europa. Apesar de os agentes iranianos usarem abertamente as suas embaixadas para promover terrorismo e desestabilização, no último ano apenas a Albânia expulsou o Embaixador iraniano e os Países Baixos expulsaram alguns conselheiros ligados a assassínios políticos nesse país. Nem a Áustria, nem a Alemanha, nem a França nem a Bélgica expulsaram quaisquer diplomatas iranianos apesar de o envolvimento da diplomacia iraniana em atentados nos territórios desses países ser claro.

Apoiar a oposição iraniana. Aqui, penso ser claro que não deve haver apoio a qualquer grupo que faça a luta armada em território iraniano, mas penso que é necessário apoiar o povo iraniano nas suas múltiplas manifestações contra o regime fascista, seja no domínio laboral, da luta das mulheres contra a misoginia ou dos jovens contra o obscurantismo.

A luta nos domínios informativo, cultural e filosófico tem que ser travada sem tréguas. Os agentes islamistas actuam abertamente e em total liberdade em numerosas associações que pretendem defender o ‘Islão’, a ‘Palestina’, atacar o ‘Imperialismo’ ou onde já ganharam mais margem de manobra atacam abertamente as mulheres, orientações sexuais minoritárias ou correntes progressistas.

Até agora, para além da desmontagem em França de uma célula que se afirmava como ‘Boicote Desinvestimento, Sanção’ de Israel, nada ou quase nada se faz entre nós, com os agentes iranianos a movimentar-se com enorme à vontade nos EUA, Reino Unido ou Alemanha.

Os currículos escolares iranianos – à imagem de toda a propaganda do Estado – promovem o ódio, o suprematismo religioso, a intolerância e o imperialismo. Deve ser promovido um combate sem tréguas à doutrinação fanática dentro ou fora de portas.

E por último, proscrever todos os que entre nós aceitam vender-se para promover os interesses da teocracia. São os mais perigosos adversários que temos pela frente.


quarta-feira, 17 de julho de 2019

Corrupção põe Deutsche Bank em risco de fechar as portas

Só o dinheiro do BCE poderá salvar o Deutsche Bank de fechar as portas e de provocar o colapso do sistema financeiro e... desta Europa germanizada. Até lá o seu destino está nas mãos da Justiça americana.

"Corrupto e inepto", o Deutsche Bank tem mais um processo por corrupção e lavagem de dinheiro nos tribunais americanos que lhe pode valer qualquer coisa como 10 mil milhões de dólares em multas.
Shah Gilani, uma das nossas mais lúcidas "FBI - fontes bem informadas", avisa por isso que o "ECB May Have to Save Deutsche Bank Again" pois "Any fine amount close to that would force the ECB to flood DB with free money to keep the doors open. That’s how important the European Central Bank is to the corrupt and inept banks it shepherds...". A herança de Merkel, além de desastrosa para a Europa, começa a revelar-se demasiado pesada e vergonhosa para a Alemanha. 

O Deutsche Bank, curiosamente (ou talvez não...), já tinha caído em mãos chinesas, nas do HNA Group, cujo boss é Wang Qishan, homem muito ligado à figura no centro do escândalo “1MDB investment fund”, cuja investigação pela Justiça americana implica agora o Deutsche Bank (e a Goldman Sachs) por corrupção e lavagem de dinheiro.

Assim, se há quem afirme que, neste caso, “the key is Meng Jianzhu's biological son Jho Low, and how Meng used his influence to have his son Jho get whatever he wanted from Malaysia”, também surge logo uma “correcção” a essa afirmação: “Wang Qishan is the boss, and he owns HNA group, which then controls Deutsche Bank. Meng Jianzhu works under Wang Qisha. Meng Jianzhu is Wang's viceroy and their offices are right next to each other. Meng's biological son is Jho Low who's heavily involved in the 1MDB case.” 

A Massive Bank Bailout Could Soon Strike Global Markets Again
0Jul 16th, 2019 | By Shah Gilani

The beginning of the newly restructured Deutsche Bank may end up like every other iteration of the old struggling Deutsche Bank. That’s because the giant German lender and would-be Master of the Universe, sometimes known simply as DB, who just announced 18,000 more layoffs as it downsizes, again, may be charged criminally for its involvement in the global 1MDB scandal.

Depending on what charges the U.S. Justice Department may file, and how big a fine Deutsche Bank may have to pay, the European Central Bank (ECB) may have to lend DB more money to not end up where it really belongs, in the history books.

With the biggest number of bank layoffs since the bankruptcy of Lehman, and a 10-year $17 billion tab in fines for regulatory failures and technically criminal activity, DB’s woes are anything but over.

But there’s more.



ECB May Have to Save Deutsche Bank Again

According to the Wall Street Journal, DB’s looking cross-eyed down the barrel of the Justice Department’s bazooka for possibly violating foreign corruption and anti-money laundering laws in its work for the 1Malaysia Development Berhad fund, better known as 1MDB.

1MDB, a supposed sovereign wealth fund, had Goldman Sachs, Deutsche Bank, and others raise more than $6.5 billion for the fund, $4.5 billion of which the Justice Department says was maneuvered out of the fund, illegally, of course.

The stolen billions were used to pay bribes, line a slush fund for former Malaysian prime minister Najib Razak, as well as pay for hundreds of millions of dollars’ worth of art, jewelry, yachts, real estate, and the financing of a big Hollywood movie, The Wolf of Wall Street, ironically.

Tim Leissner, a former Managing Director at Goldman Sachs who worked raising money for 1MDB and apparently helped siphon off billions, has already pled guilty to criminal charges for his part in the scandal. He’s now cooperating with authorities, in order to get a reduced sentence.

For its part Goldman is facing criminal charges in Malaysia and has a hearing there on September 30th.

The Justice Department is looking into Goldman’s total involvement in the scheme and may face criminal charges and fines possibly as high as $10 billion.

Mr. Leissner, towards his sentencing goals, appears to have implicated DB in the scandal.

He might know where some bodies are buried at DB since his charge at Goldman Sachs, Tan Boon-Kee, left Goldman to become Asia-Pacific head of banking for financial institution clients at Deutsche Bank, where Ms. Tan worked on 1MDB business.

She’s since been let go by DB when they announced they’d discovered communications between Tan and Malaysian fake financier Jho Low, who the Justice Department describes as the central figure in the scandal.

How DB wouldn’t know that Jho Low and Tan weren’t in communication, when they had worked closely when Tan was at Goldman, and DB wanted a bigger piece of that business, which is why they hired Tan, is extraordinary.

But no more so than everything else going on at DB.

One indication DB may be in big trouble is how many times Deutsche Bank is mentioned in the Justice Department’s civil asset-forfeiture complaint detailing the 1MDB scheme, 167 times. Goldman Sachs is mentioned 56 times.

If Goldman faces possibly $10 billion in fines and has to plead guilty to criminal charges, Deutsche Bank may not be far behind.

Any fine amount close to that would force the ECB to flood DB with free money to keep the doors open.

That’s how important the European Central Bank is to the corrupt and inept banks it shepherds....

https://wallstreetinsightsandindictments.com/2019/07/a-massive-bank-bailout-could-soon-strike-global-markets-again/#deeplink

sábado, 13 de julho de 2019

Que Fazer com os Ultra-Ricos?

Consultor de investimentos, homem da direita libertária, Bruno Bertez tem uma solução para salvar o sistema da financeirização (que se tornou a maior ameaça à sua sobrevivência). A solução de Bertez foi publicada numa das maiores e mais credíveis  publicações europeias para investidores, dirigida por Bill Bonner. E não é a que se esperaria...

Bruno Bertez: Que faut-il faire avec les ultra-riches?

Le capital non productif s'est accumulé et asphyxie désormais le système: la solution à cela ne peut être que radicale.


Ceux qui me suivent régulièrement savent que je suis pour une amputation considérable de la fortune des ultra-riches.

En un mot, c'est parce qu'elle est à notre époque le résultat de politiques monétaires scandaleuses et scélérates qui constituent un impôt sur les peuples, impôt invisible qui sert à rendre les riches encore plus riches.

Si vous en doutez regardez les cours de la Bourse et comparez-les à la croissance des richesses réelles produites, celle des PIB nationaux.

Confisquer, c'est une mesure de salut public pour préserver nos sociétés.

Je défends cette idée à partir de mon cadre analytique qui repose sur une pierre angulaire: la crise est une crise de suraccumulation de capital. Il y a trop de capital qui cherche son profit, que ce soit du capital non productif, du capital fictif, du capital spéculatif, du capital de poids mort.

L'EXPLOSION DES DETTES

N'oubliez jamais que notre époque se caractérise par une explosion des dettes, or les dettes des uns sont le capital des autres.

Il faut trouver un moyen intelligent de détruire ce capital.

De toute façon, il est fictif: on ne pourra l'honorer sauf à détruire nos sociétés – soit par la catastrophe financière, soit par la guerre. Ce qui ne peut être honoré ne le sera pas.

Il y a trop de capital qui chasse trop peu de profits et donc oblige à baisser, en relatif, la part des revenus salariaux. Cela pèse sur la demande globale, fait ressortir son insuffisance et un excès d'offre qui est déflationniste.

Donc je suis pour que l'on ait le courage de confisquer le capital qui a été inflaté, gonflé par les politique monétaires d'impression et de taux bas – lesquelles ont propulsé les valeurs boursières et les fortunes des ultra-riches dans la stratosphère.

Je suis aussi pour la restructuration des dettes, pour les moratoires, pour les rééchelonnements, pour les conversions qui diminueront le poids du boulet dans nos systèmes.

STOP À L'ASPHYXIE DU SYSTÈME

Tout cela à voir avec la logique et le diagnostic qui sont les miens. Il y a eu un enrichissement indu, sans cause, tombé du ciel. Cet enrichissement asphyxie nos systèmes et les délégitimise, il faut oser agir.

Je ne soutiens pas l'initiative hypocrite des ultra-riches qui voudraient s'acheter une vertu façon protestante en réclamant de payer plus d'impôts. Non.

Ce que je propose, ce n'est pas un impôt, c'est une confiscation, une nationalisation du capital excédentaire comme on en a déjà fait dans le passé après les guerres pour sanctionner les profiteurs. 

https://la-chronique-agora.com/que-faire-avec-ultra-riches/

Ex-Consultor da CIA Explica aos Europeus Tudo sobre a Guerra Económica

A guerra económica sino-americana explicada aos europeus (e em francês...!) por quem mais sabe do assunto: o ex-consultor de guerra económica da CIA e do Departamento de Estado, o advogado e economista Jim Rickards.


Guerre commerciale, jusqu'où?


LES NOTES DE JIM RICKARDS | 11 juillet 2019

Etudions d'un peu plus près la guerre commerciale contre la Chine déclenchée par le président Trump en janvier 2018. Précision importante: nous soulignerons que, même si les Etats-Unis ont agi pour la première fois en 2018, la guerre commerciale a véritablement commencé en 2001, lorsque la Chine a intégré l'Organisation mondiale du commerce puis s'est employée à en violer toutes les règles et à ignorer les injonctions que lui adressait l'organisation pour qu'elle cesse.

Dans ce sens, l'année 2018 marque le début de la riposte américaine, et non le début de la guerre. Surtout, il est crucial que les investisseurs comprennent que cette guerre commerciale ne se limite pas au commerce.

Elle s'inscrit dans une lutte bien plus vaste faisant intervenir la suprématie militaire, l'hégémonie régionale et l'idéologie versus l'humanisme. Cette nouvelle lutte promet d'être plus étendue et peut-être plus longue que la guerre froide, que les Etats-Unis ont remportée face à l'URSS en 1991.

Les investisseurs et les marchés ne sont pas invulnérables aux incertitudes et aux coûts que va générer cette nouvelle guerre.

Le principal ennemi

"Le principal ennemi" est une expression utilisée par les agents de la CIA pour décrire leurs adversaires du KGB à l'époque où les Etats-Unis et l'Union soviétique luttaient espion contre espion dans les rues de Moscou et sur les champs de bataille du monde entier durant les 10 dernières années de la guerre froide. Elle s'inspirait d'une expression similaire, originaire du KGB, et que l'on pourrait traduire par "le principal adversaire".

Le but était le même. Les deux camps savaient qu'ils livraient un combat existentiel entre la liberté et le communisme. L'un des camps remporterait la victoire. D'autres luttes, y compris la guerre, pouvaient surgir dans le monde entier, mais la confrontation entre les Etats-Unis et les Soviétiques était la seule qui comptait réellement, à la fin.

Aujourd'hui, le principal ennemi est la Chine. Il est crucial que les investisseurs comprennent que le conflit grandissant avec la Chine ne se limite pas à une impasse temporaire concernant les questions d'échange commerciaux ou de propriété intellectuelle (bien que ce soient des sujets importants en soi).

Le conflit n'est pas une gesticulation politique, il est réel et mortel.

Tout comme avec la Russie, le conflit entre les Etats-Unis et la Chine durera des dizaines d'années et il est existentiel. L'un des deux camps en sortira victorieux.

Les intérêts des entreprises américaines et leurs bénéfices seront subordonnés à des objectifs plus larges visant à contenir les ambitions hégémoniques de la Chine et son pouvoir de domination sur les technologies du XXIe siècle.

Les investisseurs qui ont mal interprété la profondeur de ce conflit risquent d'essuyer des pertes financières à mesure que des sociétés comme Apple déplaceront les chaînes d'approvisionnement, et que Google aura l'interdiction d'aider la Chine à pratiquer ses tactiques de surveillance sur internet.

Les entreprises américaines ne prospèreront plus dans un contexte où les intérêts liés à la sécurité nationale en souffrent.

Tout a (re)commencé par les machines à laver

[...] La réponse américaine à des décennies d'infractions chinoises aux règles du commerce international a débuté en janvier 2018, lorsque le président Trump a instauré des tarifs douaniers sur les importations de panneaux solaires et de machines à laver.

Si ces tarifs douaniers ont touché plus de pays que la Chine (la Corée du Sud est un grand exportateur d'électroménager, et le Canada de panneaux solaires), ils visaient clairement la Chine et représentaient le premier round de quelque chose qui allait bien au-delà. D'autres tarifs douaniers n'ont pas tardé à être appliqués.

Alors que Wall Street pensait à tort que la guerre commerciale serait brève et une sorte de gesticulation, Trump a décidé d'appliquer de nouveaux tarifs de 10% à 25% sur 250 milliards de dollars d'importations chinoises (environ la moitié des exportations chinoises vers les Etats-Unis) entre les mois de juillet et de septembre 2018.

Le graphique ci-après indique que l'effet des tarifs douaniers de Trump sur les importations américaines provenant de Chine a été immédiat et extrêmement concret.

Les principaux points d'impact sont les 25% de droits de douane imposés sur 34 milliards de dollars d'importations avec prise d'effet au 6 juillet 2018, les 25% de droits de douanes imposés à une autre tranche de 16 milliards de dollars d'importations, avec prise d'effet au 6 juillet 2018 et des droits de douane de 10% sur 200 milliards de dollars d'importation avec prise d'effet au 24 septembre 2018.

Ce total de 250 milliards de dollars de produits soumis à des droits de douane représente environ la moitié de la totalité des importations américaines provenant de Chine, sur un an. Et le graphique montre clairement que la valeur totale des importations appartenant aux catégories concernées a chuté entre 28% et 45%, en moins de huit mois.

Cela reflète une contraction dans les échanges bilatéraux.



Trump envisage désormais des droits de douane de 25% sur l'autre moitié de 250 milliards de dollars d'importations américaines provenant de Chine. Ainsi, la totalité des produits chinois importés aux Etats-Unis serait soumise à ces droits de douane.

Au travers de la progression de ces tarifs douaniers (et des ripostes tarifaires chinoises sur les produits américains, entre autres mesures), Wall Street a continué de raconter qu'un "accord" était "dans les tuyaux" et que la guerre commerciale serait rapidement terminée.

Est-ce bien le cas? Nous le verrons...

Duas faces de Jim Rickards: em estúdio e no terreno...

Dans la guerre commerciale entre Etats-Unis et la Chine, de quelles armes dispose l’Empire du Milieu et sont-elles efficaces?

Nous avons vu que la guerre commerciale entre les Etats-Unis et la Chine était partie pour durer… mais les marchés semblent n’être pas au courant: ils se sont envolés sur chaque rumeur d’accord en cours, puis ont chuté lorsqu’elles se sont révélées inexactes.

Après six mois d’impasse et d’échec des négociations, entre fin 2018 et avril 2019, la guerre commerciale s’est nettement emballée en mai 2019.

Les événements se sont rapidement enchaînés (tels que compilés par le Cowen Washington Research Group):

. Trump a annoncé le 5 mai qu’il infligerait à la Chine des tarifs douaniers progressifs de 10 à 25% sur 200 Mds$ de produits;

. la Chine a riposté à ces nouveaux tarifs douaniers imposés par Trump en doublant les droits de douane sur 60 Mds$ d’importations d’origine américaine;

. les Etats-Unis ont divulgué la liste de produits susceptibles de subir des tarifs douaniers en septembre, sur les 300 Mds$ de produits chinois restants;

. l’aide de 16 Mds$ offerte par Trump aux agriculteurs a été en partie effacée par ces nouvelles ripostes tarifaires imposées par la Chine;

. Huawei (le géant des télécoms chinois) a été placé sur la liste noire américaine des entreprises auxquelles l’accès aux affaires est très restreint;

. Xi a visité une mine de terres rares, en Chine, et fait référence à une nouvelle «Longue marche», pour marquer la détermination chinoise à tenir plus longtemps que les Etats-Unis dans le cadre d’une guerre commerciale;

. la Chine a produit une «liste d’entreprises non fiables» semblable à celle des Etats-Unis, interdisant à certaines entreprises américaines de faire des affaires en Chine;

. le Département du commerce américain a présenté de possibles changements à apporter aux règles sur les dévaluations monétaires, probablement plus susceptibles de révéler celles que commet la Chine;

. la Chine a divulgué un Livre blanc imputant aux Etats-Unis la responsabilité de la guerre commerciale, tout en admettant qu’elle n’avait pas tenu parole sur le dernier round des négociations, comme l’avait affirmé les Etats-Unis («rien n’est décidé tant qu’on n’est pas d’accord sur tout»).

Une nouvelle norme?

Le mois de mai 2019 a marqué une phase particulièrement active, sur le front de la guerre commerciale entre les Etats-Unis et la Chine mais, à mesure que la guerre progressera, cela se rapprochera peut-être plus de la norme que de l’exception.

L’un des points saillants est le suivant: l’asymétrie entre la capacité respective des Etats-Unis et de la Chine à infliger des tarifs douaniers. Les Etats-Unis importent environ 500 Mds$ de produits chinois chaque année. La Chine importe environ 150 Mds$ de produits américains chaque année. Il en résulte un excédent commercial net de 350 Mds$ en faveur de la Chine.

C’est cet excédent que Trump tente d’éliminer, ou du moins de réduire énormément. Pour y remédier, Trump n’envisage pas que les Etats-Unis achètent moins, mais que la Chine achète plus. Cependant, à court terme, le commerce se contracte au lieu de se développer.

Le problème de la Chine est évident, si l’on considère ces chiffres. Au départ, la Chine a pu instaurer des tarifs douaniers ripostant «œil pour œil, dent pour dent» à ceux de Trump.

Mais une fois que la Chine aura appliqué des droits de douane sur 150 Mds$ de produits américains (un stade dont elle se rapproche désormais), elle n’aura plus de droits de douane à appliquer sur quoi que ce soit.

Parallèlement, Trump peut continuer à infliger des tarifs douaniers jusqu’à hauteur de 500 Mds$ de produits (et il avance rapidement dans cette direction). La Chine ne peut riposter à l’identique.

Cela force la Chine à envisager des barrières non douanières afin de contrer les mesures prises par Trump. Toutefois, la plupart de ces barrières non douanières sont moins efficaces que ne le pensent les analystes.

La mesure la plus populaire consisterait à se «débarrasser» des 1 400 Mds$ de bons du Trésor américain que possède la Chine. Théoriquement, cela pourrait faire augmenter les taux d’intérêt américains, freiner le marché de l’immobilier et peut-être pousser les Etats-Unis vers la récession, et ce juste avant les élections de 2020.

La Chine face à un dilemme

Il n’y a pratiquement rien de juste, en ce qui concerne cette menace. Le plus grand perdant, si la Chine se débarrassait de ses bons du Trésor américain, ce serait la Chine. Elle en détient tellement que même si elle le faisait dans une moindre mesure, cela dévaluerait tous ceux qu’elle détiendrait encore.

Les banques américaines (peut-être sur instruction du Trésor) pourraient par ailleurs facilement absorber les titres vendus par la Chine, pour maintenir la stabilité du marché. Et si les ventes devenaient chaotiques, les Etats-Unis gèleraient les comptes chinois (qui sont enregistrés informatiquement sur des systèmes contrôlés par le Trésor et la Fed). La Chine se retrouve avec ses bons sur les bras.

L’une des solutions à long terme consiste à acheter de moins en moins de bons du Trésor américain à l’avenir, mais cela n’a que très peu d’impact, voire aucun, à court terme.

La Chine impose certaines restrictions aux investissements américains sur son territoire, et à certaines exportations technologiques chinoises vers les Etats-Unis. Si cela peut affecter certaines entreprises telles que FedEx, Google et Apple, les conséquences sur l’économie américaine restent moindres.

Plus exactement, la Chine a plus besoin des investissements américains que les Etats-Unis n’ont besoin du marché chinois, alors ces tactiques ne sont bonnes qu’à faire les gros titres. Elles n’aident en rien l’économie chinoise.

Et les terres rares?

Une autre tactique a attiré énormément d’attention: l’arrêt des exportations de terres rares vers les Etats-Unis et le Japon. Les terres rares (qui ne sont pas si rares, d’ailleurs) sont un ensemble de 17 éléments – pour la plupart des métaux – utilisés dans la fabrication de batteries de pointe, de composants électroniques sophistiqués et dans un certain nombre d’autres processus très spécialisés. La Chine est de loin le plus grand exportateur mondial de terres rares.

Le problème de la Chine, avec cette tactique, c’est que beaucoup d’autres fournisseurs de terres rares attendent en coulisse. Avec un peu de temps et de développement, le Vietnam, le Brésil, l’Inde et l’Australie pourraient tous venir à la rescousse et remplacer les exportations chinoises, si nécessaire.

La possibilité de «sourcer» ces terres rares dans d’autres pays que la Chine, met encore plus le doigt sur la faiblesse de ses projets de riposte commerciale autres que via les barrières douanières. Presque tout ce que vend la Chine aux Etats-Unis, actuellement, pourrait provenir d’autres pays, et ce relativement vite.

Certaines sociétés commencent déjà à déplacer les chaînes d’approvisionnement en construisant de nouvelles usines ou en externalisant vers d’autres fournisseurs en Asie du sud ou Amérique latine, dans la perspective d’une lutte prolongée entre les Etats-Unis et la Chine. Une fois que ces décisions sont prises, on ne fait pas facilement marche arrière.

La Chine s’expose non seulement à de grandes perturbations temporaires mais également à une perte [d’activités] permanente si elle ne règle pas rapidement son conflit commercial avec les Etats-Unis.



sexta-feira, 12 de julho de 2019

Os franceses querem que o bando GAFAM também pague os seus impostos...

A informal "isenção fiscal" de que os GAFAM têm gozado (e que lhes permitiu acumular um nunca visto poder financeiro...) parece ser cada dia mais insuportável para os que pagam cada dia mais impostos...

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Assalto Chinês ao Sector da Aeronáutica

A tecnologia é um instrumento indispensável à projecção de potência. Nesta óptica, Giuseppe Gagliano analisa aqui o caso do assalto chinês ao sector da aeronáutica.

Giuseppe Gagliano, Presidente del Centro Studi Strategici Carlo De Cristoforis

Tecnologia: strumento indispensabile per la proiezione di potenza

Autore: Giuseppe Gagliano – 09/07/2019

Ancora una volta la tecnologia, nel contesto della conflitto o della competizione fra Stati, si dimostra uno strumento indispensabile per il rafforzamento o la proiezione di potenza di una nazione. La Cina , a differenza di quanto fece tra il ‘400 e l’800( a tale proposito si veda il saggio di Carlo Maria Cipolla dal titolo "Vele e Cannoni") ha compreso chiaramente, proprio come l’Occidente, quanto importante sia la tecnologia per concretizzare una politica di potenza a livello globale.


Il C919 è un bimotore di linea a corto e medio raggio cinese progettato per trasportare fino a 168 passeggeri per 5 500 chilometri, progettato soprattutto per competere con gli aerei Airbus A320 e Boeing 737. Comac -la compagnia cinese che lo ha progettato- pur non essendo riuscita a soddisfare i requisiti di certificazione imposti dagli Stati Uniti e dalle autorità di regolamentazione europee è però riuscita a farlo nella Repubblica del Congo che ha infatti autorizzato il velivolo a sorvolare il suo territorio.

Tuttavia, le ambizioni della Cina non sembrano ostacolate da ritardi nello sviluppo del Comac C919. Infatti il settore della Aeronautica è sia uno dei settori chiave individuati dal Piano Made in China 2025 per rafforzare le capacità tecnologiche del paese sia una parte integrante della strategia, che è quello di promuovere le esportazioni cinesi (soprattutto in Africa) a scapito dei suoi concorrenti occidentali.

Comac infatti sta cercando di aumentare la sua quota di mercato in Africa, come dimostra il fatto che Africa World Airlines intende acquisire il jet bimotore ARJ21 cinese. Inoltre la Cina, attraverso l’Amministrazione dell’aviazione civile cinese, sta gradualmente cercando di ridimensionare il monopolio americano della FAA ed europeo della Aesa.

La Cina sta cercando insomma di diventare un attore importante nel settore dell’aviazione, un settore largamente dominato dall’Occidente. Comac cerca infatti di guadagnare quote di mercato al di fuori dei suoi confini, avventurandosi nel bel mezzo di una battaglia tra produttori di aerei, fornitori e produttori di motori.

https://www.vision-gt.eu/news/tecnologia-strumento-indispensabile-per-la-proiezione-di-potenza/?fbclid=IwAR0gLswfwTF-vMTFPoV_iML2G-D67iOwl1PO7tWSeWeQtpPfRpKTsM4oS14

domingo, 7 de julho de 2019

A Construção da Hegemonia Chinesa no "Mediterrâneo Asiático"

A China, na prossecução dos seus interesses geopolíticos próprios, tem como objectivo conquistar a hegemonia mundial. Toda a sua política, tanto a económica como a externa, tem sido definida e executada em função desse (ainda longínquo...) objectivo. O nosso amigo Giuseppe Gagliano equaciona aqui, em breve síntese, o problema da construção dessa hegemonia global da China.

Giuseppe Gagliano, Presidente del Centro Studi Strategici Carlo De Cristoforis

L’edificazione dell’egemonia cinese nel Mediterraneo asiatico


Giuseppe Gagliano - 06/07/2019

A Grã-Bretanha era, até 1914, a principal potência marítima do mundo. Hoje, a China está tentando alcançar uma hegemonia similar, ameaçando a americana.

A reversão da política externa chinesa permitiu a construção de sete dos maiores portos de contentores do mundo. Tianjin (a 140 km de Pequim) é um dos portos mais activos do mundo.

Além disso, as empresas chinesas já contribuíram, como parte das "Rota da Seda", para a construção ou ampliação de 42 portos em 34 países diferentes.

Mais da metade da riqueza nacional concentra-se nas regiões costeiras chinesas, que, no entanto, representam apenas uma pequena parte do território. Sua frota é agora responsável pela defesa das costas, mas também pelos corredores marítimos pelos quais passa 85% do comércio da República Popular.

Não há dúvida de que a China colocou em prática uma política de hegemonia marítima por razões puramente geopolíticas: a China, na verdade, não está geograficamente bem posicionada e, ao contrário dos EUA, compartilha fronteiras terrestres com 14 países.

De 1430 à era da política maoísta, a China concentrou-se quase exclusivamente em sua dimensão terrestre; no entanto, quando confrontada com a globalização, a protecção das rotas comerciais tornou-se uma prioridade-chave para a China.

Mesmo a sua morfologia geográfica - aludimos à cadeia de ilhas que se situam à frente das suas costas controladas por países que certamente não são a favor da China como o Japão, as Filipinas, o Vietname, a Malásia e sobretudo Taiwan - induziu-a a reorientar política externa.

Basta pensar na centralidade que Taiwan possui para Pequim. De facto, não apenas a considera como integrante do seu território, como desempenha um papel fundamental pois o seu controlo pela China privaria os Estados Unidos de um porta-aviões natural e permitiria que Pequim controlasse o chamado “Mar da China”, abrindo assim as portas para o Pacífico.

Usando a reflexão de Nicholas Spykmann, Taiwan é, em certo sentido, a chave para alcançar a hegemonia do Mediterrâneo Asiático. Por outro lado, Spykmann, em 1942, entendera completamente como a China, se controlasse o Mediterrâneo Asiático, teria sido capaz de ameaçar não apenas o Japão, mas todas as potências ocidentais.

Sobre as ilhas, como Taiwan, Okinawa e Diego Garcia, é necessário sublinhar que estas permitem a capacidade de projecção para defender os interesses nacionais de uma nação.

De fato, a capacidade de projectar é um factor que está longe de ser insignificante dentro de um conflito tradicional e a manutenção de bases navais ou aéreas permite que um país tenha uma espécie de extensão de sua política de potência.

Não é por acaso que os EUA sempre atribuíram grande importância ao fortalecimento de uma rede de bases, uma vez que também facilitam as capacidades logísticas. De um ponto de vista estritamente histórico, a doutrina Carter certamente deu um impulso significativo com a realização da Força de Implantação Rápida.

Neste contexto, não há dúvida de que o papel dos porta-aviões é importante, porque se trata de uma ferramenta de projecção rápida de potência.

A este respeito, pensemos na guerra do Pacífico em que os porta-aviões foram fundamentais para permitir aos Estados Unidos alcançar significativos êxitos militares.

Original em italiano, aqui: https://www.vision-gt.eu/news/geopolitics/ledificazione-dellegemonia-cinese-nel-mediterraneo-asiatico/?fbclid=IwAR1nDzFJAsXdFFaQwx4i-XvyuolCfoyyaHZ4w9Z6Db7nkJ69XYjOHy_uo9U

Bibliografia

Marco Giaconi, "Spazio e Potere. Modelli di geopolitica", Franco Angeli, 2003

Manlio Graziano, "Geopolitica. Orientarsi nel grande disordine internazionale" ,il Mulino,2019

Portugal: Falta de Estratégia e de Decisão

Lúcio Vicente Estamos a poucos dias de celebrar os 50 anos de Abril. Porém, Portugal é muito menos do que podia e devia ser. Os 123 mil milh...