sexta-feira, 28 de setembro de 2018

O Deslize de Guterres

O recente discurso de Trump na ONU, se outro mérito não teve, pôs a nu uma insanável divergência de fundo entre os “globalistas” e os “soberanistas”. É neste quadro que Guterres “deslizou”...

A desregulação lançada por Reagan e Thatcher culminou na financeirização da economia mundial levando ao que se tem chamado “globalização”, sobretudo, depois de, em paralelo, o processo de implosão da URSS ter atirado todo o universo comunista para a economia de mercado. Rapidamente, o discurso político dominante, servido por especialistas variados e outros teóricos encartados, passou a explicar-nos que os Estados pertenciam ao passado, que o “mercado” (ou seja, a financeirização globalizada) regulava tudo e que às autoridades “nacionais” apenas restava assegurar boas práticas de “governança”, codificadas, aliás, em documentos mais ou menos apócrifos mas com valor de bíblia.

Curiosamente, a esquerda americana e, sobretudo, a europeia (com a notável excepção do que resta de PCs) embarcaram alegremente nesta aventura de glorificação do mundo criado pela desregulação de Reagan e Thatcher, mesmo se continuaram a denegrir aquelas duas personagens. Esquizofrenia total.

Para o perceber, é preciso identificar o maquiavelismo da financeirização globalista para conseguir este desiderato de ter “comido a esquerda ao pequeno-almoço” e a ter encerrado num ciclo esquizofrénico que lhe foi fatal. O dispositivo utilizado para concretizar esta estratégia globalista de destruição da esquerda euro-americana foi (é...) o “politicamente correcto” das chamadas “causas societais e fracturantes” com suas permanentes “defesas de minorias”.

Quando aceitaram trocar o “social” pelo “societal” (troca que ficou bem ilustrada na última campanha presidencial americana com Trump a falar de haver pão e manteiga na mesa e Hillary a debater o uso das casas de banho pelos transsexuais...), as esquerdas suicidaram-se, perderam o eleitorado popular (que era a sua razão de ser) e passaram a jogar servilmente no tabuleiro estratégico da financeirização. E fizeram-no com tanto mais empenho e convicção quanto era (é...) escassa ou mesmo inexistente a consciência do que faziam (estão a fazer).

Neste processo, a esquerda perdeu o povo e, em consequência, o eleitorado popular ficou desamparado e tornado um mercado de votos disponível para quem o soubesse conquistar. Isto conduziu ao aparecimento de uma oferta de novos produtos políticos que estão a conquistar o voto popular (e o poder), da Polónia aos EUA, da Itália à Suécia, do Brexit à Hungria, etc... E não vale a pena clamar que Salvini é um fascista, ele é um político “made by PCI”.

Nesta assembleia da ONU, estas contradições manifestaram-se em dois discursos fundamentais que veiculam interesses, narrativas e, sobretudo, lógicas radicalmente divergentes: o de Trump e o de Guterres.

Trump diz tudo sobre isso ao afirmar “a América é governada pelos americanos, rejeitamos a ideia de globalismo e abraçamos a doutrina do patriotismo”. Ou seja, “make América... etc.”.

Nos antípodas desta posição, Guterres assume-se defensor (de esquerda, claro) do globalismo e da financeirização ao dizer que a grande função dos líderes políticos é a de “guardiões do bem comum” quando “a ordem mundial é cada vez mais caótica”. Guterres, sublinhe-se, tem todo o direito de fazer este discurso (com as suas habituais doçura e subtileza) mas o que ele traça é uma estratégia defensiva do status-quo, é um objectivo de contenção da derrocada do mundo da financeirização globalista.

Esta estratégia defensiva organizar-se-ia à volta de um não-definido “bem comum”. E não é por acaso que Guterres não o define. De facto, como incluir nesse “bem comum” os assalariados do Ocidente que, nas últimas décadas, foram espoliados do seu poder de aquisição e mesmo, muitos, do seu trabalho? Sobre isto (que é o essencial), Guterres disse nada.

Para Trump, o dirigente político abraça a doutrina do patriotismo. Para Guterres, abraça a ideia do “bem comum” do globalismo. São duas lógicas não só divergentes como condenadas a chocar de frente.

Subtilmente, Guterres introduz na sua alocução esta afirmação (não fundamentada) que corporiza a razão da perda do eleitorado popular pela esquerda e a desarma e incapacita para a luta pela recuperação desse eleitorado, ao fixar aos líderes políticos a função primordial de “guardar” o “bem comum” globalista.

Nos desejos do eleitorado (que o levam a votar), o dirigente político é eleito para lutar pelo bem da sua comunidade, pelo bem de quem o elege... Ou seja, como diria Trump, “make America great again” e tragam-nos de volta os nossos empregos e salários perdidos.

Na sua subtileza, Guterres desliza do bem comum da comunidade nacional para o bem comum global, o da financeirização e do globalismo (pois não há outro). Ora há pouco ou nada de comum entre estes dois “bens comuns”.

A lógica de Trump (como a de Putine ou Xi Jinping) é moderna e westfaliana (do Tratado de Westfália, de 1648) e é a que tem garantido nestes últimos 4 séculos o concerto mundial. A lógica de Guterres é pós-moderna, enterra Westfália e, se não é claro a que interesses responde, são claras na sua narrativa ilusões várias. Estas duas lógicas são incompatíveis, a sua “convivência” é um conflito só resolúvel com a derrota de uma delas.


Duguine (Dugin, em inglês) e a Geopolítica em Russo

A guerra dos “mercados” contra os Estados soberanos vai pois continuar ainda. As duas Guerras Mundiais foram tentativas (falhadas) de destruir o sistema de Estados soberanos saído de Westfália. Virá aí mais uma tentativa? Acresce que, para complexizar (bastante mais) a coisa, se desenvolve, em paralelo a esta “guerra” mas no tabuleiro da geopolítica, uma outra menos visível mas mais determinante.

Se, no fim do século XX, a vitória da potência marítima sobre a potência continentalista na Guerra Fria conduziu alguns teoricistas mais excitados a prometeram “o fim da história”, a verdade é que já estamos hoje a assistir ao refazer do núcleo continentalista euro-asiático que prepara o seu regresso à disputa pela hegemonia mundial... Um novo grande jogo está a iniciar-se!

Duguine: o mapa da sua visão...

O eixo Berlim-Moscovo-Pequim (um eixo nada pacífico mas definido por uma forte convergência de interesses que se expressa no seu “anti-americanismo”...) está a reconstruir a potência continental e a preparar o afrontamento pela conquista da hegemonia global. E o seu profeta mais visível (para quem observa do Ocidente) é Alexandre Duguine, com a sua bíblia da “quarta teoria política e pós-liberalismo”. Convém lê-lo e conhecer as suas propostas de governo continentalista, tão radicais quanto estranhas a qualquer tradição ocidental.


Duguine, missão em França...

Como tudo isto vai jogar é o filme dos próximos anos. Se, neste filme, pode ainda haver algum papel para a esquerda (depois de ter perdido o povo e insistir em manter-se cega e surda) é algo ainda em aberto: a esquerda está em morte cerebral (como o deslize de Guterres nesta assembleia da ONU veio de novo demonstrar) mas, se assumir os seus fundacionais e as suas razões de existir, poderá talvez ainda ressuscitar.


Duguine no seu gabinete

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

A "Selfie" Que Trama o Presidente Macron

As desventuras de Macron e do seu querido colaborador, o franco-marroquino Benalla, estão longe de ter terminado...

28 de Abril de 2017, o candidato Macron janta num restaurante da região de Poitiers com a sua equipa de campanha. A empregada de mesa pede, no final, para fazerem uma "selfie". Macron & Cª aquiescem e, surpresa, Benalla, o colaborador querido de Macron, saca de uma arma e encosta-a à cabeça da "serveuse", para a fotografia e "for the fun". Macron assiste a tudo e deixa fazer...

28 de Julho de 2018, protagonista da escandaleira gerada por imagens que o mostram disfarçada de polícia a espancar um jovem casal na rua, Benalla, agora querido colaborador do Presidente, assegura e jura que nunca durante a campanha usou qualquer arma...

26 Setembro de 2018, o site de investigação Mediapart publica na sua "primeira página" a "selfie" do restaurante, feita em 28 de Abril de 2017.

Macron, que já desceu abaixo dos 30% de popularidade e que não consegue mais que 21% nas sondagens para as próximas europeias, vai ter muito que explicar para convencer o eleitorado e manter alguma da pouca credibilidade que lhe resta.




domingo, 23 de setembro de 2018

A Propósito do Petróleo ao Largo do Algarve...

"Pode-se discutir tudo mas não se pode discutir de forma estúpida e desinformada", dizia alguém há dias. E dizia, obviamente, muito bem. Mas quando se fala de petróleo é indispensável saber em que ninhos de vespas se vai, necessariamente, tocar e que tipo de ataques isso vai desencadear. Se há sector económico em que a guera económica e a guerra de informação estão sempre em acção, esse é o sector do petróleo. Sector onde sobram "razões" e motivos para tais guerras e, sobretudo, existem óptimos orçamentos para tanto sustentar e com isso ganhar. Muito. Isto é, se há sector em que não se pode ser ingénuo, esse sector é o do petróleo. Por isso, se o autor da citação acima referida tem razão falta-lhe pôr de lado a ingenuidade que o leva a admitir que para abordar o assunto basta não ser estúpido e estar informado. Não basta! É preciso muito mais. É preciso uma boa grelha conceptual de "guerra económica/guerra de informação" e muita, muita "inteligência". Nada que Paulo Reis, por exemplo, não tivesse já visto e escrito há uns anos...




Transparência... Foi Você Que Pediu Transparência?

A transparência invadiu a semântica político-mediática. Fala-se de transparência porque "está de moda". Sem nunca, porém, a definir ou definir os seus campos. E, à fortiori, sem definir os critérios de tais definições (as da 'coisa' e dos seus campos). Muitas ONGs, por exemlo, exigem transparência nos campos da política e da economia. Mas recusam-se a divulgar os seus orçamentos, as  origens dos seus fundos e os destinos e aplicações deles. Ou seja, recusam-se a que a transparência seja aplicada no campo das ONGs. No seu campo... Um conhecido jornalista dizia-me hoje, ao telefone, ao falar das obscuras actividades de certo autarca, que "é preciso transparência nisto". Ficou calado quando, ao responder-lhe, lhe perguntei quantos directores de media manteriam o rabo sentado na cadeira da direcção se fossem abrangidos por essa exigênia de transparência... Ao fim de um longo silêncio, perguntou-me "então, achas que não é preciso transparência?" A pergunta revela bem como esta storyelling da "transparência" obnubila o racicocínio. "A transparência pode ficar bem em certas roupas mas, naquilo de que tu falas, o que se precisa é seriedade nas pessoas e nos processos, rigor e juizinho e, no fim do caminho, uma pesada moca legal para quem se tenha atrevido a mijar fora do penico".

Na foto, há transparência aos pontinhos. Ou há uns pontinhos na transparência. Enfim, como se queira... Mas muito cuidado com os pedidos de transparência!


sábado, 22 de setembro de 2018

Desvendado o Mistério da Falência do Lehman, um "Too Big To Fail"

“Who let Lehman Brothers get so big, who let it fail, and why…”

Dez anos depois, da queda de um “too big to fail”... O “mistério dentro de um enigma” da queda que mudou o mundo é aqui revelado e muito bem explicado por Shah Gilani. Com nomes, datas, locais e outros pormenores. Ou, “teaser”, como a Goldman arrumou a Lehman... 



Afirma Gilani, “Ten years ago, on September 15, 2008, Lehman Brothers Holdings Inc. failed in spectacular fashion. The implosion of the $600 billion in assets investment bank immediately triggered the financial crisis, which led directly to the Great Recession. But none of that had to happen. Lehman could have been saved or, at least, slowly and systematically unwound. The financial crisis could have been averted, and the Great Recession should never have happened. Those events happened for good reasons in hindsight. Not good for you, me, the economy, or America, but good for the re-shaping of political and banking powers who benefited from what they let happen.”

Imperdível!





Selvagens... Porta-aviões!

Que belo é este porta-aviões português, ancorado no Atlântico Nordeste, ao largo de África e na rota de Gibraltar!



O Inimigo Preferido dos Estados Unidos

Mapa da italiana Limes a mostrar como a Rússia tem sido o inimigo preferido dos Estados Unidos, neste século... Pelo menos, até agora! As coisas estão, porém, a mudar muito depressa e o próximo mapa da Limes (que esperamos tenha o magistral toque de Laura Canali) já deverá ser bem diferente...


Militarização do Mar do Sul da China e Guerra Económica


sábado, 15 de setembro de 2018

O nosso amigo Franck tornou-se personagem de romance

Aqui pela redacção “Intelnomics”, o pessoal começa a andar preocupado. Está a ficar difícil contar o número dos nossos amigos que se tornaram personagens de romance (nalguns casos, mesmo os protagonistas principais). Agora, foi a vez de Franck DeCloquement (velho amigo da turma “Intelnomics”), como ele próprio tem o cuidado de informar.

“Je suis l'un des personnages clefs dans le dernier Thriller à succès du duo de choc - Giacometti et Ravenne - "CONSPIRATION", paru chez Lattés.

“Je suis "Franck DeCloqueson", dit "Le Viking", patron de l'énigmatique service secret "SISS", aux prises avec une double enquête, aux confins d'une énigme reliant la lignée des ....” 



Oh, Franck, só faltavas mesmo tu... na lista das nossas personagens de romance! Abraços de Lisboa e boa sorte para a personagem.

PS: Está em marcha, aqui na redacção, uma conspiração para um destes dias juntar as nossas personagens de romance numa jantarada nas margens do Tejo. E o ‘chef’ de tal jantar, tudo o indica, será essa outra personagem do melhor dos ‘chefs’. O Vítor Sobral, pois claro.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2068062726600369&set=a.549893665083957&type=3&theater

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

A "Ecole de Pensée sur la Guerre Économique" acaba de surgir em Paris

O seu manifesto proclama que "é urgente pensar a nossa estratégia na guerra económica mundial"



O grupo fundador



Christian Harbulot est Directeur de l'EGE (École de guerre économique)

Éric Delbecque est chef du pôle intelligence économique de l'IFET (Institut pour la formation des élus territoriaux)

Ali Laïdi est chercheur associé à l'IRIS (Institut de relations internationales et stratégiques)

Olivier de Maison Rouge est avocat et docteur en droit

Nicolas Moinet est professeur des universités à l'IAE de Poitiers.

O Manifesto: “Pourquoi il est urgent de penser notre stratégie dans la guerre économique mondiale”


Donald Trump a un grand mérite. Il dit tout haut ce que pense tout bas l'administration de son pays depuis des décennies: l'Amérique est en guerre économique! Une guerre qui redouble depuis l'effondrement du Bloc de l'Est en 1989. Pour le président américain, les guerres commerciales sont faciles à gagner. Il ne craint donc pas de s'en prendre aussi bien à ses concurrents directs comme la Chine qu'à ses alliés comme l'Europe ou le Canada. Les États-Unis de Trump sont nationalistes (America first) et non plus impérialistes.

Ce n'est donc pas un hasard si les structures étatiques américaines participent depuis lors à une forme offensive de néoprotectionnisme souverain, par l'adoption de normes et réglementations restrictives, autant que par le choix d'une violence judiciaire ainsi que l'a illustrée la récente prise de contrôle de la branche nucléaire d'Alstom, privant ainsi notre pays de sa souveraineté dans ce domaine. Derrière le paravent du discours néolibéral se cacherait donc en réalité un néo-interventionnisme souverain en matière économique dans un monde qui se redessine en blocs rivaux. 


Il faut bien se rendre à l'évidence: nous entrons dans une ère de guerre froide économique.

Face aux États-Unis, la Chine de Xi Jinping ne compte évidemment pas se laisser faire. Le modèle chinois rappelle la primauté du politique sur l'économie, la seconde restant au service de la première, le moyen au service de la fin. Xi Jinping a ainsi appelé ses compatriotes à avoir «le courage de livrer jusqu'à la fin des batailles sanglantes contre leurs ennemis» (discours du 20 mars 2018). Quant à la Russie de Poutine, empêtrée dans un marasme économique et bousculée par des sanctions occidentales, elle n'est pas (encore) un concurrent économique dangereux mais reste un coriace adversaire politique. Quid de l'Europe? En déshérence, elle ne sait plus à quel saint se vouer, voyant l'Amérique s'éloigner chaque jour davantage et devenir une menace pour ses intérêts économiques. Face au retrait des États-Unis de l'accord iranien, les entreprises européennes obéissent au diktat américain et battent en retraite. C'était pourtant, avaient clamé haut et fort nos dirigeants, une question de souveraineté!

Alors, il faut bien se rendre à l'évidence: nous entrons dans une ère de guerre froide économique. C'est la raison pour laquelle les signataires de cette tribune ont décidé de créer une école de pensée afin de sortir d'une nouvelle forme de somnambulisme hébété.

Pour contenir les excès de la guerre économique et analyser avec lucidité des rapports de force entre puissances qu'il n'est plus possible d'ignorer, il est impératif de penser autrement et de sortir du petit confort intellectuel dans lequel nous baignons depuis la fin de la Seconde guerre mondiale. Tel est l'objectif dit de liberté stratégique que s'assigne cette école de pensée sur la guerre économique.

La volonté de se lancer dans cette nouvelle aventure est née d'une convergence d'idées entre cinq auteurs qui échangent sur ce sujet depuis de nombreuses années et agissent sur le terrain de la guerre économique.

Depuis la fin des années 80, Christian Harbulot a initié une réflexion sur la guerre économique à partir d'une grille de lecture des politiques d'accroissement de puissance par l'économie. Cette démarche l'a conduit à décrypter les différentes formes que pouvaient prendre les «machines de guerre économiques» ainsi qu'à analyser la nature des affrontements informationnels qui opposent les parties prenantes. Dans la continuité, Nicolas Moinet a introduit l'étude des rapports de force économiques dans les sciences de l'information et de la communication. Son titre de Professeur des universités lui a permis également de légitimer ses travaux sur le renseignement auprès du CNRS.

Depuis le début des années 2000, Ali Laïdi utilise sa double casquette de journaliste et de chercheur pour se lancer dans des recherches sur des cas de guerre économique et soulever la question de l'absence de doctrine française en matière d'intelligence économique. De son côté, Eric Delbecque, s'est longtemps consacré au sein de l'État à l'analyse des doctrines de sécurité économique tout en participant à la construction de la politique publique avant de s'investir dans différents projets opérationnels relatifs à la sûreté des organisations dans le monde industriel et culturel. Avocat, Olivier De Maison Rouge s'est spécialisé sur les relations entre le Droit et l'usage de l'information dans la compétition économique. 

Loin d'adoucir les mœurs par le doux commerce, le modèle économique dominant ne fait que les dévoyer en minant les ressorts du développement et en repoussant chaque jour un peu plus les limites de l'exclusion. 

Issus d'horizons différents, ces cinq fondateurs ont donc tous une connaissance aiguisée d'un champ défriché par leurs nombreux ouvrages, enseignements et interventions auprès d'entreprises et d'institutions françaises. Mais fallait-il en rester là quand la guerre économique appelle désormais une mobilisation générale? Était-il responsable de simplement poursuivre des trajectoires personnelles quand le monde se déchire, l'Europe se délite et la France s'enferre dans une impasse stratégique? Évidemment non! Et telle est la raison d'être de cette école de pensée sur la guerre économique dont l'objectif est de développer et diffuser les nouvelles grilles de lecture permettant d'agir et de retrouver notre liberté stratégique.

Loin de tout dogmatisme ou de promotion de la guerre économique, il s'agira avant tout d'apporter aux décideurs et aux citoyens un éclairage sur les questions qui enveniment de manière croissante les relations économiques internationales et impactent nos vies au quotidien. Loin d'adoucir les mœurs par le doux commerce, le modèle économique dominant ne fait que les dévoyer en minant les ressorts du développement et en repoussant chaque jour un peu plus les limites de l'exclusion.

http://www.lefigaro.fr/vox/politique/2018/09/13/31001-20180913ARTFIG00306-pourquoi-il-est-urgent-de-penser-notre-strategie-dans-la-guerre-economique-mondiale.php

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Álvaro de Campos: Imprensa portuguesa? Ora porra!


Quando o engenheiro naval Álvaro de Campos,
natural de Tavira mas formado na Escócia
e cúmplice literário de Fernando Pessoa e etc., 
ao olhar para a imprensa portuguesa, 
solta um sonoro e muito adequado “Ora porra!”



O “Estado Profundo” Dissecado pela Limes


O tema do “Deep State” foi colocado na agenda política pelo Presidente Trump (tal como o das “Fake News”). No discurso de Trump, o “deep state” e as “fake news” (geradas no conluio dos media mainstream com personagens do “deep state”) são o fundo e a forma de uma conspiração anti-democrática para derrubar o presidente eleito pelo povo americano. Mas, afinal, o que é isso do “estado profundo”? A Limes, rivista italiana di geopolítica, disseca o tema na edição que amanhã coloca à disposição do público. Um trabalho informado e sério, com a abrangência, profundidade e rigor habituais na Limes.



Stati profondi, gli abissi del potere

“Lo Stato è un Giano bifronte, uno spazio in cui per ogni camera del potere diretto si forma un’anticamera di influssi e poteri indiretti, in cui alla dimensione politica si affianca quella dello Stato profondo.

Labirinto di burocrazie, funzioni, e influenze pubbliche o private, lo Stato profondo rappresenta – nell’espressione del filosofo e giurista Carl Schmitt – l’anticamera del potere, corridoio diretto tra l’apice decisionale e i suoi esecutori, indispensabile alla vita delle istituzioni e alla loro proiezione geopolitica.

La prima parte – Gli Stati profondi delle maggiori potenze – ripercorre dall’interno le anticamere dei principali attori geopolitici mondiali. Si segnalano qui i contributi di Dario Fabbri (“Negli abissi della superpotenza”), Giorgio Cuscito (“Xi, partito, Stato, la nuova verticale del potere in Cina”), Orietta Moscatelli (“Putin collettivo e Putin singolo: le due facce dell’impero”) e Giovanni Collot (“‘Ceci n’est pas un État’, il potere improbabile della burocrazia europea”).

La seconda parte – Il mondo visto dagli apparati – è dedicata ai protagonisti delle anticamere, veri e propri manovratori e vettori della proiezione di potenza. Si richiamano qui i contributi di Federico Petroni (“I proconsoli d’America”), Jean-Baptiste Noé (“Il senso della Francia per lo Stato”) e Nikolaj Petrov (“La nomenklatura nel nome di Putin”).

La terza parte – Lo Stato profondo italiano – è incentrata sui gangli e sul cuore del potere burocratico-amministrativo del nostro paese. Qui si sottolineano le analisi di Carlo Pelanda (“Il Quirinale è il cuore del nostro Stato profondo”), Alessandro Aresu (“Così si diventa Gianni Letta“) e Carlo Nordio (“Come magistratura comanda”).

Dopo un racconto di Antonio Pennacchi, chiude il numero la consueta rubrica curata da Edoardo Boria, La storia in carte.


quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Comandos: Homenagem ao Coronel Pipa Amorim

Vídeo: Discurso do Coronel Pipa Amorim no almoço em sua homenagem, em Lisba, a 08 Set. 2018.



É a “Cadeia Alimentar”, Estúpido!

Este planeta que nos criou tem uma “cadeia alimentar” f..ida que impõe uma permanente guerra económica e outros afrontamentos por recursos sempre escassos. Uma coisa hoje muito ignorada por gerações urbanas que “pensam” que os frangos nascem já congelados, nos escaparates dos supermercados, e “pensam” que a natureza é toda ela amor e bela convivência. Outra é a história do coelho, da raposa e da águia aqui, em imagens, contada pelo fotógrafo de vida selvagem Zachary Hartje que, além das fotos, oferece ainda o vídeo completo desta magnífica fábula. Não é difícil imaginar, em lugar do coelho, da raposa e da águia, empresas, instituições ou mesmo Estados...




Quer saber como iso acaba? 
Veja aqui:  https://www.boredpanda.com/wildlife-photography-eagle-fox-fighting-over-rabbit-kevin-ebi/?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=organic

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Dia Nacional da Catalunha


Vídeo: História da Catalunha em 10 minutos




"Nós por cá todos bem..."


Desde os últimos dias de Agosto, a equipa Intelnomics teve as suas duas semanas de férias. Duas semanas de viagens para ver, "cheirar" in loco, analisar, procurar identificar e perceber dinâmicas em curso e assim poder antecipar. De Cascais a Londres, de Lisboa a Paris e Belgrado, do Algarve a Barcelona... foram uns dias que bem valeram a pena. Só lamentamos não ter havido tempo e oportunidade para ir mais longe. À China, por exemplo, onde muito se tem passado desde que lá estivemos há pouco mais de três anos. Mas também queríamos ter dado uma volta pelas novidades recentes da Rússia de Putine (i.e., as evoluções no pós-sanções que nos parecem não serem nada daquilo que tem sido apregoado e 'vendido' pela imprensa mainstream e serem mesmo bem diferentes...). Ou pela nova América de Trump, irrupção da América do século XXI e suas consequências no quadro das velhas relações transatlânticas, cuja matriz vem dos tempos da guerra fria. Ou até aqui pelo vizinho Marrocos, um singular caso de sucesso (enfrentando, embora, crescentes ameaças...) no universo de religião islâmica e também um caso singular de bom relacionamento com Portugal. Enfim, não fizemos tudo o que nos teria gostado mas fizemos tudo o que nos foi possível. Incluíndo algumas leituras e releituras (de obras que ganham novas cambiantes à luz de acontecimentos mais recentes e, portanto, posteriores à sua publicação).
E assim dizemos “nós por cá todos bem” (se bem entregues é outra questão...) e em forma para um novo ano de Intelnomics.



Portugal: Falta de Estratégia e de Decisão

Lúcio Vicente Estamos a poucos dias de celebrar os 50 anos de Abril. Porém, Portugal é muito menos do que podia e devia ser. Os 123 mil milh...