sábado, 22 de abril de 2023

No Início Era a Guerra...

José Mateus

"Au Commencement Était la Guerre" é o título, talvez inspirado do mais famoso versículo do Evangelho segundo S. João, da mais recente obra do meu velho amigo Alain Bauer. Com esta obra, Bauer assinala o fim de um tempo de frivolidade, imprevidência, 'laissez aller', incúria e negligentes optimismos. Ou, como se diz em bom francês, Bauer "siffle la fin de la récréation". Chegou o tempo das coisas sérias, das questões de vida e de morte.



Profético e impiedoso, este trabalho de Bauer põe-nos perante a crueza das dinâmicas de uma realidade que ainda pouco ou nada consta dos livros e que, até ontem, todos os oráculos do costume nos garantiam ser impossível. Alguns, mais obtusos, continuam, aliás, a "manter a posição".

Em 2002, escassos meses depois do "11 de Setembro", Bauer publica a sua "leitura" dos acontecimentos e dinâmicas desencadeadas pela ofensiva do terrorismo islamista. O título era já, igualmente, profético: "La Guerre Ne Fait Que Commencer"... Depois, foi o que se viu e continua a ver. Agora, Bauer vem não só desfazer as ingénuas e pueris ilusões que quotidianamente nos são "vendidas" pelos aparelhos político-mediáticos como também vem pôr os pontos nos ii e os traços nos tt.

«Maintenant qu’avec l’illusion du bonheur s’effondre celle d’une civilisation mondiale, maintenant que la guerre entre partout en tension avec la paix dans la renaissance sanglante de l’Histoire, il est temps de découvrir qu’il y a une guerre et quels sont ses visages.

«Voici donc venu le temps d’appréhender le monde tel qu’il est plutôt que de l’ignorer, de le comprendre plutôt que de le rêver, de le travailler plutôt que de le consommer.

De préparer la guerre qui vient pour retenir la paix qui s’en va. De s’employer à faire l’Histoire pour n’être pas dévoré par elle.

D’accepter que, tant que l’Histoire a cours, toute ligne de vie puisse un jour avoir à se transformer en ligne de front.

«De fait, l’humanité semble condamnée à vivre perpétuellement entre conflits et intermèdes pacifiques. Depuis l’affirmation de la domination de l’anthropocène, la construction de sociétés humaines, de plus en plus complexes, s’accompagne de guerres tribales, locales, continentales ou mondiales. Le cœur du monde bat au rythme de ces conflits qui arrachent en permanence à l’inventivité humaine des progrès nouveaux autant pour détruire que pour restaurer, autant pour tuer à coup sûr que pour mettre en sûreté, autant pour conquérir que pour sanctuariser.

«Au commencement était la guerre, espérons finir en paix.»




Alain Bauer est professeur au Conservatoire national des arts et métiers, responsable scientifique du Pôle sécurité, défense, renseignement, criminologie, cybermenaces et crises (PSDR3C/ESDR3C). Il enseigne également à New York, Shanghai et dans les écoles spécialisées. Il a publié de nombreux ouvrages sur les sujets de sa spécialité.

terça-feira, 18 de abril de 2023

TAP: É Preciso Destapar Interesses e Mistérios das Negociatas

Lúcio Vicente
A quem interessa a venda da TAP?

Qual o Impacto da TAP na Economia?

Consequências do COVID e da Guerra na Ucrânia na TAP?

Que Resultados da TAP, em 2022, foram divulgados pela CEO? 

Porque foi demitida a CEO da TAP?


Em face da geolocalização de Portugal, país arquipelágico no extremo ocidental da Europa, sendo o mais próximo das Américas e da África, com grandes comunidades nestes continentes, lusodescendentes e lusófonos, a TAP é um instrumento crítico de sucesso para assegurar a presença cultural, linguística e económica no agora designado Sul global, África e América do Sul, onde Portugal tem um papel a desempenhar, no ar e, também, no imenso mar português que lhe compete defender e desenvolver, ou outros nos substituirão nessa missão.

Com efeito, a TAP é uma grande empresa nacional, senão vejamos alguns indicadores:

- Em 2019 foram geradas pela TAP 3.3 mil milhões de euros em receitas (TOP 10 nacional), das quais cerca de 2.6 mil milhões euros em exportações;

- Empregava 10 000 pessoas, representando em massa salarial bruta 650 milhões de euros;

- Adquiria mais de 1 000 milhões euros em cerca de 1.300 empresas nacionais fornecedoras, ligadas à TAP e ao seu hub em Lisboa, dinamizando a actividade económica e o emprego.

Impacto na Economia:

- O Turismo tem um peso significativo na Economia Portuguesa, representando, nos anos mais recentes, entre 9% e 12% do PIB;

- Cerca de 75% dos turistas que chegam a Portugal, fazem-no por via aérea;

- A geolocalização de Portugal (no extremo ocidental da Europa, e país europeu mais próximo das Américas e de África) favorece a existência de um hub global, mas requer um player local;

- Mais de 90 destinos (10 no Brasil e 6 nos EUA) foram, em 2019, conectados directamente a Portugal pela TAP;

- Analisando a evolução do número de passageiros transportados pela TAP, entre 2015 e 2019, verifica-se um crescimento de 61% para 17,1 milhões em 2019;

- Do ponto de vista fiscal, em 2019, a TAP foi responsável por cerca de 350 milhões de euros em impostos e contribuições para a Segurança Social;

- Cerca de 235 milhões de euros em IVA sobre o consumo dos trabalhadores do Grupo e dos turistas não-residentes transportados pela TAP;

- Por isso, a cadeia de valor da TAP induz um volume de receita fiscal significativa, pelos seus trabalhadores, os seus fornecedores directos, no turismo, e, ainda nos sectores indirectamente impactados pela TAP.

Consequências do COVID e da Guerra na Ucrânia:

- O impacto da pandemia e da guerra, foram enormes nas companhias de aviação à escala global, a que a TAP, não escapou, pelo que se tornou necessário que o Estado injectasse 3,2 mil milhões de euros e apresentasse à Comissão Europeia um plano de reestruturação com projecção até 2027, que foi aprovado;

- O Estado assumiu, por isso, a totalidade do capital da empresa, na perspectiva da recuperação do capital injectado no final da reestruturação;

- Nesse quadro foi aprovado um plano de redução do pessoal, para 7 000 trabalhadores, com ajuste dos custos laborais;

- Preservação do ecossistema de fornecedores;

- Redimensionamento da frota com a optimização da rede e redução do nº de aviões para 88; 

- Negociação das locações dos aviões;

- Disponibilização de 18 slots/dia em Lisboa;

Finalmente, por concurso internacional foi seleccionada e contratada uma CEO, com experiência no sector da aviação para dirigir a companhia, Christine Ourmières-Widener, em 2021.

Resultados da TAP em 2022, divulgados pela CEO em 21/03/2023:

- «Durante o primeiro ano completo do Plano de Reestruturação, a TAP gerou um lucro operacional que é um recorde histórico para a empresa, gerando, também, um lucro líquido positivo muito forte, tendo em conta o seu nível de alavancagem», uma vez que, o plano de reestruturação só previa o regresso da TAP aos lucros em 2025. Isto é, antecipou-os em três anos o que é bem revelador do potencial da empresa;

- Mesmo transportando menos passageiros e operando menos aeronaves do que em 2019, a TAP conseguiu um novo recorde nas receitas operacionais, que totalizaram 3.485 milhões, mais 151% do que no período homólogo. As receitas cresceram de forma expressiva em quase todos os segmentos: 187,9% nas passagens, 143,6% na manutenção e 9,4% na carga e correio;

- A companhia aérea transportou 13,8 milhões de passageiros em 2022, mais 136,1% do que no ano anterior, mas ainda aquém (81%) dos 17 milhões contabilizados em 2019. O número de voos operados atingiu 74,9% dos níveis registados no ano anterior à pandemia e a capacidade oferecida 87%. Já a taxa de ocupação (80%), ficou encostada à de 2019. A companhia aérea
tinha no final de Dezembro 93 aviões em operação. Isto é, «não é uma tapezinha»;

- Por outro lado, sendo a TAP um dos principais impulsionadores do crescimento significativo de turistas estrangeiros em Portugal nos últimos anos, contribuiu decisivamente para o seu aumento nos mercados dos EUA e Canadá, alavancado Portugal como um destino turístico para os norte-americanos;

- Com o resultado de 2022, a TAP põe fim a um longo ciclo de prejuízos, que atingiram os 1,6 mil milhões no ano passado, devido ao impacto da pandemia e à má gestão anterior. Perdas que levaram ao resgate da companhia com a injecção de 3,2 mil milhões de euros em ajudas de Estado e à aplicação de um plano de reestruturação, com despedimentos e cortes salariais.

- A redução de pilotos foi sensível, passando de 3411 em 2020, para 2517 em 2021 e 1535 pilotos em 2022, o que se revela insuficiente para manter o crescimento da operação;

- Todavia, para ajustar a esse crescimento, os custos com pessoal subiram 11,6%, com a contratação de 779 novos trabalhadores, apesar de ser necessário reverter a redução salarial;

- «Durante o quarto trimestre de 2022 a TAP foi capaz de gerar as receitas trimestrais mais elevadas da sua história e uma rentabilidade recorde, apesar dos contínuos desafios operacionais», destacou Christine Ourmières-Widener, CEO da TAP.

Porque foi demitida a CEO da TAP:

Os resultados de Christine Ourmières-Widener à frente da empresa, não impediram a demissão por «Justa causa» da gestora francesa que entrou na companhia em Junho de 2021 e do chairman, Manuel Beja, anunciada, 15 dias antes, a 6 de Março pelo Ministro das Finanças;

Falemos, então, um pouco dos antecedentes próximos e das narrativas em curso, porque podem fazer sentido se o objectivo for alienar a TAP, «Quanto mais depressa melhor, a qualquer preço, para evitar mais custos para o contribuinte»;

Com esse objectivo foi lançada uma cortina de fumo mediática que surtiu efeito. O pretexto foi o «valor da indeminização» para saída da companhia, por renúncia ou acordo, com a administradora Alexandra Reis;

Mergulhou-se o país no psicodrama dos custos elevados com um benefício de favor a essa gestora, que seriam os contribuintes, mais uma vez, a pagar;

Em consequência a CEO e o Chairman da TAP, foram demitidos «com justa causa» e a «Nação ficou feliz porque se fez justiça», o comentariado agradeceu e afiambrou-se ao tema, e arengaram os políticos, sobremaneira os do sistema;

Foi, então, constituída uma Comissão de Inquérito Parlamentar;

O que se se seguiu e viu até agora:

1º A argumentação do «sistema com os seus comentadeiros» apesar das tentativas de fazer sangue com as inquirições, não foram bem sucedidos, e não conseguiram encontrar forma de justificar a demissão «com justa causa». Pior ainda depois de serem conhecidos os resultados da TAP, poucas sessões decorridas;

2º Porém, a estratégia para a companhia e para o transporte aéreo em Portugal têm sido negligenciados, e passou a ajustar-se a narrativa à costumada dialéctica esquerda/direita de que o Estado é incapaz de gerir as empresas públicas, apesar de haver 143 empresas nesse universo;

3º O que se pode extrair disto até ao momento é que o sistema quer impedir a discussão do essencial; a importância da TAP para a imagem do país. Leva a sua «Marca» a três continentes, sendo a maior empresa nacional. Um peso significativo na economia, no PIB e no emprego;

4º Além disso, suscita a discussão da localização do futuro aeroporto de Lisboa, pelo que no processo de ajustamento da narrativa, foi necessário introduzir confusão, agora já se fala em oito hipóteses de localização, i.e., baralhar e dar de novo, pour épater les bourgeois;

5º Não se dá, assim, espaço para a discussão do que está subjacente e é decisivo para o futuro do país, i.e., que a TAP e o hub em Lisboa são indissociáveis, e ao separar-se um vector do outro, põe-se em causa o futuro do país e da sua viabilidade enquanto tal;

6º Com efeito, se a TAP for vendida ao grupo Iberia, dada a proximidade a Madrid, põe-se em causa a manutenção do hub de Lisboa e, com isso, a própria viabilidade estratégica, política e económica da existência de Portugal, que passará a ser um sítio sem conexões autónomas, mesmo ao seu próprio espaço de influência que ficará na esfera de Madrid. Melhor ainda quando, para fechar o puzzle, se fizer a ligação a Madrid por TGV.

Foi justamente pelo que antecede que Christine Ourmières-Widener foi demitida, por não se inserir no «ecossistema» e ter antecipado lucros da empresa em três anos pondo o jogo a descoberto. Não percebeu que eram politicamente indesejáveis!

Lisboa, 14/04/2023

quarta-feira, 12 de abril de 2023

Mudanças no discurso económico de Costa

Há aqui uma profunda mudança na semântica política do discurso de Costa sobre a economia... E é bem positiva. Influências do ministro da Economia António Costa e Silva? Talvez. Mas, seja como for, não basta mudar de semântica, é preciso construir os dispositivos e instrumentos, materiais e imateriais, para que as coisas funcionem e os objectivos sejam alcançados... Ou seja, é preciso inteligência económica e estratégica. E quem seja capaz de a conduzir e executar.

Segundo escreve a agência Lusa:

"O primeiro-ministro afirmou hoje que um dos objetivos da sua visita à Coreia do Sul é atrair investimento de multinacionais sul-coreanas para a produção europeia de semicondutores e defendeu que autonomia estratégica económica não significa protecionismo.


Tendo ao seu lado os ministros da Economia, António Costa Silva, da Ciência e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e das Infraestruturas, João Galamba, o líder do executivo português voltou a advogar a necessidade de Portugal acompanhar o movimento mundial de reorganização das cadeias de valor face ao atual quadro de instabilidade na economia internacional.

"Há uma necessidade de diversificação das cadeias de produção de alguns bens essenciais e os semicondutores são hoje fundamentais para tudo", sustentou, antes de apontar como exemplo o facto de a paralisação da produção na China, a partir do início de 2020 -- devido à pandemia da covid-19 -, ter bloqueado uma série de indústrias à escala global.

Por esta razão, de acordo com o primeiro-ministro, Portugal tem procurado "manter um diálogo com o grupo SK, tendo em vista atrair para o país a produção europeia de semicondutores".

"Neste conceito de autonomia estratégica que se tem vindo a desenvolver na Europa, Portugal tem tido uma posição muito clara sobre o significado deste conceito. Autonomia estratégica significa não ficar dependente de outros, mas não significa fecharmo-nos sobre nós próprios. Queremos atrair investimento direto estrangeiro, designadamente sul-coreano, para se produzir na Europa aquilo que a Europa necessita .....

terça-feira, 11 de abril de 2023

Pequim perde na Europa Oriental que se vira para Taiwan

A Conflits, revista francesa de geopolítica, faz o ponto da situação da derrota em curso de Pequim na Europa Oriental que procura agora de todos os modos possíveis atrair Taiwan e os seus investimentos e tecnologia.


Que signifie le rapprochement en cours entre Taïwan et les pays d’Europe centrale et orientale?

Les pays baltes en pointe

Toutefois, le dossier lituanien peut s’avérer critique sur les plans économique et géopolitique dans la mesure où le rapprochement accéléré entre Taipei et Vilnius, à partir de 2021, fait basculer l’épicentre du rapprochement entre Taïwan et les pays d’Europe centrale et orientale du côté des pays baltes au détriment de ceux du groupe de Visegrad ; Taïwan envisageant de faire de la Lituanie le pivot industriel de son redéploiement en Europe centrale et orientale. Les membres de ce groupe sont à l’origine de la plupart des initiatives de rapprochement avec Taipei et la Hongrie reste le premier partenaire économique de Taïwan, alors que la Tchéquie aspire à être le point de liaison politique et commercial privilégié avec Taïwan et que la Pologne multiplie les initiatives pour attirer les investisseurs taïwanais .....

https://www.revueconflits.com/que-signifie-le-rapprochement-en-cours-entre-taiwan-et-les-pays-deurope-centrale-et-orientale/

segunda-feira, 10 de abril de 2023

CPLP: Remodelações na Guiné Equatorial

A Guiné Equatorial é um dos Estados-membros da CPLP e muito intimamente ligado a S. Tomé e Príncipe. A imprensa portuguesa ignora sistematicamente a realidade deste país e nem sequer acompanha minimamente a sua actualidade. Enfim, posicionamentos...

Nos últimos dias, a agitação tem dominado os bastidores de Malabo, a capital. E várias remodelações estão em marcha e outras acabam de acontecer. Disso dá hoje conta o Africa Intelligence.



Trump: Comunicação Política... de Guerra!


Se oficialmente Trump ainda não lançou a sua campanha das presidenciais do próximo ano, a verdade é que com a curiosa ajuda dos Democratas ele ocupa os prime times e as primeiras páginas. Uma pré-campanha que vale incalculáveis milhões. Também do lado dos seus apoiantes, a campanha está já a ser lançada. E que campanha! Entre o General MacArthur e o implacável Terminator, é assim que Trump é apresentado... " Trump's bid for Presidency in 2024 is vital to restoring America back to the nation we all love so much. It's time to undo the damage the Democrats have done!"

Este Trump, assim figurado, anuncia uma coisa simples e previsível: A guerra já começou...

domingo, 9 de abril de 2023

O Agente de Putin que Subjugou a Alemanha

Matthias Warnig, amigo alemão de Putin (e do chanceler Schröder...) e agente da ex-Stasi, é o autor do plano do "gás russo" que subjugou a Alemanha...



Desventuras de Macron na China

Macron foi ao beija-mão ao imperador Xi, acompanhado da inenarrável teutónica Ursula von Qualquer-Coisa. O estéril casal franco-alemão ou a triste figura da Europa em Pequim.

O diário oficioso do PCC não perdeu a oportunidade oferecida e dedicou toda a primeira página à visita do casalinho europeu... com quatro fotos e tudo.
  
Enquanto a União Europeia tremelica toda com a guerra na Europa, enquanto 3 em cada 4 franceses não querem Macron e gritam isso entre greves e ocupação das ruas, enquanto o modelo económico alemão se desfaz sem que nada apareça para o substituir, enquanto a casa arde, estes dois vão ao beija-mão ao imperador amarelo a quem os chineses chamam príncipe vermelho... Triste "Europa" que tal gentinha tem a governá-la!

A imprensa imperial, claro, fez o seu papel de cantar loas ao seu imperador destacando como ele é grande e a "Europa" o ama. Enquanto Macron se colocava ao lado de Xi para "olharem para o passarinho", este mandava um porta-aviões (e todo o seu grupo de apoio, claro) fazer umas tangentes (e alguma secante) às águas de Taiwan... Que tristeza!


Sem legendas...

sábado, 8 de abril de 2023

Ucrânia: Top-Secret Leaks

Foreign Policy | 07/04/2023

What leaked documents reveal about Ukraine’s counteroffensive

Classified war documents on U.S. and NATO efforts to support Ukraine’s military ahead of a planned spring counteroffensive were posted to social media this week. The leaked documents, at least one of which is labeled “Top Secret,” reportedly include maps of Ukraine as well as information on troop and battalion strengths, anticipated weapons deliveries, and casualty numbers. The material, which is dated March 1, does not include detailed battle plans but does provide a glimpse into the Ukrainian military’s status as of five weeks ago. The documents, which seem to have appeared on the internet as early as March 1 and 2, were later posted to Twitter and Telegram.


Later on Friday, another trove of classified information was published on 4chan, an online anonymous message board. More than 100 pages were posted, which included sensitive U.S. briefing slides on topics like China, Indo-Pacific military issues, the Middle East, and terrorism, according to the New York Times. One slide was labeled “Secret/No Forn,” meaning not to be shared with foreign governments. A senior intelligence official who spoke to the Times called this leak a “nightmare for the Five Eyes” intelligence alliance, which is composed of the United States, Australia, Canada, New Zealand, and the United Kingdom.

As of now, it’s unclear who published any of the classified information and why, though the U.S. Defense Department has launched an investigation. Pentagon officials have acknowledged that they are legitimate Defense Department documents; however, some of the content seems to have been altered to inflate Ukraine’s casualty numbers. U.S. defense officials indicate this may be part of a push to further Moscow’s disinformation efforts; pro-Russian online accounts have actively publicized the documents since their release. “As many of these were pictures of documents, it appears that it was a deliberate leak done by someone that wished to damage the Ukraine, U.S., and NATO efforts,” Mick Mulroy, a former senior Pentagon official, told the Times.

Although neither sets of released papers seem to provide specific details such as when and where the anticipated Ukrainian military offensive will occur, they do provide important intelligence about the timing of weapons and troop deliveries as well as the progress of troop buildups—both things that could potentially provide Moscow with a tactical advantage. Some military analysts predict the spring strike will focus on Russian-occupied territory in southeastern Ukraine, but according to Ukrainian national security chief Oleksiy Danilov, no more than five people know when and where the spring strike will take place.

As for best strategies, retired U.S. Navy Adm. James Stavridis thinks Ukraine’s military should “drive to the Black Sea and split the Russians” on two flanks, coming up behind them. Speaking on FP Live on Thursday, the former NATO supreme allied commander said such an effort would “complicate their ability to manage logistics.” For more from Stavridis, including why he thinks Russian President Vladimir Putin is unlikely to use nuclear weapons and why Washington should go all-in on supporting Kyiv, watch, read, or listen to the interview here.

quinta-feira, 6 de abril de 2023

Marlene Schiappa, a Miss Playboy do governo Macron

SEXO E POLÍTICA: UM BINÓMIO EXPLOSIVO

São doze páginas de «une interview portant essentiellement sur la liberté des femmes mais aussi le féminisme, la politique et la littérature» e estarão na rua este sábado, na mais recente edição da Playboy francesa. A ministra de Macron conseguiu já um enorme "coup" de publicidade para a Playboy e para ela, embora não seja seguro que esse sucesso melhore a sua imagem... As redes sociais, entretanto, inundaram o "mercado" com fotos manipuladas... Numa delas, a senhora Schiappa aparece com o já famoso instrumento de governo macroniano - o terrível 49.3 - tatuado numa mama. Tatuagem na mama por tatuagem na mama, muita gente irá dizer que é muito mais abrangente e democrática a tatuagem que a Marina Le Pen tem (ou tinha) numa das suas mamas: a bandeira francesa, a muito mais famosa "bleu, blanc, rouge".



terça-feira, 4 de abril de 2023

OPEC+ Decide Subir Preço do Petróleo

A geopolítica já não é o que era. "Eppur si muove", dizia o outro, muito baixinho e contra todas aquelas grandes autoridades que não queriam que ela se movesse. As placas tectónicas da geopolítica começaram a mover-se, há já alguns anos, e moveram-se já o suficiente para que o quadro global, saído da II Guerra e "rectificado" pelo fim da Guerra Fria, se tenha alterado profundamente. Também o velho acordo, entre americanos e sauditas, "petróleo contra segurança", parece ter-se esfumado. O mais recente sinal destas mudanças é a decisão da OPEC+, liderada pelos sauditas, de cortar a produção de petróleo para fazer subir o preço do barril. Em plena crise económica e energética, esta decisão é a pior notícia para a maioria dos países. E deixa claro mais um enfraquecimento (processo começado com Obama) da posição de Washington no xadrez do Médio Oriente. Aqui se regista a síntese que a insuspeita Foreign Policy faz desta "evolução"...


Saudi Arabia’s Oil Win

A crude shock for the West

A trip to the gas pump may soon come with sticker shock after OPEC+ announced another set of cuts to oil production on Sunday. Starting in May, the oil cartel—led by Saudi Arabia and Russia—will slash output by 1.65 million barrels a day in a bid to push up the global price of crude.

The announcement comes amid a crucial shift in the global economy: Beijing’s decision to lift zero-COVID restrictions brought its sizable market back online, increasing demand for crude. This created an opportune moment for OPEC+ nations to raise oil prices, said Raad Alkadiri, managing director of energy, climate, and resources at Eurasia Group.

Crude prices were also beginning to settle after last month’s banking crisis led many hedge funds to fear they were risky assets and sell their oil shares. OPEC+ hopes cutting production will reverse weeks of macroeconomic uncertainty.

But not everyone is happy with the decision—especially in Washington, where the Biden administration is concerned the move will cause gas prices to rise at home and harm efforts to curb high inflation around the world. Central banks are struggling to rein in inflation without raising interest rates—particularly in Europe, which could be facing a looming recession in the coming months.

It’s also yet another sign of the increasingly rocky relationship between the United States and Saudi Arabia. Riyadh has refused to cut ties with Moscow over its invasion of Ukraine, undermining the effectiveness of Western sanctions on Russia. Against U.S. wishes, the cartel announced in October 2022 that it would cut its output by 2 million barrels of oil a day. In response, the United States partially drained its Strategic Petroleum Reserve to support Ukraine and keep oil prices in check.

Last week, however, President Joe Biden said it could take “years” to refill the reserve, meaning the West’s biggest powerhouse has little ammunition left. “They basically used all the bullets they had last year,” said Livia Gallarati, a senior analyst at Energy Aspects. “Now, they’re left with little to nothing that they can do to counterbalance the impact of the OPEC production cuts.”

But it’s the major oil importers in less developed parts of the world that are expected to bear the brunt of rising petrol prices. Alkadiri predicts Pakistan in particular, which is already struggling with a severe energy crisis, could face significant financial pressure.

Since the nations that announced oil cuts are doing so voluntarily, it is possible for OPEC+ to reverse course. But the likelihood of the bloc doing so is minimal, Gallarati said, and the damage to its relationships with Western allies is done.

Portugal: Falta de Estratégia e de Decisão

Lúcio Vicente Estamos a poucos dias de celebrar os 50 anos de Abril. Porém, Portugal é muito menos do que podia e devia ser. Os 123 mil milh...