sábado, 30 de novembro de 2019

China vs. USA: Com ou Sem Acordo, a Guerra Económica Vai Continuar...

O "Economist" faz o levantamento dos factos mais salientes da guerra económica sino-americana e conclui que não vai parar tão cedo. Fá-lo, porém, do ponto de observação que é o seu, o do establishment neo-liberal. Ora, para compreender realmente o que está atrás dos factos, o que os factos mostram mas ao mesmo tempo ocultam, é preciso compreender Donald Trump... E isso o Economist nem tenta fazer. 

Compreender Trump e a sua lógica é decisivo para a análise esclarecedora de todo o processo desta "trade war". Ao contrário de Clinton e Obama, Trump não partilha de lógicas pós-modernas. A sua lógica é moderna, é assumidamente a da relação de forças. Neste sentido e paradoxalmente, Trump é, de facto, um leninista. Se ele soubesse falar russo, já teria  dirigido a Pequim (e ao Economist...) um twit com a fórmula preferida de Lénine: Kto Kogo...

Why U.S.-China Trade War Won't End Soon

America and China are edging closer to signing a deal in the trade war. But that won’t mark the end—the issues at the heart of the conflict will be very difficult to resolve.....




sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Media e Regimes: Governos, Spreads e Crescimento Económico...

Como a guerra económica mudou o interesse dos Estados no controlo da informação. Análise do papel da inteligência económica e da informação como instrumento estratégico não só para as empresas mas também para o Estado.

E se a manipulação da informação se tiver tornado o novo campo de batalha entre os Estados? Se a narração dos factos for concebida e preparada de modo a abalar governos, alterar spreads, controlar um Estado ou incidir substancialmente sobre o sistema económico condicionando crescimento e emprego? A nós, Portugueses, estas questões soam-nos como ecos do que, nesta última década, se passou neste País que somos... Questões a que “il nostro eccellente amico” Giuseppe Gagliano responde no seu recente livro  Guerra Economica, Cognitiva, dell'Informazione – Lo Stato dell’Arte”.

Gagliano é presidente do Centro de Estudos Estratégicos Carlo de Cristoforis (Cestudec) e autor de vasta bibliografia sobre chega ao cerne do debate sobre a guerra económica e o papel da inteligência económica como ferramenta estratégica não apenas para as empresas, mas também para o Estado.

"Do ponto de vista político, afirma Gagliano, o presidente Francesco Cossiga já tinha entendido claramente o papel da guerra económica em 1989 e como ela substituiria parcialmente a militar, tornando necessárias mudanças significativas na organização dos serviços de inteligência e de segurança".

Hoje, "a inteligência económica é um instrumento da guerra económica em andamento no cenário multipolar", escreve Gagliano. Motivo? A inteligência económica é "o carro-chefe das políticas de guerra económica e é com base nisso que a colaboração entre o Estado e as empresas é ainda mais necessária. É um elemento-chave para empresas e Estados, pois os mercados financeiros representam o cérebro de todo o sistema económico: se eles falharem, não apenas os lucros do sector serão mais baixos, mas também o desempenho de todo o sistema económico de um país fica comprometido."

Gagliano mostra ainda como, num mundo onde a tecnologia evolui muito rapidamente, "a sociedade da informação mudou a estrutura operacional da guerra económica. O potencial ofensivo do agressor é, de certo, ampliado pelas tecnologias da informação”.

Também as multinacionais e ONG vêem aqui desmistificadas muitas das suas “narrativas” fundacionais. Muitas (quase todas...) das “multinacionais” são, de facto, nacionais e quase todas as grandes ONG (vidé Green Peace) são, de facto, empresas e negócios multinacionais...

A realidade posta a nu por Gagliano está bem longe da narrativa neo-liberal, do discurso daqueles que acreditam piamente e pregam que o Estado não deve intervir na economia cujos destinos deve deixar exclusivamente aos cuidados do “mercado” (ou dos interesses que o dominam).

Synopsis

L’intelligence economica costituisce uno strumento indispensabile per salvaguardare la sovranità economica di un paese e quindi la sua indipendenza.

L’intelligence economica può essere efficacemente attuata solo dopo la piena comprensione della guerra economica e delle altre forme di belligeranza che passano dall’informazione, i dati e la conoscenza.

Non considerare questo legame è un errore metodologico grave. Così come lo è pensare di porre in essere un dispositivo efficace di intelligence senza prima avere conseguito una adeguata sovranità economica e militare nello scenario multipolare.

Lo scopo di questo libro, che si avvale di contributi di analisti e studiosi di questi fenomeni, è proprio quello di fare il punto sullo stato dell’arte di queste nuove e moderne forme di belligeranza. Ne emerge la centralità della intelligence economica come strumento difensivo e insieme offensivo volto a consolidare – o a conseguire – la sovranità economica senza la quale la libertà è solo un’illusione.

Nella parte finale del libro sono raccolti gli interventi dell’autore sugli scenari internazionali nei quali si dispiega la guerra economica.



As Forças Armadas Face às Ameaças e Conflitos da Guerra Híbrida


O almirante Patrick Zimmermannn, da DRM - Direcção de Informação Militar (o equivalente francês da velha DINFO portuguesa) descripta o que significam as ameaças e os conflitos híbridos e as funções da informação militar. Em linha no Le Point:



Da DRM francesa sobre ameaças, conflitos e guerras híbridas

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Berlim e Paris Vão Redefinir o "Futuro da Europa"

Horas antes da nova Comissão Europeia ir a votos no Parlamento Europeu, Paris e Berlim definiram-lhe o seu "caderno de encargos": organizar uma conferência onde se redefina o futuro da Europa. Esta vai ser a grande tarefa política de uma Comissão Europeia em tempos de Brexit e de uma subida imparável do soberanismo nos Estados da União Europeia... 

Para a equipa de analistas da Geopolitical Futures, "the project is aimed at making the European Union “more united and sovereign.” It’s a two-phase plan that will start in the months before Germany assumes the EU presidency in the second half of 2020 and end when France holds the post at the end of 2022. The two countries hope the conference can help clarify the EU's stance on key issues like security and defense, its role in the world system, trade, competitiveness and “European values.” 

"By far the most notable aspect of this proposal is that it admits treaty changes that would affect the EU’s organization and financial structures may be necessary. The proposal still lacks important details, however, and its ambitious mandate doesn’t inspire much confidence."

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

O 'desenvolver' da globalização conduziu à sua própria negação

Um texto profético de inícios de 2008 (antes da grande crise, portanto!) mostra como se fina a globalização... Publicado na 'Géoéconomie' por Alice Lacoye Mateus e Christian Harbulot. Registe-se.

clicar na foto para a aumentar


Os Ricos Estão a Fugir dos Bancos


A procura de cofres-fortes disparou. Os ricos procuram soluções alternativas aos bancos para guardar a sua riqueza. O verbo "desbancarizar" já tinha surgido (em inglês) há meia-dúzia de anos, mas agora a coisa tornou-se moda, como a Bloomberg regista:

"From London to Switzerland to parts of the U.S., the rich are looking to store precious metals, cash and cryptocurrency. For some, it’s the threat of a global recession. Others are avoiding bank deposits as negative interest rates force lenders to charge for holding cash. Many are concerned about natural disasters.

Hedge fund titan Ray Dalio captured the anxiety last month when he warned the global economy is under threat from an explosive mix of ineffective monetary policy, a widening wealth gap and climate change. A majority of wealthy investors are stockpiling cash in anticipation of a sharp market drop before the end of next year, according to a survey of clients from UBS Global Wealth Management."

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Tropas chinesas já entraram em Hong-Kong


As tropas chinesas do "Exército Popular de Libertação" já entraram pela fronteira de Hong-Kong. Durante todo este fim de semana, os soldados do EPL começaram a espalhar-se pelas ruas da cidade e a ocupar pontos-chave. Neste quase meio ano de revolta da população de Hong-Kong, é a primeira vez que o EPL invadiu a cidade, desde o início dos protestos, em Junho passado. 

Porta-vozes oficiais e media de estado da China dizem que a população de Hong-Kong deu as boas-vindas aos soldados do EPL mas todos os observadores ocidentais na cidade são unânimes em afirmar exactamente o contrário...

“Stopping violence and ending chaos” foi a frase utilizada pelo ditador chinês Xi Jinping, para justificar a invasão, segundo o jornal de Hong-Kong, South China Morning Post, que acrescenta ter um dos soldados chineses dito a repórteres do jornal: “We volunteered! Stopping violence and ending chaos is our responsibility”...


sexta-feira, 15 de novembro de 2019

George Friedman: "A Europa Está Longe de Ser uma Estrutura Estável..."


Das muitas "leituras" da queda do muro e sequente colapso da URSS que nos têm chegado nas últimas semanas, a propósito da comemoração do 30º aniversário, a mais profícua é esta de George Friedman. Pela capacidade de colocar os acontecimentos em perspectiva, de integrar os factos (sem a preocupação de deixar convenientemente de fora qualquer facto que pudesse estragar a "teoria"...) e pela própria "grelha de leitura" aplicada. No final, a conclusão da análise do nosso amigo George soa como um sonoro aviso: "I think we are not at the end of history. It’s been 30 years since the first steps into this latest epoch, which means a new shift is possible, though it may hold off a decade or two. But, and this is my point, Europe is far from a stable structure. And that is always dangerous for the world." 


The Road to Four Months That Changed the World

George Friedman | Geopolitical Futures | Nov. 12, 2019

Thirty years ago, on Nov. 9, 1989, the Berlin Wall fell. This was the beginning of a period that would change the world. When the last remnants of the wall came down in November 1991, it began four months that transformed all that had gone before. On Dec. 31, 1991, the Soviet Union ceased to exist; then on Feb. 7, 1992, the Maastricht Treaty was signed, creating the European Union. Like 1918 or 1945, this four-month period marked the end of one era and the beginning of another. It is 30 years since the beginning of this transition and its meaning is only now becoming visible.

Turning Points of the 20th Century

Europe in the 20th century had four turning points. The first came in 1918 with the end of World War I. It was also the end of Imperial Europe. The German, Austro-Hungarian, Russian and Ottoman empires all collapsed after the war, and the British Empire was not far behind. Nations like Poland that had been buried within one or more empires emerged as independent republics, some for the first time in centuries. Some were forged together into multinational states, like Yugoslavia or Czechoslovakia. The borders of others, like Hungary, were dramatically changed. Defeated Germany survived. Throughout Europe, the republican form of government took hold and, with it, supposedly liberal democracy. Emperors did not reemerge, but liberal democracy took hold only intermittently.

This was an era in which Europe as a whole was in a state of shock over what it had done to itself in World War I. The nations that were shed by the fallen empires clung to national identities from centuries before, but were not at all certain what they were now that they had reemerged into history, frequently with multiple nationalities sharing the same state.

This era ended in 1945. World War I originated in the unification of Germany. This was previously a region of fragmented duchies, which joined together under the management of Prussia and formed an empire under the House of Hohenzollern. From unified Germany’s inception, it was strong economically and militarily, but not strong enough to feel secure. With France on one side and Russia on the other, Germany could not survive a simultaneous attack from east and west, launched at a time of France's or Russia’s own choosing. Germany was forced to conclude that it would have to launch a war at a time of its own choosing, knocking France or Russia out of the war first, then dealing with the other at its leisure. And, thus, the Schlieffen Plan was executed in 1914. It failed, leading to the end of empires.

During the interregnum between the two world wars, Germany emerged again, going from a cripple in 1932 to the dominant military power on the Continent by 1938. It faced the same strategic problem it had faced before 1914, and was defeated, as it had been in 1918. This ushered in the third epoch in 20th-century Europe: the time of Soviet-American hegemony. World War II ended with the Americans and Soviets meeting on the Elbe River and dividing Europe roughly along the lines they had conquered it. The Soviets held the band of countries from Poland to Bulgaria, and the Americans and their British allies held everything to the west.

The Era of the Iron Curtain

This was the time when Europe as a whole lost control of its fate. For Europe, ever since 1914, its fate had been war, the overriding question was whether, or more truly when, the Soviets and the United States would take Europe into war. The question of war and peace had been decided in London, Paris and Berlin. Now the question was decided in Washington and Moscow. It would be too much to say that Continental Europe constituted colonies. It would be more accurate to say that these were sovereign nations trapped in a geopolitical reality that tied their hands in relation to the world and cost them their empires. Europe was sovereign, but only in a very limited sense. The era of failed or monstrous states had put them in a position where no one, not even they themselves, trusted them to use full sovereignty wisely.

Europe was therefore divided by what British Prime Minister Winston Churchill called the Iron Curtain. Each side – the American-led NATO and the Soviet-led Warsaw Pact – prepared for a war that was fought everywhere except in Europe. As the European empires collapsed, the Americans and Soviets competed over who would inherit these empires. The issue was less who would control a country and more who would be stopped from controlling a country. The U.S. had little interest in Congo or Vietnam themselves; it had an interest in blocking the Soviets, and vice versa.

This diversion bought Europe time to recover, and it was in the interest of the United States to help it to recover. The Soviets were poor but powerful, and they controlled their region with tanks and few economic incentives. The Americans were powerful and rich, and they had far more to offer their zone, from the Marshall Plan to favorable trade relations. With these offerings Europe rebuilt itself, using American money and European intellectual capital. Germany retook its position as the most economically dynamic nation in Europe, this time abandoning strategic interests in favor of a purely economic Germany. Apart from the fear of war, which died down eventually, this was the happiest this part of Europe had been since 1914.

The other Europe, the one to the east, was less happy. Part of it was the ever-present Soviet power; the other and perhaps greater part was the penury in which this part of the Continent lived. The difference between a department store in Warsaw or Budapest and one in Frankfurt or Rome was startling. The simple fact was that the opportunities of life, from travel to luxury, ground on the Eastern Bloc, as much as ideology and freedom did.


In the end, the division of Europe could not hold, not because of the defeat of one side or the other in war, but out of sheer exhaustion of effort for so little in return. The Soviet Union faced, as it does today, a crisis of increased expense spending and decreased oil revenue. That hurt, but it was not what weakened the Soviet Union. The Soviet Union simply failed to succeed and the comparison to life in the West created cynicism about the bombastic ideology, the parades in front of the Kremlin displaying weapons that were built for display rather than use, and the difficulty of getting an apartment without insect infestations. In the pattern of a normal life, the last is the worst.

The Soviets no longer believed in themselves, nor did they believe in the geopolitical boundaries Josef Stalin had won for them. They were not going to go to war, and spending money on tanks deployed in Germany or Hungary benefited no one. When East Germans began to go to camps in Hungary and the Hungarian border guards opened the barbed wire gates for them to walk through, the Soviets simply didn’t care any longer. Maintaining the Cold War meant that both sides had to care equally. Even though war was unlikely, the U.S. remained more concerned and disciplined. In the end the Soviet response to American vigilance was, “to hell with it.”

The Fourth Epoch


The wall came down and then the Soviet Union collapsed into the impoverished first decade, and the United States stopped caring. The fourth era had come to pass. Ushering in the fourth era was the Maastricht Treaty, an odd contraption. Europe had had a degree of economic integration since the Marshall Plan, which had mandated such integration, to much French resistance. Europe had developed into two economic zones, and then into one, the European Community, which was basically a free trade zone of sovereign nations. But when the Soviet Union collapsed and the U.S. stopped caring, they faced their fundamental problem.

The collapse of empires had created a plethora of free republics. It also permitted the reemergence of Germany, once again powerful and rich, once again insecure and, as time had passed, more vitriolic and enraged. What came out of that was World War II, savage destruction and hardship in Europe, and the loss of ultimate sovereignty. In November 1991 this all began to fade away, with neither a bang nor a whimper. It simply ended. The Europeans had been obsessed with the question of why there were two world wars, and how to never have one again. They answered the first question by saying that nationalism was the key. They answered the second by agreeing that nationalism had to be crushed.

The problem was that Europeans had been freed from empire in 1918, and whatever came after, they still cherished the thought of national principle. But in both cases, Germany had played an instrumental role in beginning and ending the era. Now Germany was no longer the vanquished but the economic arbiter of Europe. With the Soviet Union collapsed and the United States indifferent, Germany was the European power. So, the question became how to control Germany.

The European Union was not created for free trade; that existed already. It was created to solve the dangers of nationalism, particularly German nationalism, without assaulting the cherished principles of national sovereignty. So, the EU was created as a treaty of sovereign nations that pledged to stop acting as sovereign nations. This worked nicely, so long as the EU-monitored peace and prosperity reigned. But it didn’t last long. In the 1990s 100,000 Yugoslavs died in war. The Europeans had failed to contain war once again, but the explanation was that the Balkan states were not all that European, since they were not in the EU. But then in 2008, prosperity became more uncertain, and battles between sovereign states in the organization that controlled their sovereignty intensified. The EU was not delivering.

The fourth period has, in an odd way, created an imperial structure that permits a degree of sovereignty for its member nations, in return for a coordinated economic – but not military – will. It punishes states that resist, but most important, it has Germany as its economic center. The Germans are accused of fixing the euro to benefit themselves, limiting European economic and sometimes political choices, and so on. The EU has been and increasingly is a German question.

In each of the steps on the road today, the German question has in some way been central. It triggered two world wars, it was the potential battleground of the third, and it resides at the center of the EU. The problem is that Germany is unlike other European countries in its productivity and its resilience. It is also a country that is always insecure, if not in military matters then in economic ones. Therefore, I think we are not at the end of history. It’s been 30 years since the first steps into this latest epoch, which means a new shift is possible, though it may hold off a decade or two. But, and this is my point, Europe is far from a stable structure. And that is always dangerous for the world.

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

O Governo Sanchez-Iglesias nas Mãos dos Republicanos da Catalunha

O PSOE e o Podemos divulgaram um pré-acordo em 10 pontos para formar um “governo de coligação”. A soma dos seus votos no Parlamento não chega, porém, para aprovar o governo que venha a sair deste acordo. Depois das posições assumidas pelos diversos partidos, tudo indica que só a abstenção do grupo parlamentar da Esquerda Republicana de Catalunha poderia viabilizar o governo que Sanchez e Iglesias anunciam neste pré-acordo (que mais parece um ingénuo e simplório enunciado de boas intenções). A ironia desta conjuntura política reside no facto de, para vir à luz do dia, o “governo de Espanha” não poder dispensar o acordo dos independentistas catalães e de serem os republicanos da ERC a decidir do governo da Monarquia... O que a ERC irá fazer ainda não se sabe (neste momento em que escrevemos) mesmo se o ponto 9 (que trata da questão catalã) esteja longe de ser do seu agrado (e isto é o mínimo que se pode dizer). Mas uma coisa ficou já clara: a revolta da Catalunha fez explodir a arquitectura política do actual Estado Espanhol. E é esse o problema desta crise e que vai obrigar o PSOE (e outros) a (re)definir-se e ter de optar entre “castelhanismo” e “federalismo”... 

O Comunicado PSOE/Podemos em 10 pontos

“El PSOE y Unidas Podemos hemos alcanzado un preacuerdo para conformar un Gobierno progresista de coalición que sitúe a España como referente de la protección de los derechos sociales en Europa, tal y como los ciudadanos han decidido en las urnas.

Ambas formaciones comparten la importancia de asumir el compromiso en defensa de la libertad, la tolerancia y el respeto a los valores democráticos como guía de la acción de gobierno de acuerdo con lo que representa la mejor tradición europea.

Los detalles del acuerdo se harán públicos en los próximos días. Actualmente, estamos avanzando conjuntamente en una negociación encaminada a completar la estructura y funcionamiento del nuevo gobierno que se regirá por los principios de cohesión, lealtad y solidaridad gubernamental, así como por el de idoneidad en el desempeño de las funciones.

Los ejes prioritarios de actuación del gobierno progresista de coalición se centrarán en dar respuesta a los principales retos que tiene ante sí la sociedad española en su conjunto:

1.- Consolidar el crecimiento y la creación de empleo. Combatir la precariedad del mercado laboral y garantizar trabajo digno, estable y de calidad.

2.- Trabajar por la regeneración y luchar contra la corrupción. Proteger los servicios públicos, especialmente la educación – incluyendo el impulso a las escuelas infantiles de cero a tres años-, la sanidad pública y la atención a la dependencia. Blindaje de las pensiones de nuestros mayores: asegurar la sostenibilidad del sistema público de pensiones y su revalorización conforme al coste de la vida. La vivienda como derecho y no como mera mercancía. Apostar por la ciencia como motor de innovación económica y dignificar las condiciones de trabajo del sector. Recuperar talento emigrado. Controlar la extensión de las casas de apuestas.

3.- Lucha contra el cambio climático: la transición ecológica justa, la protección de nuestra biodiversidad y la garantía de un trato digno a los animales. 
 


4.- Fortalecer a las pequeñas y medianas empresas y a los/as autónomos/as. Impulsar la reindustrialización y el sector primario. Facilitar desde la Administración las bases para la creación de riqueza, bienestar y empleo, así como el impulso digital.

5.- Aprobación de nuevos derechos que profundicen el reconocimiento de la dignidad de las personas como el derecho a una muerte digna, a la eutanasia, la salvaguarda de la diversidad y asegurar España como país de memoria y dignidad.

6.- Asegurar la cultura como derecho y combatir la precariedad en el sector. Fomentar el deporte como garantía de salud, integración y calidad de vida.

7.- Políticas feministas: garantizar la seguridad, la independencia y la libertad de las mujeres a través de la lucha decidida contra la violencia machista, la igualdad retributiva, el establecimiento de permisos de paternidad y maternidad iguales e intransferibles, el fin de la trata de seres humanos con fines de explotación sexual y la elaboración de una Ley de igualdad laboral.

8.- Revertir la despoblación: apoyo decidido a la llamada España vaciada.

9.- Garantizar la convivencia en Cataluña: el Gobierno de España tendrá como prioridad garantizar la convivencia en Cataluña y la normalización de la vida política. Con ese fin, se fomentará el diálogo en Cataluña, buscando fórmulas de entendimiento y encuentro, siempre dentro de la Constitución. También se fortalecerá el Estado de las autonomías para asegurar la prestación adecuada de los derechos y servicios de su competencia. Garantizaremos la igualdad entre todos los españoles.

10.- Justicia fiscal y equilibrio presupuestario. La evaluación y el control del gasto público es esencial para el sostenimiento de un Estado del bienestar sólido y duradero.

domingo, 10 de novembro de 2019

Portugal, Realidades e Percepções: Magnífica Lição de Jorge de Sena


JM

Lição que Jorge de Sena finaliza com uma explicação das realidades dos Estados Unidos (onde foi prof. catedrático em várias universidades), como só ele tinha o conhecimento e a coragem para fazer. Para quem se interessa por conhecer e perceber as décadas de meados do nosso século XX é imprescindível ouvir (e re-ouvir) esta entrevista de Sena a Leite de Vasconcelos, da Rádio Moçambique, em 1972. Ouvi-lo é também um excelente modo de comemorar os 100 anos do nascimento deste homem que estava indicado para ministro das Obras Públicas (ele era engenheiro) se certo golpe militar contra Salazar, no final dos anos 40, tivesse triunfado, mas cujo fracasso acabou por levá-lo ao exílio (primeiro no Brasil e depois nos Estados Unidos) e a uma exclusiva dedicação às letras (tal como o homem que escolhera para seu chefe de gabinete foi dedicar-se às letras e à história na Sorbonne). Autor de uma vastíssima e multifacetada obra (hoje demasiado desconhecida...), Sena inovou em tudo o que fez: prosa, poesia, teatro, ensaio e crítica literária (notáveis são os seus trabalhos sobre Pessoa e Camões). “O Reino da Estupidez” e “Peregrinatio ad loca infecta” foram das primeiras coisas que li dele e que nunca mais esqueci... Sena nasceu há 100 anos (em Lisboa) e morreu (na Califórnia) há quase 42 anos mas a lição da sua vida e obra está bem viva e continua como um grande activo da cultura portuguesa. Um activo imprescindível. Se a agarramos, integramos e inscrevemos nestes tempos, se temos a inteligência e a coragem que ela implica, é outra história, não já de Sena mas nossa.




Sena: “Tiveram todos culpa...”


“Tiveram todos culpa no chegar-se a isto:
infantilmente doentes de esquerdismo
e como sempre lendo nas cartilhas
que escritas fedem doutras realidades,
incompetentes competiram em
forçar revoluções, tomar poderes e tudo
numa ânsia de cadeiras, microfones,
a terra do vizinho, a casa dos ausentes,
e em moer do povo a paciência e os olhos
num exibir-se de redondas mesas
em televisas barbas de falácia imensa.”


Poema de Sena dedicado a Édith Piaf:

“Esta voz que sabia fazer-se canalha e rouca,
ou docemente lírica e sentimental,
ou tumultuosamente gritada para as fúrias santas do “ça ira”,
ou apenas recitar meditativa, entoada, dos sonhos perdidos,
dos amores de uma noite que deixam uma memória gloriosa,
e dos que só deixam, anos seguidos, amargura e um vazio ao lado
nas noites desesperadas da carne saudosa que se não conforma
de não ter tido plenamente a carne que a traiu,
esta voz persiste graciosa e sinistra, depois da morte,
como exactamente a vida que os outros continuam vivendo
(...) como melodias valsando suburbanas
nas vielas do amor
e do mundo.”

sábado, 9 de novembro de 2019

Nos Próximos 3 Anos, a Inteligência Artificial Vai Obrigar a Requalificar e Reorientar Milhões e Milhões de Empregados

via Franck DeCloquement 

"Tendance du fait du développement de l'IA, 120 millions d'employés devront être requalifiés ou réorientés à travers le monde ces trois prochaines années, dont plus de 2 millions en France. C'est ce que pointe une étude d'IBM portant sur les compétences.



Fondé par IBM en 2002, l'Institute for Business Value scrute les grandes tendances à l'oeuvre au sein des entreprises mondiales. Dans sa dernière étude baptisée «The enterprise guide to closing the skills gap» («Guide de l'entreprise pour combler l'écart de compétences»), pour laquelle 5.250 dirigeants ont été interrogés dans 37 pays, l'IBV s'intéresse aux impacts de l'intelligence artificielle (IA) sur le marché du travail. Une donnée impressionnante ressort de cette enquête: dans les trois années qui viennent, plus de 120 millions d'employés pourraient avoir besoin d'une formation , cela pour les seules économies les plus dynamiques de la planète, soient une dizaine de pays. En France, plus 2 millions de travailleurs seraient concernés, contre 50 millions en Chine, 11 millions aux Etats-Unis, 7 millions au Brésil, presque 5 millions au Japon, etc.

Allongement du délai de formation

Pourquoi de tels besoins? «Parce que l'ensemble des nouvelles technologies, depuis l'IA jusqu'à la blockchain en passant par l'internet des objets, prend une place de plus en plus importante dans les entreprises. Résultat, les dirigeants estiment que disposer de compétences dans ces domaines se révèle essentiel à la compétitivité de leur organisation», explique Diane Dufoix-Garnier, directrice des affaires publiques d'IBM France. Problème: 90% des sondés voient dans les compétences un facteur critique pour se développer sur d'autres marchés, seuls 41% estiment que leur société peut trouver en interne les compétences nécessaires à la mise en oeuvre de leur stratégie business… mais seulement 50% disent avoir mis en place une politique de développement des compétences.

Se référant à une étude qu'il avait réalisée en 2014, l'IBV pointe également l'allongement du délai de formation: alors que, cinq ans en arrière, il fallait en moyenne trois jours pour acquérir de nouvelles compétences, au moins 36 jours sont désormais nécessaires. «Il y a plusieurs raisons à cela. D'une part, le volet technologique peut se révéler plus complexe à appréhender. D'autre part, la transformation numérique induit beaucoup de compétences comportementales, autrement dit des «soft skills» que l'on acquiert surtout avec l'expérience, ce qui prend du temps», analyse Diane Dufoix-Garnier.

Des soft skills parmi les compétences recherchées

Les soft skills se hissent dans le Top 2 des compétences importantes aux yeux des dirigeants . La flexibilité, l'agilité et la capacité d'adaptation trustent le haut du podium, suivies par la capacité à gérer son temps et à établir des priorités. Par le passé, les compétences STEM (sciences, technologie, ingénierie et mathématiques) et les compétences en informatique-logiciel-application s'octroyaient les premières places. Aujourd'hui, elles sont reléguées aux sixième et huitième positions, aussi bien en France qu'en Chine, aux Etats-Unis, au Royaume-Uni, etc.

Parmi les recommandations formulées par l'IBV pour aider les organisations à en finir avec la pénurie de talents , figurent notamment la personnalisation des parcours de formation, la transparence sur les évolutions des besoins de l'entreprise et la valorisation de l'acquisition de nouvelles connaissances. «Au global, cette étude soulève de grands enjeux de société auxquels IBM s'attache à trouver des solutions. Pour exemple, nous venons de lancer en France le programme P-TECH qui consiste à sensibiliser les jeunes aux métiers de demain, tout en oeuvrant en faveur de l'égalité des chances», indique Diane Dufoix-Garnier. Le géant américain a également lancé des initiatives comme l'IBM France Academy ou encore l'IBM Cloud Garage, des lieux alternatifs pour aider les collaborateurs de ses clients à se former aux méthodes agiles , au mode projet , etc."
https://business.lesechos.fr/directions-numeriques/digital/transformation-digitale/0601922837850-intelligence-artificielle-il-va-falloir-former-plus-de-2-millions-d-employes-331875.php?fbclid=IwAR044vQz-tEBdGl25Cv1FXIfVr6UWbT7vTYIxiVENkiOGuK7DxdnMxtm3OA  

O "Protegido" de Macron na capa do 'Le Point'

Histórias de um escândalo presidencial: Benalla, o marroquino preferido do presidente Emmanuel Macron, conta tudo (enfim, tudo o que pode e o deixam dizer), na mesma semana em que o presidente francês declarou a NATO em "morte cerebral". Uma história que está, porém, ainda longe de esgotada e, sobretudo, de ser bem contada...

Como a CP avisava em tempos: "Atenção, um comboio pode encobrir outro".


quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Portugal no top10 dos Estados mais seguros do mundo para viagens de turismo e negócios

Na 9ª posição do ranking de 140 Estados (liderado pela Finlândia), Portugal está muito à frente da Espanha (16ª posição), da Noruega (17ª), da Holanda (24ª), da Suécia (36ª), da Alemanha (41ª), da Dinamarca (43ª), da Inglaterra (45ª) e de outros Estados da União Europeia que nem sequer integram o top-50, como a França (51ª), a Bélgica (52ª) e a Grécia (61ª) ou ainda, noutro continente, os Estados Unidos (55ª). 

Na Europa, mais seguros do que Portugal apenas a Filândia (1ª), a Islândia (2ª), a Suíça (4ª) e o Luxemburgo (8ª).

Dos lusófonos, o Brasil surge apenas na 124ª posição, bastante pior do que Moçambique (115ª), Angola (104ª) e Cabo Verde (92ª).

Honduras, Venezuela, Yemen, Nigeria e El Salvador estão, por esta ordem, no fundo do ranking e são os lugares mais desaconselháveis para visitar.

O ranking "The Travel & Tourism Competitiveness Report 2019" analisa a competitividade turística de 140 países e é elaborado pelo World Economic Forum e "measures the extent to which a country exposes tourists and businesses to security risks mainly related to serious harm to people (violence and terrorism), petty crime is not taken into account."

http://reports.weforum.org/travel-and-tourism-competitiveness-report-2019/rankings/#series=TTCI.A.02





Malas e Milhões

Como meter um milhão de euros numa mala? Que notas usar?

Que dimensões e que tamanho deverá ter a mala?

Alguém sabe?


quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Os hackers chineses estão mais sofisticados e... perigosos

"Les hackers chinois ont changé d'objectifs et sont devenus... plus dangereux

Epstein: Media Acusados de Encobrimento do Escândalo de Pedofilia

Nova bomba no caso de pedofilia e exploração sexual do suicidado multimilionário Epstein. Surge agora a revelação de que alguns media tinham conhecimento do caso e o encobriam há anos. Uma jornalista de investigação que já há três tinha “toda a história” foi silenciada durante todo este tempo... Amy Robach aparece agora a denunciar tudo, no âmbito do muito conservador “Project Veritas”, dirigido por James O’Keefe. A guerra de informação no universo político-mediático americano (a um ano das 'presidenciais'...) é uma procissão que só agora começa a sair da igreja...



Portugal: Falta de Estratégia e de Decisão

Lúcio Vicente Estamos a poucos dias de celebrar os 50 anos de Abril. Porém, Portugal é muito menos do que podia e devia ser. Os 123 mil milh...