quarta-feira, 28 de novembro de 2018

O porto de Praia da Vitória e a visita de Xi Jinping


Os chineses publicitaram o seu interesse por Sines há bem uma década (pela mesma altura em que Obama andava muito entretido com o seu - falhado – ‘shift’ para o Pacífico). Pelo mesmo tempo, começaram a incluir os Açores em ‘escalas técnicas’ de viagens dos seus dirigentes máximos e a manifestar, pouco subtilmente, o seu interesse por bases naquele arquipélago (ao mesmo tempo que Obama mandava anunciar o seu desinvestimento nas Lajes...).

Este quadro de circunstâncias fez tocar algumas campainhas em Washington e alguns gritos alarmados de “red flag over the Atlantic”...

O interesse de Pequim em Sines continuou público mas os Açores quase desapareceram deste radar. Delegações chinesas vieram, entretanto, visitar Sines – sempre manifestando o seu interesse em criar ali um ponto de apoio à sua frota mercante e ainda à militar. A actual ministra do Mar também se deslocou algumas vezes à China (onde foi muito bem recebida e acarinhada e aproveitou para ir às compras).

Culminando este processo, o ‘imperador vermelho’ Xi Jinping visita agora Lisboa, em início de Dezembro, como aqui tínhamos antecipado.

A energia (ou seja, o controlo da EDP e da REN pelo Estado chinês) é oficialmente anunciada como ‘prato forte’ da agenda. Mas além da energia e do oficialmente anunciado que mais vem aí na agenda Xi Jinping? Sines, claro. Mas, cuidado, um porto pode ocultar outro...

Os chineses já terão percebido que o uso militar de Sines é uma impossibilidade (recorde-se que um governo português, com Sá Carneiro como P-M, recusou aos Estados Unidos o estacionamento de um porta-aviões ao largo de Sines...).

E se continuam a falar de Sines é para melhor ocultar o seu real interesse num outro porto de águas profundas, menos visível e mais no centro do Atlântico: Praia da Vitória, na ilha Terceira... sim, a mesma ilha da base das Lajes!



O modelo que Pequim tem mente para assegurar a “coexistência pacífica” com a presença americana é o do “sítio” onde a China instalou a sua primeira base naval no estrangeiro, junto a franceses, americanos e outros: Djibouti!

A escolha do modelo não podia ser mais esclarecedora...

Desigualdade Crescente: A Raiz do Mal Americano

"Nunca os lucros empresariais superaram a remuneração dos empregados tão claramente e por tanto tempo", afirma um recente relatório do St. Louis Fed. Essa ascensão da desigualdade está a desmoronar o pacto social nos USA e a descredibilizar o “sonho americano”. Wall Stret e a Main Street entraram em divergência e o que é bom para as grandes ‘corporations’ deixou de ser bom para os USA. Esta contradição de interesses está a revelar-se a maior ameaça ao desenvolvimento e à segurança dos USA e, sobretudo, à sua liderança global.


USA - O gráfico que explica tudo (e que Clinton e Obama não parecem saber ler... ou talvez nem sequer tenham visto)

Chris Ingraham, no Wonkblog, analisa: “As this chart from the St. Louis Federal Reserve shows, corporate profits and labor income — the total wages and salaries paid to American workers — tracked pretty closely for most of the latter half of the 20th century: In percentage terms, the two rose roughly in tandem from 1947 until about 2003 … But starting in 2003, profits take off, leaving wages in the dust. The Great Recession took a bite out of corporate profits, but since about 2009, profits have been on an unstoppable tear while labor income has plodded along much more slowly. … The American economy has been rewarding owners and shareholders much more richly than workers.

“Never have corporate profits outgrown employee compensation so clearly and for so long,” the St. Louis Federal Reserve writes.

The two lines on the chart essentially represent two different ways of making money in the American economy. Think of it from the perspective of General Motors: The people who work for the company — who do a job to earn a paycheck — are on the blue line. The people who own General Motors, the shareholders and investors who reap the profits, are on the red line.

Between 1947 and 2003, it didn’t matter much which line you were on: You could expect your income to increase at roughly the same rate whether you got your money from working for GM or by owning part of GM. But since the early 2000s it has been a very different story. The American economy has been rewarding owners and shareholders much more richly than workers.

It’s worth noting that this is not exactly a binary proposition, since many employees own stock in companies through vehicles like their retirement accounts. But given that well over 90 percent of the stock market is owned by the richest 20 percent of families, in practical terms the overwhelming majority of returns to the red line are flowing to a small percentage of households.

Another way of looking at the chart: Until about 2003 you could plausibly say that what was good for investors and corporations was also generally good for workers. Post-2003, it’s a lot harder to make that case.

There are a lot of factors driving the divergence. Workers have become much more productive, contributing more and more to companies' bottom lines, but companies haven’t been sharing those profits with the employees who make them possible. Union membership continues to decline, making it harder for workers to negotiate favorable terms of employment. In an era of rising health-care costs, companies are shifting more and more of that expense to workers.

Think of money the way you think of gravity: Money exerts a gravitational pull on other money — you put $100 in the bank, you end up with $102 at the end of the year. You put $1 million into GM stock first thing this morning, it’s worth $1.08 million by noon. In effect, the fundamental laws of financial gravity have been changing in this country, making it easier for large sums of accumulated wealth to draw even more money to themselves.

But what if you don’t have enough money to kick-start that gravitational process? What if you’re part of the majority of American households that own no stock at all? What do you do when you’re a worker in an economy whose benefits increasingly go to owners?

The diverging trends in the chart above are part of what’s driving this country’s extremely high levels of inequality.”

terça-feira, 27 de novembro de 2018

As Novas Referências Estratégicas para o Futuro de Portugal: A Plataforma Atlântica e o Novo Aeroporto Internacional de Lisboa


Amadeu Basto de Lima

Desde o século XV que o nosso paradigma é o Mar. Nesta perspectiva e dado o tempo histórico decorrido compete aos poderes públicos pensar Portugal aplicando os recursos financeiros, orçamentais e comunitários de modo eficiente. Assim o Programa Nacional de Infraestruturas não pode ser uma oportunidade perdida, pelo que os investimentos públicos têm de ser considerados numa lógica nacional que assegure a Portugal um posicionamento geoestratégico funcionando como plataforma logística atlântica e não periférica com tem sido até aqui.

Os vectores fundamentais desse plano serão:

- O Porto de Sines, com a rede ferroviária que lhe dará suporte e escala. I.e., aposta no aumento de tráfego marítimo no canal do Panamá, com conexão a Sines, na margem atlântica europeia; bem como ligação ferroviária ao Aeroporto de Beja, que dele dista cerca de 90 Km e, daí ligando-o à rede de Alta Velocidade europeia

- O Aeroporto Internacional de Beja funcionará assim como Hub de carga ao articular-se com Sines e explorando as sinergias do Alqueva.




- MAS NÃO SÓ...

O Novo Aeroporto de Lisboa, até ser possível encontrar uma solução sem graves condicionantes, poderá constituir-se em Beja, mantendo-se a Portela. Assim o aeoroporto de Beja, que já funciona como suporte do aeroporto de Lisboa, deverá sair de uma lógica regional, para ser uma infraestrutura estratégica nacional. O que falta fazer implica a mobilização de poucos recursos, sendo que num escasso tempo se poderá realizar, poupando ao país recursos financeiros de que não dispõe para fazer um grande aeroporto internacional nas proximidades de Lisboa, para além dos enormes impactos ambientais que provocaria, como a destruição altamente lesiva de um dos maiores aquíferos da Europa, que julgo ser uma decisão crítica de assumir.

- O que falta fazer são as ligações ferroviárias ao aeroporto de Beja, que implicam a revisão do Plano de AV, que priveligia a ligação a Madrid que deve ser reprogramada. Com efeito bastaria ligar directamente o aeroporto ao nó do Poceirão, numa distância de cerca de 120 Km, daí até Lisboa já está prevista a nova travessia do Tejo. Fazendo isto o tempo de viagem em TGV, não seria superior a 35 minutos. Poupava-se dinheiro e rentabilizava-se o eixo Sines/Beja, cujas principais infraestruturas, o Porto e o Aeroporto constituem a par da Barragem do Alqueva, e no mesmo paralelo os maiores investimentos públicos realizados em Portugal nos últimos 50 anos.



Para este projecto são ainda fundamentais as competências e as capacidades tecnológicas desenvolvidas no âmbito das comunicações e da energia, com acento no novo modelo energético em que se prefigura uma oportunidade para futuro da bacia do Atlântico, ligando os EUA ao Porto de Sines com o aproveitamento dos oledutos peninsulares.

Portugal, no entanto, tem de estar atento a manobras que nos tentem subordinar a quadros jurisdicionais atípicos nas duzentas milhas marítimas e na ZEE.

É fundamental, por isso, dar-se também um novo impulso à CPLP, espaço vital da Língua Portuguesa, na lógica das parcerias económicas, sem esquecer a vertente cultural e de interesse comum para futuro. Têm de ser projectadas as nossas capacidades nos domínios da investigação e do conhecimento, que são vertentes estratégicas no quadro lusófono; o que implica que se pare a hemorragia da imigração qualificada, apostando-se no ensino e na investigação científica.

Amadeu Basto de Lima | Cascais, 2 de Julho de 2018


Desde há alguns anos que venho escrevendo sobre este tema, numa perspectiva estratégica, tendo como objectivo qualificar Portugal como Plataforma Atlântica. Para isso é fundamental, considerar também a articulação com o Porto de Sines e a ferrovia em Alta Velocidade. Além disso, este aeroporto teria ainda a vantagem de ser estrutura de apoio tanto a Lisboa como a Faro para a aterragem de aviões de grande porte como o A380, como recentemente ficou comprovado. Anexo por isso o texto de reflexão crítica sobre o TGV, publicado na revista Transit XXI em Dezembro de 2002. Além disso, refira-se o estudo técnico, que elaborei com um especialista do sector ferroviário, em 2007, onde se prova a inviabilidade económica do TGV Lisboa/Madrid, no que se refere à rentabilidade do investimento e sobremaneira a própria exploração anual do mesmo que seria altamente deficitária com impacto nas contas públicas, uma vez que tem enorme desvantagem económica em relação ao avião na ligação a Madrid.

ABL



sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Gilets Jaunes: Um Grande 'Desvio' e um Atropelamento

O grande 'desvio', verdadeira 'deviantart', pode ser visto já aqui abaixo. Os Gilets Jaunes, os proletas destes tempos, mandaram para o tal caixote  narrativas muito elaboradas e politicamente correctas, sindicatos, partidos e outras burocracias do século passado, mandaram dizer que havia "mais do que o futebol que os podia reunir e que estavam fartos de ser enrabados" e puseram em marcha uma autêntica "open source insurgency" com objectivos claros de "systems disruption". E vestiram os seus coletes amarelos à "Liberté Guidant le Peuple"...



Quanto ao atropelamente,calma, neste não morreu ninguém... E, não, Karl Lagerfeld, bonzo da moda, não aderiu aos Gilets Jaunes... Nada disso, tranquilos! A publicidade da segurança rodoviária lá do sítio é que foi atropelada pela ironia, numa esquina da vida... That's life, cantaria o Sinatra com aquela voz que tantas vezes animou os bailes dos proletas e contribuiu, durante décadas, para a demografia.


E, tudo isto, como diz "The Wolf", porque "en France 20% de privilégiés optimisés fiscalement gouvernent au nom de 30% de minorités abusives exemptées fiscaux contre les 50% pressurisés fiscaux qui restent et qui payent l’Impôt pour les 50% autres!" E, é claro, fartos disso, um dia chegou em que lhes saltou a tampa!

E um dos maiores paradoxos (ou talvez nem tanto...) da coisa não é o facto de o "anão intelectual" do Macron não entender o fenómeno e mostrar-se surpreendido e paralizado, é, sim, o facto de a esquerda francesa, comprometida e ocupada com "causas fracturantes" e outras narrativas "politicamente correctas", não ter olhos nem neurónios para "ler" o que se passa diante do seu pobre nariz (que não cheira nada) e perder a ocasião de acompanhar a revolta dos proletas actuais quando, finalmente, contra as crescentes desigualdades e contra a fiscocracia que lhes devora o poder de compra, eles se revoltam! E assim os deixando, portanto, sozinhos... Histórico falhanço total da esquerda francesa que é uma benção para Macron e para Marine Le Pen! E para um qualquer Trump "à venir"...


ACTUALIZAÇÃO

Ex-ministro do Ambiente tira o tapete a Macron: «Il faut combiner les problèmes de fin de mois avec les problèmes de fin du monde».

Nicolas Hulot, que foi ministro do Ambiente até há três meses, denunciou, ontem à noite, em entrevista na televisão, a política fiscal de Macron como responsável da revolta dos “coletes amarelos”. Não é um problema da ecologia, é um problema de injustiça fiscal, explicou ele. Hulot revelou ainda que desde o Verão passado tinha avisado Macron e o seu primeiro-ministro para a "injustiça" e para o que ela podia gerar. Mas que ninguém o tinha ouvido. Assim fica explicado o seu imtempestivo abendono do governo Macron...

Hulot insistiu que, no Verão passado, tinha, em vão, avisado “Emmanuel Macron et Edouard Philippe de cette absolue nécessité d’un accompagnement social, en vain: «je n’ai pas été entendu». Il avait, dit-il, tout tenter pour éviter l’opposition «caricaturale» entre les questions écologiques et sociales, alors qu’elles sont au contraire intimement liées, que ce sont les plus défavorisés qui souffrent le plus de la pollution de l’air ou des inondations. Le problème n’est pas là, a-t-il affirmé. Il est dans le fait que la fiscalité n’est plus équitable, que les impôts sur les bénéfices des sociétés ont baissé, que le kérosène des avions ou le fioul lourd des cargos n’est pas taxé… La transition ne peut être que solidaire. Et opposer écologie et social est un faux débat...”.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Factor Estratégico: Evoluções do Poder Militar no Mundo 2018


Com o regresso em força e a imposição da geopolítica, registaram-se alterações estratégicas significativas, com inevitáveis consequências no factor estratégico, e pesadas consequências nas decisões das instâncias políticas (vidé Trump nos EUA ou os novos alinhamentos na “Europa” ou a ascensão em potência da China ou...). O “2018 Military Strength Ranking” apresentou agora o seu “The complete Global Firepower list for 2018 puts the military powers of the world into full perspective”. A posição portuguesa, neste ranking de 136 Estados, está longe de ser invejável...


A posição portuguesa (63º lugar do ranking) está mesmo longe de se poder considerar digna e, segundo um ex-CEMGFA, é consequência do forte desinvestimento praticado pelos sucessivos governos e do uso da Defesa Nacional como “mera variável de ajustamento orçamental” de que resultou a destruição das FA como dispositivo credível e a desarticulação total dos aparelhos de segurança”... São más notícias para o ministro Gomes Cravinho ou... poderão ser boas se ele tiver pensamento estratégico e for um homem de Estado.

Christopher Woody assinala, no ‘Business Insider’, a grande mudança estratégica, registada em 2018, dos conflitos de pequena escala para conflitos de grande escala. E considera que “With its National Defense Strategy released earlier this year, the US detailed its shift from small-scale operations like counterinsurgency and toward a potential fight with a rival like Russia or China. Countries around the world have made similar moves, refocusing on large-scale conflict. Global Firepower's 2018 Military Strength Ranking tries to fill that void by drawing on more than 55 factors to assign a Power Index score to 136 countries — adding Ireland, Montenegro, and Liberia to last year's list.

Sobre a metodologia utilizada na elaboração do “2018 Military Strength Ranking”, explicam os seus autores:

"The finalized Global Firepower ranking utilizes over 55 individual factors to determine a given nation's PowerIndex ('PwrIndx') score. The unique, in-house formula allows for smaller, more technologically-advanced, nations to compete with larger, though lesser-developed, ones. Modifiers (in the form of bonuses and penalties) are applied to further refine the list. A perfect PwrIndex score is 0.0000 which is realistically unattainable in the scope of the GFP formula.

Some qualities to observe in regards to the finalized ranking:

+ Ranking does not rely solely on total number of weapons available to any one country but rather focuses on weapon diversity.

+ Nuclear stockpiles are NOT taken into account but recognized / suspected nuclear powers are given a bonus.

+ First World, Second World, and Third World statuses are taken into account.

+ Geographical factors, logistical flexibility, natural resources, and local industry are influencers.

+ 
Total available manpower is a key consideration as it influences available personnel and industry.

+ Land-locked nations are NOT penalized for lack of a standing navy; However, naval powers ARE penalized for lack of diversity in available assets.

+ 
NATO allies receive a slight bonus due to the theoretical sharing of war-making resources.

+ A nation's financial stability / health is taken into account.

+ Current political / military leadership is NOT taken into account.

For 2018 there are a total of 136 countries included in the GFP database. New to 2018 are IrelandMontenegro, and Liberia.

Arrow graphics correspond to each nation's placement against the previous year's list. Green Arrows indicate an increase in rank whilst Red Arrows reflect varying degrees of decline. Gray 'Double Arrows' reflect virtually no change in ranking; this does not necessarily indicate no changes occurred across individual values but more so that changes were not great enough to affect year-over-year ranking. Increases / declines are based on many factors and can be related to equipment / manpower attrition, financial instability, population / resources fluxes, and the like.”


terça-feira, 20 de novembro de 2018

Itália a Preparar-se para a Guerra Económica

“É absolutamente necessário que a Itália ponha em prática, o mais breve possível, um dispositivo de inteligência económica adequado e eficiente para prevenir, de maneira sistemática e não ocasional, qualquer ofensiva de guerra económica”, avisa o nosso amigo Giuseppe Gagliano, presidente do Centro Studi Strategici Carlo de Cristoforis, em artigo publicado no “Il Primato Nazionale”, com o título “Interesses Privados e Especulação: Quem Está Atrás das Agências de Rating?”

Interessi privati e speculazione:
chi c’è dietro le agenzie di rating?


Di Giuseppe Gagliano | 19 novembre 2018

È assolutamente necessario che l’Italia ponga in essere al più presto un adeguato ed efficiente dispositivo di intelligence economica per prevenire in modo sistematico e non occasionale qualsiasi offensiva di guerra económica.




Non c’è dubbio che le agenzie di rating abbiamo giocato un ruolo estremamente rilevante nel contesto della guerra economica che ha determinato la crisi italiana dell’autunno 2011.

Ebbene, se analizziamo con estrema attenzione la composizione interna di alcune di esse come per esempio Moody’s e Standard & Poor’s, non avremo alcuna difficoltà ad individuare gli intrecci di natura economica tra queste agenzie di rating e gli interessi di alcune delle principali multinazionali.

Per quanto riguarda la prima, è estremamente agevole individuare come questa sia una sussidiaria della Mood’s Corporation composta da Robert Glauber della Ing Group – multinazionali bancaria e assicurativa con sede in Olanda – Henry McKinnel, legato alla multinazionale farmaceutica Pfizer e alla multinazionale Exxon Mobil e John K. Wulff, legato sia alla Hercules – multinazionale chimica – sia alla multinazionale petrolifera Sunoco.

Quanto all’altra agenzia, Standards & Poor’s, è sussidiaria della McGraw Hill company, una delle più importanti multinazionali dell’editoria e delle comunicazioni.

L’amministratore delegato di questa multinazionale è McGraw Hill III, membro della United Technology, multinazionale delle armi e della Conoco Phillips, altra multinazionale nel campo dell’energia. All’interno della McGraw Hill Company vi sono – fra gli altri- il presidente di Citigroup Europa Wilfred Bischoff, Douglas Daft, presidente della CocaCola Company e Hilda Brillenbourg, dirigente del Fondo monetario internazionale.

A seguito dell’indagine del pubblico ministero della procura di Trani Michele Ruggero, alcune di queste agenzie di rating sono state rinviate a giudizio per avere destabilizzato l’immagine dell’Italia sul mercato finanziario e per aver determinato una significativa alterazione dei valori dei titoli di Stato italiani con lo scopo di indebolire l’euro.

Ebbene ,allo scopo di evitare una nuova destabilizzazione di natura economica e politica, è assolutamente necessario che l’Italia ponga in essere al più presto un adeguato ed efficiente dispositivo di intelligence economica per prevenire in modo sistematico e non occasionale qualsiasi offensiva di guerra economica proveniente sia dall’Europa che da paesi extra -europei allo scopo di tutelare la propria sovranità economica e politica.

Giuseppe Gagliano

domingo, 18 de novembro de 2018

A França da ‘Marselhesa’ Tomou a Rua


Previam mais de mil “pontos de encontro” e esperavam um total de 50 mil participantes. Tiveram mais de 300 mil participantes e todos os “pontos de encontro” alcançaram o seu objectivo de ser um ponto de “disruption” do sistema de circulação. Pararam a França. Fizeram o que nenhuma força política ou sindical teria sido capaz de fazer. Movimento espontâneo e descentralizado com uma ‘organização’ ad-hoc, os ‘Gilets Jaunes’ (nome dos coletes de trânsito obrigatórios em cada carro) deram este sábado um arzinho do que a França sabe fazer quando lhe dá uma irreprimível vontade de cantar a ‘Marselhesa’, até debaixo das janelas do palácio de Macron. O fosso entre “representantes” (os políticos profissionais) e os “representados” (os eleitores) alargou ontem mais uns quantos quilómetros... E a desconfiança em relação aos media ‘mainstream’ mostrou ser muito superior às piores previsões.

Muito, muito interessante é o facto de tanto a forma de organização como o trabalho prático dos “Gilets Jaunes” não encontrarem qualquer teorização prévia na produção teórica francesa mas corresponderem totalmente a conceitos desenvolvidos por um autor americano que os leitores do IntelNomics, certamente, conhecem bem. Ontem e pela primeira vez no Ocidente, podemos ver em acção os conceitos de “open source insurgency” e de “systems disruption” desenvolvidos nos últimos 20 anos pelo nosso velho amigo John Robb... 

COMO NASCEU O MOVIMENTO DOS “GILETS JAUNES”


Ghislain Coutard (camionista, de Narbonne, 36 anos) lança a 24 de Outubro um curto vídeo (1m20s) a apelar à mobilização dos franceses para bloquear a França, no sábado, 17 Novembro. “Para mostrar que não é só o futebol que nos pode reunir e que estamos fartos de ser enrabados”. No seu filme, o camionista elege um “instrumento de trabalho” (o obrigatório colete) como símbolo e código de cor da revolta...  O vídeo tornou-se viral e ontem a França parou, bloqueada pelos “Gilets Jaunes”.




















sábado, 17 de novembro de 2018

Falecimento do Sr. General José Loureiro dos Santos

Mensagem do Presidente da CIIWA - Competitive Intelligence & Information Warfare Association


O Sr. General Loureiro dos Santos, insigne militar, pensador, académico e Homem de Estado, sempre honrou a nossa Associação com a sua Amizade e presença constante nas atividades desenvolvidas pela CIIWA, praticamente desde a sua Fundação. Como Sócio Honorário da CIIWA, deixa um legado inestimável, constituindo para todos nós uma referência como Homem e Cidadão.

Descanse em Paz, meu General!

Neste momento difícil, em nome de todos os Associados da CIIWA, apresento à Família e a todos os Amigos, os nossos sentimentos e votos de condolências.

Paulo Viegas Nunes
Presidente da Direção da CIIWA

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Brexit: Fronda no Partido Conservador Contra Theresa May



A “governança” de Bruxelas, do alto da sua pirâmide tecno-burocrática, impõe a sua vontade à “Europa” através da evacuação da política e, portanto, dos eleitorados e da vontade democrática. Claro que o mapa da coisa será assimétrico. Por enquanto, um Estado-membro tem a capacidade de impor a essa “governança” orientações políticas (que não dizem o nome), alguns, poucos, Estados-membros têm a capacidade de lhe fazer o “containment” (como Juncker explica, “a França é a França...”) e a maioria dos Estados-membros está praticamente desarmado face aos diktats desta “governança” (às ordens de Berlim). Porém, expulsos pela porta, a política, os eleitorados e a vontade democrática reentram pela janela... Nesta “dança”, a elite política europeia tem estado, nestes últimos anos, a ser dizimada e substituída por gente vinda das margens ou de fora do sistema. E, alimentado pela revolta dos eleitorados, esse massacre continua...

O Brexit, por exemplo, tem dado aso a um confrangedor espectáculo político. A “governança” não entende e muito menos consegue integrar que um Estado queira abandoná-la. A elite inglesa bate-se com uma decisão democrática que manda sair da “Europa”. E toda esta gente anda, entre Bruxelas e Londres, a dançar à volta da fogueira... em que arriscam queimar-se. Theresa May, uma senhora simpática, já tem a saia a arder...

Como Espanha envenena a água do Tejo


Salvador Vicente

A ‘Sábado’ chama à capa uma evidência, de toda a gente conhecida. De toda a gente? De toda a gente, não! O Ministério do Ambiente tem dado provas sucessivas de que o ignora... Esperemos que agora fique informado e não tente mais a velha manobra de "esconder o sol com uma peneira". Esta questão do envenenamento do Tejo pelos espanhois é uma questão de segurança nacional, de "homeland security", como dizem os americanos. Não só a água é cada vez mais um dos principais activos estratégicos de qualquer Estado como o Tejo é um elemento decisivo na geopolítica portuguesa. O "Ambiente" já provou que não pode ser deixado à solta nesta matéria. Basta recordar as tristes e recentes cenas de Almaraz, em que o "Ambiente" ficou de cócoras face às imposições de Madrid... É fundamental, pois, que o Ministério da Defesa Nacional meta a mão nesta questão e que o Primeiro-Ministro passe a acompanhá-la com a atenção que ela exige. Mas não é só no Tejo que há problemas gravíssimos. Também no Douro (recorde-se o cemitério nuclear que Madrid quis fazer nas margens do Douro e junto à fronteira portuguesa), também no Guadiana e até no Alqueva.

'Sábado': “Como Espanha envenena a água do Tejo: o esgoto castanho de 7 milhões de madrilenos vai direto para a água do rio; matadouros espanhóis atiram para o caudal carcaças inteiras de animais; a água de arrefecimento da central nuclear de Almaraz é lançada a 27º; conheça o veredicto de 22 análises, 11 realizadas do lado espanhol e 11 do lado português.”



quinta-feira, 15 de novembro de 2018

A China É Uma Bomba-Relógio

2018 tem dizimado as bolsas de Xangai e de Shenzhen mas tem deixado a bolha imobiliária continuar a inchar, a dívida continuar a aumentar, enquanto, longe de olhares curiosos, o shadow banking pode já ter ultrapassado a dívida pública oficial... A economia, claro, desacelera e o comitá central do PCC já aceitou descer a taxa de crescimento abaixo da 'linha vermelha' dos 7%. Até parece, pela sua escolha de timing, que Trump leu Luxun (o literato mais querido do maoísmo) e percebeu a filosofia chinesa de que "é preciso bater nos cães quando eles estão na água"! O imperador vermelho Xi Jinping tem fortes razões para estar preocupado: a China está mesmo feita numa bomba-relógio. E Xi sabe que não pode contar com a ajuda graciosa de um Trump que só conhece a gramática das relações de força. De um Trump que (ao contrário de Obama que sabia falar mas nada mais sabia) sabe o poder que tem na mão e não hesita em... usá-lo. Face a esta situação, escolherá Xi a "solução" da fuga para a frente...? Quem disse que era fácil a vida de imperador da China?

A palavra ao parisiense "Wolf":

Une bombe à retardement: Les provinces chinoises ont accumulé près de 5000 milliards d’euros de dettes et 22 % des logements sont vacants

THE WOLF | Paris | 14/11/2018


En Chine, la spéculation immobilière et la frénésie de construction qui ont sévi pendant des années ont mené à un résultat effarant: 22% des logements du pays sont vacants. Cette situation pose le risque de l’effondrement rapide du marché immobilier en cas de choc.



«Les maisons sont construites pour être habitées, pas pour la spéculation», a déclaré le président chinois Xi Jinping en octobre. Mais sa déclaration semble un peu tardive: pendant des années, les Chinois ont massivement investi dans l’immobilier. Les efforts des autorités chinoises pour mettre fin à cette tendance, notamment en prenant des mesures pour dissuader les achats de multiples biens immobiliers, semblent avoir échoué.

Des villes fantômes et un taux de vacance record

Cette frénésie immobilière est notamment à l’origine de l’apparition des dizaines de villes fantômes qui sont sorties de terre depuis le début de ce millénaire. (Notre photo de couverture est une photo de la ville de Kangbashi, en Mongolie intérieure. Cette ville, assez vaste pour accueillir un million d’habitants, n’en comptait que 153 000, selon Wikipedia. Elle est l’une des dizaines de villes fantômes construites par le gouvernement chinois pour tenter de faire migrer les gens de la campagne vers les villes (et les usines).

Une étude nationale à paraître prochainement, menée par le professeur Gan Li de l’Université d’Economie et de Finance du Sud-Ouest de Chengdu, montre qu’environ 22% des logements sont vacants en Chine. Cela représente plus de 50 millions de propriétés. «Aucun autre pays ne présente un tel taux de vacance», affirme Gan, qui redoute qu’en cas de doute sur le marché, les propriétaires risquent de se débarrasser en masse de leurs biens, ce qui pourrait provoquer un effondrement rapide des prix de l’immobilier.

En pratique, la situation n’est pas nouvelle. Déjà en 2013, la même étude avait abouti à un taux de vacance de 22,4%, correspondant à 49 millions de logements.

Une partie de ces habitations sont des résidences secondaires, une autre correspond aux logements de migrants et d’expatriés ayant quitté le pays. Mais selon Gan, les achats de biens immobiliers à titre de placement sont un facteur déterminant du taux élevé de vacance chinois.

Une bulle immobilière… prête à éclater au moindre choc

Ce dernier implique également que l’offre de logements ne correspond pas à ce qu’elle devrait être en réalité, ce qui pousse les prix à la hausse, et empêche les jeunes de devenir propriétaires. Des millions d’acheteurs potentiels sont donc exclus du marché en raison de l’existence d’une véritable bulle immobilière, et des prix exagérés de l’immobilier qui en résulte.

Au cours de cette décennie, le gouvernement a investi des milliards de dollars dans le secteur de la construction pour stimuler la croissance économique du pays, en misant sur l’émergence de la classe moyenne chinoise pour acquérir les propriétés bâties. En effet, cette classe moyenne chinoise s’est constitué une épargne qu’elle n’a pas le droit d’investir à l’étranger, et elle craint d’investir sur les marchés financiers très volatiles. Influencées par la hausse constante de l’immobilier par le passé, beaucoup de familles ont acheté plusieurs appartements dans l’espoir que leur valeur augmente.

Un autre problème, c’est que ces logements vacants ne sont pas tous entretenus et, lentement mais sûrement, ils commencent à se dégrader.

Les analystes redoutent que tôt ou tard, cette bulle immobilière gigantesque éclate, ce qui ruinerait des millions de Chinois propriétaires.

Une bombe à retardement: Les provinces chinoises ont accumulé près de 5000 milliards d’euros de dettes

Les gouvernements des provinces chinoises ont accumulé près de 40 000 milliards de yuan (environ 5 000 milliards d’euros) de dettes en sus des dettes qui leur sont accordées par le gouvernement central à Pékin. C’est la conclusion d’un rapport de Standard & Poor’s (S & P). La Chine a annoncé qu’elle prendrait des mesures pour mesurer, évaluer et contrôler la dette du gouvernement local.

«Un iceberg de dettes avec des risques de crédit titanesques» (en anglais, titanesques se dit «Titanic», ce qui permet de faire un joli jeu de mots…), écrit l’agence de notation dans son rapport. Celui-ci indique que lorsque l’on ajoute cette dette cachée par les gouvernements des provinces chinoises, le ratio d’endettement public par rapport à la taille de l’économie chinoise pourrait avoir franchi le seuil «alarmant» de 60% l’année dernière.

Des dettes hors bilan

On considère en effet que cette dette est dissimulée, car les crédits correspondants ont été sollicités en sus du quota annuel approuvé par le gouvernement central à Pékin. Bien souvent, ils ont été accordés par des moyens alternatifs, n’ont pas fait l’objet d’émission d’obligations, et ne figurent pas au bilan des provinces. A la fin de l’année dernière, l’encours de la dette publique en Chine s’élevait à 29 950 milliards de yuans (environ 3784 milliards d’euros), dont 16 500 milliards de yuans (environ 2084 milliards d’euros) correspondent aux emprunts officiels des autorités locales, levés au moyen d’émissions obligataires depuis 2015. Mais à cela, il faut rajouter 30 000 à 40 000 milliards de yuans (de 3 800 à 5 000 milliards d’euros) de crédits non officiels.

La croissance chinoise commence à ralentir

Il faudra sans doute mettre en place des programmes de remboursement stricts pour éponger de telles montagnes de dettes, mais pour le moment, peu de progrès ont été réalisés, note S & P dans son rapport. Or, la croissance chinoise a commencé à se ralentir, ce qui suggère que les niveaux d’endettement menacent d’augmenter encore davantage au cours des prochains mois. La guerre commerciale que le pays a engagée avec les Etats-Unis n’arrangera rien. 

Le gouvernement central chinois a déjà réalisé des dépenses d’investissements dans des projets d’infrastructure de grande ampleur pour soutenir l’économie au cours des derniers mois, ce qui signifie qu’il risque d’épuiser les réserves de liquidités des banques chinoises. Mais Pékin clame que cette politique de relance ne l’empêchera pas de prendre des mesures en parallèle pour assainir le système bancaire du pays.

La Chine est elle-même un titan de la dette, et l’année dernière, son ratio d’endettement total a atteint 255%. L’Empire du Milieu a commencé à augmenter les impôts pour tenter de juguler sa hausse, en particulier dans le secteur du divertissement, la sécurité sociale et le secteur immobilier.

« La dette des provinces devrait être l’une des priorités les plus urgentes des dirigeants chinois »

Néanmoins, les agences de notation ont déjà sanctionné les gouvernements régionaux et locaux. En septembre, Standard & Poor’s a dégradé d’un cran la cote de sept instruments financiers offshore émis par les villes de Chongqing et Tianjin et les provinces de Jiangsu et du Hunan. Le même mois, Moody’s  a également dégradé la note de cinq entreprises étatiques de Tianjin, Jiangsu, Hunan et Hubei. Le gouvernement chinois a interdit aux autorités locales de renflouer ces véhicules financiers en cas de difficultés.

«La réduction des risques financiers, y compris la dette dissimulée des gouvernements locaux, devrait être l’une des premières priorités des dirigeants chinois», conclut S & P dans son rapport. L’agence estime qu’il faudra au moins une dizaine d’années à la Chine pour régler le problème des dettes cachées des autorités locales.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Como o KGB inventou as ‘fake news’ ou a escola russa da guerra de informação


“Não simples ‘bullshit’ mas o mais tóxico ‘bullshit’ que se possa imaginar... capaz de mudar a percepção da realidade de cada americano...” Apresentada assim por um dos seus responsáveis, a coisa começa a ganhar contornos sérios. Na realidade, foi (é...) terrivelmente séria.


A “operação infektion”, caso analisado no vídeo, não foi, porém, ao contrário do que diz esta peça do NYT, o momento da invenção das “fake news” mas, sim, o momento em que Washington tropeçou nelas com grande estrondo. O que é um pouco diferente. A dita operação passou também por Lisboa mas as coisas aqui não lhe correram bem.

A minha história com essa operação passa-se no “Tempo”, cuja redacção era na altura dirigida pelo António Ribeiro Ferreira. Uma bela tarde, uma jovem redactora, recém-licenciada no ISCSP e que mais tarde viria a trabalhar na ‘comunicação’ de governos do PSD (o de Passos Coelho, por exemplo), chegou à minha secretária com dois ou três ‘linguados’ que acabara de escrever ('linguados' eram as folhas A4 em que as prosas eram escritas à máquina) e disse-me “está aqui uma história curiosa sobre a origem da Sida...”


Logo no segundo ou terceiro parágrafo, era referida a “fonte” (pelo que não tive de ler mais...) da sensacional ‘notícia’: a agência Novosti que citava um jornal sudanês! Amarrotei os ‘linguados’, fiz uma bola com eles e encestei-os no caixote do lixo. “A menina sabe que agência é essa que cita...? Não lhe falaram dela lá no ISCSP?” Não sabia e nem lhe tinham falado. Expliquei-lhe. “Desculpe, chefe. Não se volta a repetir.”

No dia seguinte, telefonei para a embaixada dos Estados Unidos e pedi para falar com um assessor de imprensa. Fui atendido pelo senhor Arnaldo Neto. Expliquei que tinha recebido um ‘take’ da Novosti que acusava os Estados Unidos de terem ‘inventado’ a Sida no âmbito da guerra bacteriológica. Como reagiam a isso? Que respondiam? “Não conheço. Vou procurar e já lhe ligo.” E ligou uma hora depois.

“Pode apontar? Vou dar-lhe o nome e o telefone de alguém em Washington que o poderá esclarecer.” E que realmente esclareceu. Foi o meu primeiro contacto com uma história real da Dezinformatsiya que até aí eu só conhecia do romance de Vladimir Volkoff  “Le Montage”, o primeiro a falar ao público da matéria, numa obra que é (ainda hoje) uma autêntica ‘biblia’.


Ler “Le Montage” continua a ser imprescindível para entrar no âmago da escola russa de guerra de informação (que dá primazia aos conteúdos, ao contrário da escola americana que privilegia as “canalizações”...) e das suas operações, das diversas categorias dos seus agentes e dispositivos e da sua lógica estruturante.

O “Tempo” publicou, dias depois das conversas referidas, uma história que fazia a desmontagem completa do tal ‘take’ da Novosti que citava o jornal sudanês... E foi assim que (como se pode ver no mapa abaixo) a coisa não pegou em Portugal e nem o Expresso a publicou... Encontrar agora no New York Times a história da operação e os seus promotores, confesso-o, fez-me sorrir.


Meet the KGB Spies Who Invented Fake News


By ADAM B. ELLICK, ADAM WESTBROOK and JONAH M. KESSEL | Nov. 12, 2018 | 15:37


We reveal how one of the biggest fake news stories ever concocted — the 1984 AIDS-is-a-biological-weapon hoax — went viral in the pre-Internet era. Meet the KGB cons who invented it, and the “truth squad” that quashed it. For a bit.





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https://www.nytimes.com/video/opinion/100000006210828/russia-disinformation-fake-news.html

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