Fim de semana
agitadíssimo em Riade: comunicado do rei, prisões de dignitários, acidente de
helicóptero… E novo patrão à vista!
José Mateus |
Jornal “Tornado” | 6 Nov.2017
Altos dignitários do regime e até da
família real presos às dezenas (mas estão no Ritz, calma!) e um insólito
comunicado do rei Salman, distribuído sábado pela agência oficial, a anunciar a
formação de uma comissão para investigar a corrupção, presidida pelo novo
patrão do reino saudita, o príncipe Mohammed bin Salman, mais conhecido por
MbS. Já no domingo, ontem, um (certamente) infeliz acidente liquidou, na queda
de um heli, o príncipe Mansour bin Muqrin (vice-governador da região de Asir) e
vários dos seus colaboradores.
A comissão presidida por MbS irá
monitorizar e investigar “as almas fracas que põem os seus interesses pessoais
acima do interesse público”… Ora, sabendo-se que são muito obscuras as
fronteiras entre os cofres públicos e os dos milhentos membros da família real
e que a percepção comum é a de que a corrupção é regra não é muito difícil
antecipar que MbS acabou de criar (com a concordância do doente rei Salman) o
instrumento que lhe permitirá fazer o que quiser de quem quiser e abrir assim uma
larga avenida para o trono.
Xi Jinping, na China, usou a corrupção
para uma selvática guerra de informação que lhe permitiu liquidar todos os que
considerou puderem ameaçá-lo directamente e imobilizar os que tivessem alguma
veleidade. Mas fê-lo apenas depois de ter tomado o poder. MbS parece usar o
tema “corrupção” para aplanar o seu caminho para o poder. A mesma coisa, o
mesmo uso da “corrupção”, mas com nuances e tempos diferentes. Com humor,
dir-se-ia, que o forte aumento da presença chinesa na Arábia Saudita já está a
dar resultados…
Ao desencadear esta guerra aberta contra
a nobreza do reino, MbS procura também a compreensão e o apoio da maioria da
população, cansada do laxismo, tornando-se a figura popular de referência.
SALMAN D’ARABIA
ResponderEliminarna Limes, 18 Nov. 2017
Si sta per chiudere una settimana piuttosto ricca di eventi per l’Arabia Saudita. Capita spesso, da quando Salman è divenuto re e suo figlio Mohammed bin Salman è divenuto principe ereditario.
Sul fronte interno, le purghe volute da MbS per rafforzarsi in vista della sua ascesa al trono (che potrebbe arrivare molto prima della morte di suo padre) continuano e prendono una sfumatura economica: ai numerosi principi, politici e uomini d’affari arrestati nelle scorse settimane per “corruzione” viene ora offerta la libertà in cambio della rinuncia a gran parte del loro vastissimo patrimonio – e con esso alla possibilità di ostacolare i disegni del principe.
Sul fronte anti-iraniano, l’arrivo a Parigi del premier dimissionario libanese Saad Hariri – trattenuto con la famiglia a Riyad da oltre una settimana – indica che il Regno ha dovuto fare un passo indietro. Il tentativo di forzare la mano a Beirut, esautorando dal governo gli Hezbollah sostenuti da Teheran, non è riuscito. La gestione della crisi libanese, divenuta tale a causa dell’intervento saudita, passa ora al presidente francese Macron.
Sempre sul fronte anti-iraniano, in settimana il Regno ha ricevuto una buona notizia: il più alto ufficiale delle Forze armate israeliane, tenente generale Gadi Eisenkot, ha rilasciato un’intervista alla testata saudita Elaph – già di per sé una notizia – annunciando che lo Stato ebraico è pronto a condividere con Riyad intelligence relativa alla minaccia portata da Teheran.