O regabofe há muito reinante no acesso
à “mesa do orçamento” gera, na “opinião”, intranquilidade, insatisfação (com a
Democracia realmente existente) e indignação. Como no grito angustiado, aqui linkado. Mas é preciso ir além destas insatisfações e indignações morais. Estas
reacções emocionais são necessárias e mostram que a Nação está viva e a
Democracia é a sua escolha. Mas não são suficientes, nem vão ao fundo da
questão que o regabofe põe. A República não pode deixar-se capturar pelo “partido”
vencedor da batalha de Alfarrobeira, o “partido” da vilanagem, como muito bem o
baptizou, então, em plena refrega, o conde de Avranches, Álvaro Vaz de Almada.
E isso tem acontecido no último meio-século... "Raríssimas", não! Vulgares. Muito vulgares!
É fundamental e decisivo responder à
questão de saber como tem sido isto possível e o que o tem permitido e mesmo incentivado.
A investigação desta matéria permite estabelecer duas lacunas decisivas para
entender como se chegou a esta realidade do regabofe: Um vazio estratégico
instalado no Estado e um forte défice de ética na classe política reinante e
nas suas periferias. São dois problemas fundacionais deste regabofe reinante e
cuja resolução é imprescindível para pôr termo à hegemonia do transversal “partido
da vilanagem”, o tal que assassinou, em Alfarrobeira, o infante D. Pedro e o
seu condestável Álvaro Vaz de Almada.
Resolver o vazio estratégico e o
défice de ética exige mais do que as (necessárias) “indignações morais” e
reacções emocionais. Exige determinação, inteligência e estratégia.
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