segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Como Chipre foi sacrificado na fogueira da austeridade alemã

A Bolsa de Chipre perdeu 99,986% do seu valor, desde 2007. E quem aí tenha investido 1.000 euros, há 9 anos, tem hoje 10 cêntimos.

A política europeia de Merkel destruiu totalmente Chipre, hoje completamente rendida ao charme e ajuda da Rússia. Vítima do afrontamento greco-turco, ao longo dos tempos, o pequeno país acreditou na Europa e tornou-se um dos seus Estados-membros... Mas Merkel, com a sua austeridade teutónica (que encheu os cofres da banca alemã...), transformou o sonho europeu de Chipre no pior pesadelo da sua história económica.



Como explica, em francês, o americano Bill Bonner: “Chypre est une perdante. Son marché boursier a perdu 99,986% depuis son sommet en 2007. En d'autres termes, si vous aviez investi 1 000 € dans des valeurs chypriotes il y a neuf ans, vous auriez aujourd'hui 10 centimes. La crise de 2008-2009 a frappé Chypre de plein fouet. Le PIB a chuté de 28%. Le chômage a augmenté à 11%. Aujourd'hui, la moitié des prêts d'entreprise sont en souffrance.”

Alguém será tão pobre de espírito que creia que isto não tem consequências geopolíticas? Como é que alguém poderá, então, crer que a “Europa” seja uma entidade geopolítica e não apenas um “mercado único”? Pois é...

E, atenção, esta disfunção estrutural não fica por aqui. Vem aí muito mais. Merkel já desencadeou uma ofensiva contra os Estados-membros da EU que constituem o Grupo de Visegrado... Estes países (todos ‘entalados’ entre a Alemanha e a Rússia...), se estão economicamente ligados à Europa (à Alemanha, sobretudo), a sua ligação geopolítica é, porém, com os Estados Unidos (único apoio que lhes inspira alguma confiança face à Rússia e... à Alemanha). Ora, Merkel ameaça, agora, cortar-lhes os fundos de apoio ao desenvolvimento (que são a contrapartida pela abertura total dos seus mercados) se não apoiarem a sua política de apoio aos refugiados do Médio Oriente... 

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