Tecnologia, geopolítica, soberania, guerra económica, guerra de informação, ciberdefesa e cibersegurança... Implicações
estratégicas, políticas e económicas da grande mutação tecnológica em curso, esgotamento
do modelo (ainda) vigente e, claro, explicação de Trump e da racionalidade das
dinâmicas disruptivas que ele introduziu.
Começando
pelo que está mais próximo das notícias de todos os dias: os problemas do ciber
e da sua segurança (vasto cardápio de que depende todo o nosso quotidiano...), a
Defesa, a soberania digital e a guerra económica, numa breve mas esclarecedora entrevista ao
nosso velho amigo Franck DeCloquement. A ver aqui: https://www.youtube.com/watch?v=yu3_Q6N6rjQ&feature=youtu.be
As Novas Armas de
Putin
O
presidente Vladimir Putin fez há semanas a apresentação de uma nova geração de
armas que coloca a europeus e americanos problemas inéditos. Há muito que é
sabido e conhecido que as tecnologias de defesa e segurança são o motor das
grandes inovações tecnológicas. As armas apresentadas por Putin parecem tão
inovadoras que, no Ocidente, não faltaram ’observadores’ a sugerir que estamos
perante uma “ficção científica” e que Putin faz bluff... Jean-Pierre Petit, um
génio científico “desalinhado”, demonstra que essas armas são reais, conta as
histórias atrás do seu desenvolvimento (algumas datando dos anos 50 do século
passado...), fala do seu modelo científico Janus e revela ainda, com pormenores
“deliciosos”, a espécie de miséria escolástica em que se afunda a pesquisa
científica na Europa. A apreciar aqui:
“Um Estado não tem
amigos, apenas parceiros e oponentes.”
Winston Churchill,
citado por Alain Juillet
Na
recente conferência (27/09/2018) da francesa École de Guerre sobre “O Estado do
Mundo: Perspectiva Económica e Geopolítica”, Olivier Delamarche e Pierre
Sabatier trataram da parte económica e Alain Juillet, um velho amigo da equipa “Intelnomics”,
fechou a conferência com uma síntese (absolutamente notável) da situação
geopolítica.
De
assinalar, uma rara explicação de Pierre Sabatier sobre a mudança do modelo económico global, ainda
que de forma sucinta e elementar (a partir de 1H 07M). Antes disto, Sabatier já
havia analisado e muito bem explicado a racionalidade das dinâmicas disruptivas
introduzidas por Trump e os seus objectivos inovadores.
Alain
Juillet inicia a sua exposição ao minuto 1H 18M, para fazer uma volta completa
sobre a actual paisagem geopolítica. Juillet tinha chegado escassas horas antes
de Washington, onde participara num grupo de trabalho
franco-americano sobre as “fake news”, suas implicações e modos de as combater.
E foi, precisamente, por aí que começou a sua intervenção.
Curiosamente - destacou - as “fake news” que os dirigentes do Partido Democrata americano imputam aos
russos e responsabilizam pela derrota de Hillary Clinton são... reais e verdadeiras!
Simplesmente, não deviam ser divulgadas pois chocavam de frente com o discurso
oficial da candidata... A partir desta “arqueologia” da origem do termo “fake
news”, Alain Juillet esclarece e desmonta o conceito para, em seguida, colocar
o problema no quadro em que sempre esteve: o das “operações de influência”, da
guerra de informação e da guerra híbrida.
Destas
guerras, passa à guerra económica em curso. Depois segue para o controlo chinês
das estratégicas “terras raras”; as mudanças climáticas e suas consequências
(estratégicas e económicas); as vagas de migrantes; a cultura, visão e lógica
da China (cita Sun Tsu e o seu “ganhar sem combate” mas também a recente obra
de dois coronéis chineses ”Guerra Irrestrita” ou como ganhar num afrontamento
do fraco ao forte); a Rússia e as novas armas de Putin e a “filofofia” que as
suporta (tema que Jean-Pierre Petit explica detalhadamente na sua entrevista),
explica a liderança de Putine e aponta a riquíssima Sibéria (que a mudança
climática está a descongelar...) como campo de batalha entre Moscovo e Pequim
(sinização em curso da Sibéria com uma avalanche de milhões de chineses a cada
ano...); a colaboração da americana Palantir com os “serviços” franceses
(contra o terrorismo, etc.), explica o ambivalente conceito de “amigo” (cita
Churchill...) e como trabalhar com os Estados Unidos... A terminar deixa pistas
de uma visão para o futuro, para sobreviver a médio e longo prazos. Enfim,
trinta e tal minutos de um ‘espectáculo’ de inteligência superior e muito bem
informada.
Se,
como o Intelnomics, considera que “pensar é um desporto radical”, aprecie esta
superior performance do grande mestre da inteligência económica e estratégica: https://www.youtube.com/watch?v=82cgWGlrAyE
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