Os chineses publicitaram o seu interesse
por Sines há bem uma década (pela mesma altura em que Obama andava muito
entretido com o seu - falhado – ‘shift’ para o Pacífico). Pelo mesmo tempo,
começaram a incluir os Açores em ‘escalas técnicas’ de viagens dos seus
dirigentes máximos e a manifestar, pouco subtilmente, o seu interesse por bases
naquele arquipélago (ao mesmo tempo que Obama mandava anunciar o seu
desinvestimento nas Lajes...).
Este quadro de circunstâncias fez
tocar algumas campainhas em Washington e alguns gritos alarmados de “red flag
over the Atlantic”...
O interesse de Pequim em Sines continuou público
mas os Açores quase desapareceram deste radar. Delegações chinesas vieram,
entretanto, visitar Sines – sempre manifestando o seu interesse em criar ali um
ponto de apoio à sua frota mercante e ainda à militar. A actual ministra do Mar
também se deslocou algumas vezes à China (onde foi muito bem recebida e
acarinhada e aproveitou para ir às compras).
Culminando este processo, o ‘imperador
vermelho’ Xi Jinping visita agora Lisboa, em início de Dezembro, como aqui tínhamos
antecipado.
A energia (ou seja, o controlo da EDP
e da REN pelo Estado chinês) é oficialmente anunciada como ‘prato forte’ da
agenda. Mas além da energia e do oficialmente anunciado que mais vem aí na
agenda Xi Jinping? Sines, claro. Mas, cuidado, um porto pode ocultar outro...
Os chineses já terão percebido que o
uso militar de Sines é uma impossibilidade (recorde-se que um governo
português, com Sá Carneiro como P-M, recusou aos Estados Unidos o
estacionamento de um porta-aviões ao largo de Sines...).
E se continuam a falar de Sines é para
melhor ocultar o seu real interesse num outro porto de águas profundas, menos
visível e mais no centro do Atlântico: Praia da Vitória, na ilha Terceira... sim,
a mesma ilha da base das Lajes!
O modelo que Pequim tem mente para
assegurar a “coexistência pacífica” com a presença americana é o do “sítio” onde
a China instalou a sua primeira base naval no estrangeiro, junto a franceses, americanos
e outros: Djibouti!
A escolha do modelo não podia ser mais
esclarecedora...
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