domingo, 30 de dezembro de 2018

A China ao Assalto do Extremo Ocidente Atlântico

A man waves the Chinese national flag in front of the Parliament ahead of China's President Xi Jinping meeting with Portugal's Parliamentary President Eduardo Ferro Rodrigues, in Lisbon, Portugal, December 5, 2018. REUTERS/Pedro Nunes.


Expansionista e agressivo, o nacionalismo imperial chinês não conhece limites, nem maneiras, e parece estar fora de controlo... Depois de ter posto em marcha uma estratégia de ocupação militar no Pacífico e de instalar um “colar de pérolas” no Indico, para cercar a India, Pequim ‘apalpa’ e sonda a situação no Atlântico, a norte do Equador (S. Tomé e Príncipe, Cabo Verde, os Açores e vários portos portugueses)... A ascensão em potência da China levou-a a iniciar uma disputa pela hegemonia global com os USA – já designada por nova “guerra fria”. Para ganhar esta corrida contra os USA, Pequim precisa de garantir os meios e os apoios que lhe permitam uma forte presença militar e económica no Atlântico Norte capaz de desafiar e enfrentar os americanos. Ora, o crucial Atlântico Nordeste é precisamente a zona ocupada pelo vasto e fragmentado território do Estado Português, um estado arquipelágico com mais território marítimo do que “terra firme”, cujos recursos disponíveis são muito escassos e cuja classe reinante é pobre (“de carteira e de cabeça”, dizia o deputado social-democrata J.A. Silva Marques, um homem de pensamento que também era rico), uma classe a quem o império avassalador das ideologias impediu a criação e desenvolvimento de um pensamento estratégico próprio. Portugal aparece assim como um estado em posição de grande fragilidade (“objectiva e subjectivamente”, como diria Álvaro Cunhal) e a manutenção da sua integridade territorial surge (quase...) como uma ‘derivada’ da aliança estrutural com a potência marítima... O pesadelo do saudoso Comandante Virgílio de Carvalho (a perda de partes estratégicas do território nacional... sem as quais Portugal deixa de ser viável como estado soberano) parece começar a despontar no horizonte como ameaça real.

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