Macron pode ser um aceitável actor, capaz de "envergar" um papel previamente definido e escrito, mas há uma coisa que lhe falha totalmente: conhecer a França e a sua tão singular alma.
A revolta dos modernos "sans-culottes" criou uma crise que era também uma oportunidade para Macron recuperar a sua popularidade perdida. Ele, porém, desperdiçou completamente a ocasião.
Num "número" politiqueiro, apareceu na televisão para "falar à Nação", simultaneamente, num acto de arrependimento e contricção e com a oferta de um cabaz de promessas. Logo na altura, a coisa cheirou a demasiada fartura.
Com o passar dos dias e à medida que o governo ia passando a escrito as tais promessas, começou a ver-se que, afinal, quase nada era o que parecia. E isso, claro, foi visto como mais uma mentira, mais uma manobra enganadora, mais um "número" da habitual politiquice... Ou seja, tudo aquilo que tinha de não parecer!
Se já tinha perdido a popularidade, antes da revolta, agora, perdeu também a credibilidade e, descobertas as mentirolas, perdeu sobretudo o respeito da França.
Basta ver como, nos últimos dias, ele está a ser caricaturado (como nunca antes fora) e como a sua imagem se degradou e anda miseravelmente a arrastar-se pela lama. A dele e a de todo o seu governo.
A V República criada por De Gaulle faz do PR um soberano, um monarca eleito e com prazo de validade. Macron devia saber que a França é o único país ocidental onde a "populaça" (não a nobreza, como aconteceu em Inglaterra) cortou cabeças reais... A França que, no décimo aniversário, da V República, enviou De Gaulle para casa.
Não é montagem... Foi mesmo assim e no Palácio do Eliseu!
Pelo que se vê, agora, Macron não sabe isso, não conhece nem percebe essa alma. Melhor, talvez lho tenham dito, talvez o tenha lido, mas de certeza que não o percebeu! Definitivamente, o rabo de Macron não serve à cadeira talhada pelo General De Gaulle.
Facto Inédito: A Carta Aberta dos Generais ao Presidente da República
Enquanto os "Gilets Jaunes" submetem a França a uma autêntica "open source insurgency" e consequente "systems disruption" e um general anuncia no Facebook a sua disponibilidade (e de "um grupo de oficiais") para explicar a Macron como se faz política séria e se governa com o povo, surge uma carta aberta assinada por um grupo de generais (e um ex-ministro da Defesa...) e endereçada ao presidente:
Monsieur le Président,
Vous vous apprêtez à approuver le 19 décembre prochain le “pacte mondial sur les migrations sûres, ordonnées et régulières” qui institue un véritable droit à la migration. Il pourra s’imposer à notre législation nationale par le biais de traités préexistants ou du principe de responsabilité commune fixé dans ce pacte.
Il nous apparaît que la seule souveraineté qui restera à la France consistera à fixer librement la façon dont les objectifs du pacte devront être mis en œuvre. Vous ne pouvez pas céder ce nouveau pan de la souveraineté nationale sans un débat public alors que 80% de la population française considère qu’il faut stopper ou réguler drastiquement l’immigration. En décidant seul de signer ce pacte, vous ajouteriez un motif de révolte supplémentaire à la colère d’un peuple déjà malmené. Vous vous rendriez coupable d’un déni de démocratie, voire de trahison à l’égard de la nation.
Par ailleurs, les finances de notre pays sont exsangues et notre endettement progresse. Vous ne pouvez donc pas prendre le risque d’un appel d’air migratoire coûteux sans avoir démontré préalablement que vous ne serez pas obligé de recourir à plus d’impôts pour répondre aux objectifs du pacte. D’autre part, vous devez être capable, en terme sécuritaire, de juguler les conséquences liées à l’arrivée de populations extra-européennes. Enfin, vous ne pouvez pas ignorer que l’essence même du politique c’est d’assurer la sécurité à l’extérieur et la concorde à l’intérieur. Or, cette concorde ne peut être obtenue qu’à la condition de maintenir une certaine cohérence interne de la société seule capable de permettre de vouloir faire ensemble, ce qui devient de plus en plus problématique aujourd’hui.
En effet, l’Etat français réalise un peu tard l’impossibilité d’intégrer des populations trop nombreuses, de surcroît de culture totalement différente, qui se sont regroupées au cours de ces quarante dernières années dans des zones qui ne se soumettent plus aux lois de la République.
Vous ne pouvez pas décider seul d’effacer nos repères civilisationnels et nous priver de notre patrie charnelle.
Nous vous demandons donc de surseoir à la signature de ce pacte et d’appeler par voie de référendum les Français à se prononcer sur ce document. Vous êtes comptable devant les Français de vos actions. Votre élection ne constitue pas un blanc seing.
Général Antoine MARTINEZ
Nous soutenons l’initiative du Général MARTINEZ contre l’adoption de ce pacte qui doit être approuvé par les États membres de l’ONU le 19 décembre prochain.
M. Charles MILLON – Ancien Ministre de la Défense
Général Marc BERTUCCHI
Général Philippe CHATENOUD
Général André COUSTOU
Général Roland DUBOIS
Général Daniel GROSMAIRE
Général Christian HOUDET
Général Michel ISSAVERDENS
Amiral Patrick MARTIN
Général Christian PIQUEMAL
Général Daniel SCHAEFFER
Général Didier TAUZIN
Colonel Jean Louis CHANAS
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