domingo, 9 de dezembro de 2018

Portugal: Uma Falha Fatal


Cruzar os dados de dois “rankings” do IMD, Institute for Management Development, acabados de sair, é um excelente exercício que permite, entre outro, identificar uma falha estrutural (e fatal...) deste país que temos: No ranking do “talento” somos 17º (bem à frente da Espanha) enquanto no ranking da “competitividade digital” caímos para 32º lugar (atrás da Espanha)...


Portugal no top-20 dos países com mais talento

Portugal subiu, em 2018, 7 lugares no ranking mundial de talento, estabelecido pelo suíço IMD, Institute for Management Development, e é agora o 17.º país do ranking (liderado pela Suíça) à frente, por exemplo, da França, da Espanha e do Japão. Este salto para cima, de 7 lugares, é uma das maiores subidas, de 2017 para 2018, registadas pelo IMD. A Eslovénia também saltou 7 posições mas está fora do Top20 pois ocupa a 30ª posição.

O IMD assinala que “Western Europe leads, Eastern Europe lags, North America gives strong performance. This year, Switzerland once again confirms its role as an important global talent hub. It ranks 4th in Investment and Development, and 1st in both the Appeal and Readiness factors. In addition, several European countries fall within the 25 most competitive with respect to talent. Belgium (11th), Cyprus (15th), Portugal (17th), Ireland (21st), United Kingdom (23rd), and France (25th) complete this list.

“The IMD World Talent Ranking is based on countries’ performance in three main categories — investment and development, appeal and readiness. The three categories assess how countries perform in a wide range of areas. These include education, apprenticeships, workplace training, language skills, cost of living, quality of life, remuneration and tax rates.”





Portugal é 32º no ranking da competitividade digital

Pior que a Espanha, Portugal tem muito a fazer para se tornar realmente tecnologicamente competitivo. 32º num total de 63 países analisados no “IMD World Digital Competitiveness Ranking 2018”, Portugal é um dos piores classificados entre os países da Europa Ocidental. A análise do IMD permite identificar os pontos mais negativos mas revela também que os pontos positivos não o são assim tanto... Ultrapassar este atraso necessita uma estratégia política (traduzida em medidas de política pública) e não é resolúvel por operações de comunicação, tipo “web summit”, que dão visibilidade ao interesse e apetência do país pelo digital mas não resolvem os problemas de fundo.


No top-10 deste ranking, liderado pelos USA, estão 7 países europeus, o Canadá e Singapura. De notar que nestes 7 europeus apenas há um “grande”, a Inglaterra. Os restantes 6 são todos “pequenos” países (Suécia, Dinamarca, Suíça, Noruega, Finlândia e Holanda). Ou seja, um “pequeno” país pode ser uma potência no mundo digital. Mais, um “pequeno” país tem todo o interesse em tornar-se uma potência digital. Tanto por razões de defesa/segurança como por razões de desenvolvimento e criação de valor. E, sobretudo, pela pesadíssima razão estratégica de se posicionar para integrar o “core” do sistema mundial digital e não ser remetido para a periferia desse sistema...

“The USA leads the ranking 2018 followed by Singapore, Sweden, Denmark and Switzerland. Rising from the 3rd spot, the USA overtakes Singapore and Sweden to top the ranking.
“The IMD World Digital Competitiveness Ranking 2018 studies 63 economies. This year the majority (29) of countries in the study (29) experienced an improvement in their level of digital competitiveness. About 40% of the sample (26 countries) shows a decline while only eight economies remain in the same position. These changes are not geographically focused. Improvements and declines occur across continents.”

O IMD explica que o objectivo do “digital competitiveness ranking is to assess the extent to which a country adopts and explores digital technologies leading to transformation in government practices, business models and society in general”.



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