Cruzar os dados de
dois “rankings” do IMD, Institute for Management Development, acabados de sair,
é um excelente exercício que permite, entre outro, identificar uma falha
estrutural (e fatal...) deste país que temos: No ranking do “talento” somos 17º
(bem à frente da Espanha) enquanto no ranking da “competitividade digital”
caímos para 32º lugar (atrás da Espanha)...
Portugal no top-20
dos países com mais talento
Portugal subiu, em
2018, 7 lugares no ranking mundial de talento, estabelecido pelo suíço IMD,
Institute for Management Development, e é agora o 17.º país do ranking (liderado
pela Suíça) à frente, por exemplo, da França, da Espanha e do Japão. Este salto
para cima, de 7 lugares, é uma das maiores subidas, de 2017 para 2018,
registadas pelo IMD. A Eslovénia também saltou 7 posições mas está fora do
Top20 pois ocupa a 30ª posição.
O IMD assinala que “Western Europe leads, Eastern
Europe lags, North America gives strong performance. This year, Switzerland
once again confirms its role as an important global talent hub. It ranks 4th in
Investment and Development, and 1st in both the Appeal and Readiness factors.
In addition, several European countries fall within the 25 most competitive
with respect to talent. Belgium (11th), Cyprus (15th), Portugal (17th), Ireland
(21st), United Kingdom (23rd), and France (25th) complete this list.
“The IMD World Talent Ranking is based on countries’
performance in three main categories — investment and development, appeal and
readiness. The three categories assess how countries perform in a wide range of
areas. These include education, apprenticeships, workplace training, language
skills, cost of living, quality of life, remuneration and tax rates.”
Portugal é 32º no
ranking da competitividade digital
Pior que a Espanha,
Portugal tem muito a fazer para se tornar realmente tecnologicamente competitivo.
32º num total de 63 países analisados no “IMD World Digital Competitiveness
Ranking 2018”, Portugal é um dos piores classificados entre os países da Europa
Ocidental. A análise do IMD permite identificar os pontos mais negativos mas
revela também que os pontos positivos não o são assim tanto... Ultrapassar este
atraso necessita uma estratégia política (traduzida em medidas de política
pública) e não é resolúvel por operações de comunicação, tipo “web summit”, que
dão visibilidade ao interesse e apetência do país pelo digital mas não resolvem
os problemas de fundo.
No top-10 deste
ranking, liderado pelos USA, estão 7 países europeus, o Canadá e Singapura. De
notar que nestes 7 europeus apenas há um “grande”, a Inglaterra. Os restantes 6
são todos “pequenos” países (Suécia, Dinamarca, Suíça, Noruega, Finlândia e
Holanda). Ou seja, um “pequeno” país pode ser uma potência no mundo digital.
Mais, um “pequeno” país tem todo o interesse em tornar-se uma potência digital.
Tanto por razões de defesa/segurança como por razões de desenvolvimento e
criação de valor. E, sobretudo, pela pesadíssima razão estratégica de se
posicionar para integrar o “core” do sistema mundial digital e não ser remetido
para a periferia desse sistema...
“The USA leads the ranking 2018 followed by Singapore,
Sweden, Denmark and Switzerland. Rising from the 3rd spot, the USA overtakes
Singapore and Sweden to top the ranking.
“The IMD World Digital Competitiveness Ranking 2018
studies 63 economies. This year the majority (29) of countries in the study
(29) experienced an improvement in their level of digital competitiveness.
About 40% of the sample (26 countries) shows a decline while only eight
economies remain in the same position. These changes are not geographically
focused. Improvements and declines occur across continents.”
O IMD explica que o objectivo do “digital
competitiveness ranking is to assess the extent to which a country adopts and
explores digital technologies leading to transformation in government
practices, business models and society in general”.
Related documents
Sem comentários:
Enviar um comentário