Poder-se-ia argumentar que a manipulação (que como o nome indica é “manual” e não “digital”...) é velha como o mundo e que já a Bíblia (que um tristemente famoso juiz tanto precisa de citar...) nos oferece vários casos exemplares. Ou que a prática corrente da “dezinformatsiya” é várias guerras anterior às recentes (e insípidas) “fake news”. Ou que redes sociais e cibersegurança têm tanto que ver entre si como o rabo e as calças. Ou que... mas não vale a pena.
Basta dizer que, depois das últimas presidenciais nos EUA, se gerou à volta de alguns factos e outros argumentos uma confusão monumental que em nada ajuda a esclarecer coisa alguma e, pelo contrário, só ajuda à criação de uma situação caótica geradora de desconfiança no sistema político-eleitoral e na própria democracia.
Foi, aliás, nesse quadro que Trump criou o neologismo “fake news” para se referir a velhas práticas nos media tradicionais e a notícias que o atacavam.
Amalgamar “conteúdos” com “continentes” e acrescentar-lhe ainda mais umas questões de segurança da informação só pode dar maus resultados... Tão maus que, ao serem geradores de desconfiança nos resultados dos sistemas político-eleitorais democráticos, ultrapassam as mais loucas esperanças que poderia acalentar qualquer teoria da conspiração “made in Russia” ou “made in China”.
Ameaças e riscos existem, um desenvolvimento tecnológico adoptado sem preocupações da necessária segurança criou um ambiente de medo (as facilidades no desvio dos emails da Clinton são assustadoras...), a própria NSA se revelou, a dada altura, tão capaz de guardar os seus segredos como um vulgar passador, tudo isto pode e deve ser tratado e debatido mas é conveniente que o seja com... algum conhecimento das matérias em questão, começando pelo esclarecimento dos conceitos.
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