Marcelo está em Angola, em visita de Estado, e está muito bem, mesmo se não conseguiu criar uma mensagem clara (ele que é uma espécie de comunicador-geral da república) sobre o que lá ia fazer e sobre a importância estratégica dos laços lusófonos em geral e dos luso-angolanos em particular.
Esta República nunca assumiu nem tem sabido sequer equacionar o carácter estratégico da Lusofonia (para qualquer um dos Estados lusófonos). Pela sua história pessoal com África, Marcelo poderá ter para esta matéria um sensibilidade superior.
Se assim fôr, poderá estar ao seu alcance dar um contributo decisivo para a superação do vazio estratégico que tem sido a Lusofonia. O mesmo é, aliás, válido para António Costa (curiosamente, ambos mais relacionados com o Indico do que com o Atlântico).
Da actual classe política portuguesa, em geral, transparecem um desconhecimento e um desinteresse imensos pelas questões da África (tanto da África atlântica como da África índica) e, mais especificamente, da Lusofonia. Para além de umas coisas da "espuma dos dias" e de algumas palavras de circunstância, pouquíssimo se encontra em português sobre estas matérias tão decisivas.
Por isso, é de destacar e saudar o contributo que, a propósito desta visita de Marcelo a Angola, é dado pelo secretário-geral da UCCLA - União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, Vítor Ramalho (um dos escassíssimos políticos portugueses com sensibilidade e conhecimento lusófonos), no Público desta quarta-feira, 6 de Março, e que aqui se regista, para que se saiba do que falamos quando hoje falamos de Lusofonia.
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