sábado, 28 de setembro de 2019

Trump: O documento que fundamenta o pedido "impeachment inquiry"

O Partido Democrata americano parece querer esgotar-se numa estratégia de ataque reputacional a Trump, que combina manobras políticas e o apoio dos grandes media. E parece ignorar que Trump já se revelou um "inoxidável" e que, sobretudo, comunica directamente com o eleitorado, torneando assim os grandes media. 

Tudo isto revela um posicionamento das elites político-mediáticas do PD típico dos anos 80 e 90 do século passado. Típico do tempo em Bill Clinton podia garantir a pés juntos e de olhar muito sério "não tive sexo com essa mulher". Os tempos, porém, mudaram e convém saber e conhecer o mundo em que se está hoje.

A dirigente do PD Nancy Pelosi sabe bem que só por milagre se concretizará o "impeachment" de Trump, mas calcula que ocupar o palco político-mediático com um procedimento visando a destituição de Trump, durante os meses que antecedem as presidenciais de Novembro 2020, é a via mais segura para tentar evitar a sua reeleição no final do próximo ano.

O objectivo real não é, portanto, a destituição do presidente Trump mas sim um devastador ataque reputacional ao Trump candidato à reeleição. As guerras de informação não são, porém, coisa para amadores e, até agora, não foi notado qualquer sinal de haver um estratega de guerra de informação ao lado de Pelosi.

O momento escolhido para avançar com o pedido formal de "impeachment inquiry" também está longe de ser o mais azado. Trump apresenta hoje uma taxa de aprovação das mais altas (52%) do seu mandato e superior à de Obama, na mesma data do seu primeiro mandato...
O ataque reputacional é uma forma de guerra de informação, para destruir a imagem política de um alvo, que exige tempos e modos de execução rigorosos. Coisa que o PD, dirigido por Nancy Pelosi, também parece não ter sabido conceber e executar... 

Mas, sobretudo, antes de lançar qualquer tipo de guerra de informação, há que saber que, uma vez posta em marcha, ela terá, como qualquer outra guerra, uma imparável tendência para ganhar vida própria e escapar aos planos do seu criador. As capacidades próprias do "alvo" e o tipo de reacções que terá são decisivas para a evolução que tal guerra terá.

Ora, Trump também já provou ser neste campo um adversário temível cujo jogo se desenvolve de forma pouco convencional e menos previsível ainda. Veja-se a sua reacção ao anúncio por Nancy Pelosi da existência de um documento "classificado" que denunciava um conluio de Trump com o presidente da Ucrânia: Trump nega a existência de qualquer conluio e manda "desclassificar" o tal documento e divulgá-lo...


"House Speaker Nancy Pelosi recently announced her decision to open a formal impeachment inquiry against Pres. Donald Trump. Here’s the declassified complaint of the alleged whistleblower over Trump’s phone call with Ukraine Pres. Volodymyr Zelensky which became the basis of the impeachment proceedings:


What do you think. Should Trump be impeached?"

Veremos como, em Novembro 2020, tudo isto acaba e quem, pelo caminho, vai ser triturado ou incinerado pela guerra de informação desencadeada agora por Pelosi que (a meses de fazer 80 anos) terá também achado ter aqui a derradeira oportunidade da sua vida política.

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