O Economist e uma certa elite anglo-saxónica começam a
perceber, finalmente e quando se entra no último ano do mandato de Donald Trump
e no terceiro ano da sua “economic warfare”, a resposta à questão principal de
Mao Tse Tung: Quem é o inimigo?
The Economist: China, America and the planet’s biggest break-up
Obcecados com
os fantasmas da guerra fria, os Obamas, Clintons, a elite de que o Economist é
o jornal e os seus acéfalos seguidores espalhados pelo mundo continuaram a
definir uma Rússia colapsada e falida como o inimigo nº 1 e, como nº 2, uns maltrapilhos
armados de kalashs, IEDs e uma bárbara e primária fé assassina.
Neste cenário,
a China avançava em silêncio (ordens ainda do velho Deng para avançar calado)
aproveitando as máscaras que as elites neo-liberais e politicamente correctas
dominantes no Ocidente lhe ofereciam. Enquanto
Washington e outros ocidentais, como Paris, só tinham olhos para Moscovo,
Pequim podia desenvolver as suas manobras à vontade... Mas como não há bem que sempre dure, um belo
dia alguém gritou que a China estava a violar a América e os eleitores logo o
puseram na Casa Branca. Três anos depois, mas sem praticar a auto-crítica que
os manuais chineses ordenam, o Economist parece começar, finalmente, a perceber
o tabuleiro da estratégia.
A China deixou
de poder avançar a coberto...
Nota:
John Pomfret, que conhece muito bem a China e seus meandros
e mistérios pois foi, entre 1997 e 2003,
"the Beijing bureau chief for The Washington Post” e é autor de “The
Beautiful Country and the Middle Kingdom: America and China, 1776 to the
Present’, publicou agora na The Atlantic, um pequeno mas arrasador ensaio que
mostra como 4 décadas de ilusões políticas, de Carter a Obama, produziram
exactamente o oposto do que se propunham: China Has Begun to Shape and
Manage the US, Not the Other Way Around. Com
implacável lucidez, John Pomfret conclui: “US policymakers long sought to
export American values to China. The reverse is happening instead.”
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