Hoje, sexta-feira, a notícia é:
“Nicolas Sarkozy inculpé pour «association de malfaiteurs»”
Ontem, quinta-feira, a notícia foi:
“Perquisitions chez Edouard Philippe”
Ora, dado o deserto em que a paisagem política francesa se transformou (e que vai ainda agravar-se), Sarkozy era já visto como um autêntico “homem de Estado” (quando comparado ao “anão” Macron e outros políticos de primeiro plano). Até hoje. Até à divulgação desta decisão dos Juízes, divulgada via um muito oportuno “leak” para o Mediapart, cujo ‘patrão’, um (ex?) trotsquista e um pró-islâmico, odeia Sarkozy.
Edouard Philippe, o até há pouco primeiro-ministro, era apercebido como um homem competente e sério que muitos franceses viam já a caminho do Eliseu... Até ontem. Até chegar a notícia que os juízes lhe tinham entrado pela casa dentro à “hora do leiteiro”.
O final da semana foi, portanto, muito produtivo e profícuo para a recandidatura de Macron. Resta-lhe um obstáculo (muito superior a qualquer dos dois agora removidos): a senhora Marine Le Pen.
Que terá a “Justiça” de Macron na manga contra Marine? E que terá Marine preparado para “atirar” à “Justiça” de Macron? E a Macron?
Única conclusão por ora possível: a França entrou num tempo de guerra de informação (que irá até às ‘presidenciais’ de 2022) em que juízes e polícias servem como instância legitimadora dos mais letais ataques informacionais. Se esses ataques têm ou não algum tipo de fundamento, os tribunais dirão. Mas só dirão quando já for tarde e o vencedor de 2022 estiver há muito instalado no Eliseu.
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