quarta-feira, 12 de maio de 2021

“Podem as Forças Armadas Salvar a França?”


A V República francesa, criada pelo General De Gaulle, na sequência do golpe de Estado de 1958, parece estar a entregar a alma aos seus criadores.

Dias depois de uma primeira “tribuna” militar, assinada por generais na reserva, sob a forma de carta aberta, surge uma segunda assinada por milhares de militares no activo (mas cujas identidades, obviamente, não são divulgadas). Uma coisa é já clara: os autores das “tribunas” dominam com mestria as artes da comunicação política da era das redes sociais…

Esta segunda "tribuna", divulgada no site da revista "Valeurs Actuelles" e aberta à assinatura de civis franceses, foi posta em linha no domingo às 21H40 e tinha sido vista, na terça feira às 18H, por 1 969 426 visitantes únicos e recolhido  249 989  assinaturas...  

"À 18 heures, 1 969 426 visiteurs uniques ont lu la tribune, qui comptabilise 249 989 signatures. Pour prévenir tout risque de falsification informatique, nous avons décidé d’affiner la méthodologie de comptage de la tribune, en ne communiquant plus que par nous-même, à partir des données certifiées par Google analytics, d’abord sur le nombre de visiteurs uniques, et non plus le nombre total de vues (une personne pourrait avoir lu plusieurs fois de suite le texte ou rafraîchi trop souvent la page, faussant la comptabilité).”

Recorde-se que as sondagens mostram que uns 60% dos franceses apoiam as posições dos militares divulgadas nestas duas “tribunas”…

Macron iniciou o seu mandato presidencial (de cinco anos) impondo uma guerra ao CEMGFA, General Villiers, a propósito do uso da Defesa como "variável de ajustamento orçamental" (vulgo "cortes"), que levou o chefe militar a apresentar a sua demissão. A um ano das eleições presidenciais, são os generais que abriram uma guerra de desgaste a Macron que não dá mostras de saber lidar com o assunto. 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Portugal: Falta de Estratégia e de Decisão

Lúcio Vicente Estamos a poucos dias de celebrar os 50 anos de Abril. Porém, Portugal é muito menos do que podia e devia ser. Os 123 mil milh...