quarta-feira, 12 de abril de 2023

Mudanças no discurso económico de Costa

Há aqui uma profunda mudança na semântica política do discurso de Costa sobre a economia... E é bem positiva. Influências do ministro da Economia António Costa e Silva? Talvez. Mas, seja como for, não basta mudar de semântica, é preciso construir os dispositivos e instrumentos, materiais e imateriais, para que as coisas funcionem e os objectivos sejam alcançados... Ou seja, é preciso inteligência económica e estratégica. E quem seja capaz de a conduzir e executar.

Segundo escreve a agência Lusa:

"O primeiro-ministro afirmou hoje que um dos objetivos da sua visita à Coreia do Sul é atrair investimento de multinacionais sul-coreanas para a produção europeia de semicondutores e defendeu que autonomia estratégica económica não significa protecionismo.


Tendo ao seu lado os ministros da Economia, António Costa Silva, da Ciência e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e das Infraestruturas, João Galamba, o líder do executivo português voltou a advogar a necessidade de Portugal acompanhar o movimento mundial de reorganização das cadeias de valor face ao atual quadro de instabilidade na economia internacional.

"Há uma necessidade de diversificação das cadeias de produção de alguns bens essenciais e os semicondutores são hoje fundamentais para tudo", sustentou, antes de apontar como exemplo o facto de a paralisação da produção na China, a partir do início de 2020 -- devido à pandemia da covid-19 -, ter bloqueado uma série de indústrias à escala global.

Por esta razão, de acordo com o primeiro-ministro, Portugal tem procurado "manter um diálogo com o grupo SK, tendo em vista atrair para o país a produção europeia de semicondutores".

"Neste conceito de autonomia estratégica que se tem vindo a desenvolver na Europa, Portugal tem tido uma posição muito clara sobre o significado deste conceito. Autonomia estratégica significa não ficar dependente de outros, mas não significa fecharmo-nos sobre nós próprios. Queremos atrair investimento direto estrangeiro, designadamente sul-coreano, para se produzir na Europa aquilo que a Europa necessita .....

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