segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

“Justiça”: Afirma Paulo Blanco

in DCIAP, a nova PIDE? | Estátua de Sal | 08/02/2018

NOTA DO INTELNOMICS:  A imagem que a “Justiça” projecta de si mesma é má, muito má. Como mostram todas as sondagens e outros estudos de opinião (uns com mais “estudo”, outros com mais “opinião”), dos últimos anos, os Portugueses não confiam na “Justiça” desta República e colocam-na mesmo abaixo de políticos! Se a imagem tem sido má, parece ter havido a decisão, nos últimos tempos, de dar um passo em frente e torná-la pior. Arrastá-la mesmo para as ruas da amargura. Os Portugueses pouco ou nada confiam nos media, no poder legislativo e quanto ao executivo depende da conjuntura e de quem o assume. Mas confiam ainda menos no poder judicial! De facto, chegámos a um estado em que os Portugueses só confiam nas Forças Armadas... A República não pode viver assim! Não sabemos se a “Justiça” tem sido ou não justa (não é a nossa especialidade) mas vemos bem que tem sido muito pouco inteligente e nada hábil no seu “perceptions management” (e este, sim, é um dos campos da especialização da equipa INTELNOMICS). O artigo de que aqui se reproduzem excertos até pode não ter fundamento. Mas, na gestão da percepção, a questão não é essa. A questão é a da percepção. Porque as percepções são críticas e têm frequentemente mais peso e força do que as realidades a que se referem é que têm de ser geridas. Bem geridas! A questão, deste artigo, é que alguém o escreveu e que ele teve um impacto brutal nas redes sociais. E levantou uma onda de indignação. Na origem do artigo estão “alegações” de um advogado contra o Ministério Público e a PGR. Acusações graves estão contidas nessas “alegações” do advogado Paulo Blanco.

“E o que diz Paulo Blanco?

  1. Que o Ministério Público pratica ilegalidades.

  1. Que o Ministério Público conduz secretamente operações administrativas de investigação ao Procurador Geral da República de Angola, mas não só. Também a cidadãos portugueses, políticos, jornalistas, magistrados, requerendo e mantendo informação bancária sobre os mesmos.

  1. Em função disso, há pessoas que vivem em Portugal, condicionadas na sua acção diária. (Ver vídeo e as declarações proferidas aqui ).

Operações secretas?! Condicionamento de pessoas?! Será que passámos de novo a viver num Estado policial, sujeitos a uma ditadura secreta do Ministério Público?! Onde anda o Estado de Direito, afinal?


E tendo sido estas declarações proferidas em audiência perante um juiz, qual a reacção deste? Que tal era apenas “uma questão lateral”, já que não tinha interesse para o processo! Ou seja, pelos vistos até o juiz sabe que as afirmações são verdadeiras, mas não considera que os factos aludidos tenham qualquer gravidade. Extraordinário!

Ora, perante a gravidade destas afirmações quer a Procuradora-Geral da República, quer a Ministra da Justiça, quer o Primeiro-Ministro, quer o Presidente que opina e fala sobre tudo quanto mexe, deveriam ter vindo a terreiro, esclarecer a questão e sossegar a opinião pública. O que sucedeu foi aterrador: um silêncio sepulcral sobre o assunto, o que me leva a concluir que, provavelmente, Paulo Blanco tem mesmo razão quando diz que “há pessoas que vivem em Portugal, condicionadas na sua acção diária”, ou seja há muita gente no topo do aparelho do Estado condicionada pela sanha investigatória  do Ministério Público. Depois do que sucedeu com o Ministro Centeno, já nada me espanta.

Como diz o ditado, “quem cala consente”...”

DCIAP, a nova PIDE? | Estátua de Sal | 08/02/2018 

http://www.jornaltornado.pt/o-dciap-a-nova-pide/

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