A “governança” de Bruxelas, do alto da sua
pirâmide tecno-burocrática, impõe a sua vontade à “Europa” através da evacuação
da política e, portanto, dos eleitorados e da vontade democrática. Claro que o
mapa da coisa será assimétrico. Por enquanto, um Estado-membro tem a capacidade
de impor a essa “governança” orientações políticas (que não dizem o nome),
alguns, poucos, Estados-membros têm a capacidade de lhe fazer o “containment”
(como Juncker explica, “a França é a França...”) e a maioria dos
Estados-membros está praticamente desarmado face aos diktats desta “governança”
(às ordens de Berlim). Porém, expulsos pela porta, a política, os eleitorados e
a vontade democrática reentram pela janela... Nesta “dança”, a elite política
europeia tem estado, nestes últimos anos, a ser dizimada e substituída por
gente vinda das margens ou de fora do sistema. E, alimentado pela revolta dos
eleitorados, esse massacre continua...
O Brexit, por exemplo, tem dado aso a um
confrangedor espectáculo político. A “governança” não entende e muito menos
consegue integrar que um Estado queira abandoná-la. A elite inglesa bate-se com
uma decisão democrática que manda sair da “Europa”. E toda esta gente anda,
entre Bruxelas e Londres, a dançar à volta da fogueira... em que arriscam
queimar-se. Theresa May, uma senhora simpática, já tem a saia a arder...
A fronda e o resto vistos de Paris
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