Quanto ao atropelamente,calma, neste não morreu ninguém... E, não, Karl Lagerfeld, bonzo da moda, não aderiu aos Gilets Jaunes... Nada disso, tranquilos! A publicidade da segurança rodoviária lá do sítio é que foi atropelada pela ironia, numa esquina da vida... That's life, cantaria o Sinatra com aquela voz que tantas vezes animou os bailes dos proletas e contribuiu, durante décadas, para a demografia.
E um dos maiores paradoxos (ou talvez nem tanto...) da coisa não é o facto de o "anão intelectual" do Macron não entender o fenómeno e mostrar-se surpreendido e paralizado, é, sim, o facto de a esquerda francesa, comprometida e ocupada com "causas fracturantes" e outras narrativas "politicamente correctas", não ter olhos nem neurónios para "ler" o que se passa diante do seu pobre nariz (que não cheira nada) e perder a ocasião de acompanhar a revolta dos proletas actuais quando, finalmente, contra as crescentes desigualdades e contra a fiscocracia que lhes devora o poder de compra, eles se revoltam! E assim os deixando, portanto, sozinhos... Histórico falhanço total da esquerda francesa que é uma benção para Macron e para Marine Le Pen! E para um qualquer Trump "à venir"...
ACTUALIZAÇÃO
Ex-ministro do Ambiente tira o tapete a Macron: «Il faut combiner les problèmes de fin de mois avec les problèmes de fin du monde».
Nicolas Hulot, que foi ministro do Ambiente até há três meses, denunciou, ontem à noite, em entrevista na televisão, a política fiscal de Macron como responsável da revolta dos “coletes amarelos”. Não é um problema da ecologia, é um problema de injustiça fiscal, explicou ele. Hulot revelou ainda que desde o Verão passado tinha avisado Macron e o seu primeiro-ministro para a "injustiça" e para o que ela podia gerar. Mas que ninguém o tinha ouvido. Assim fica explicado o seu imtempestivo abendono do governo Macron...
Hulot insistiu que, no Verão passado, tinha, em vão, avisado “Emmanuel Macron et Edouard Philippe de cette absolue nécessité d’un accompagnement social, en vain: «je n’ai pas été entendu». Il avait, dit-il, tout tenter pour éviter l’opposition «caricaturale» entre les questions écologiques et sociales, alors qu’elles sont au contraire intimement liées, que ce sont les plus défavorisés qui souffrent le plus de la pollution de l’air ou des inondations. Le problème n’est pas là, a-t-il affirmé. Il est dans le fait que la fiscalité n’est plus équitable, que les impôts sur les bénéfices des sociétés ont baissé, que le kérosène des avions ou le fioul lourd des cargos n’est pas taxé… La transition ne peut être que solidaire. Et opposer écologie et social est un faux débat...”.
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