quarta-feira, 29 de maio de 2019

5G: um mercado de 12 triliões de dólares

De que falamos quando falamos da “5G”? Falamos de um mercado de 12 triliões de dólares...



É este o verdadeiro potencial por trás da tecnologia 5G, o mercado para o qual esta tecnologia abre as portas. 

Ora, se para certo rei francês (e protestante) “Paris valeu bem uma missa” (católica), que dizer deste mercado de 12 triliões?

Que vale muito bem uma boa guerra económica!




Mesmo que fossem"só" estes 12 triliões, como ouvi alguém dizer, com um pouco de lúcido cinismo: “até o Obama teria percebido”! Mas não são "apenas" 12 triliões! Há muito mais... Há a estratégica questão do controlo de toda a informação. Há a magna questão do controlo da mudança tecnológica e, portanto, do novo sistema global emergente. De facto, a "guerra" (por enquanto ainda com aspas...) é pela definição do que vai ser o centro do novo sistema global e de quem vai lá estar e vai definir as regras. É pela hegemonia global.

Os “sinais fracos” que não enganam

Quando Trump desencadeou as suas manobras de “economic warfare” pouca gente houve que não tenha ficado surpreendida. Havia, porém, razões (e bem fortes...) para que tal surpresa não acontecesse. E nem eram precisos dossiers “top secret”. Bastava uma “leitura” adequada de informação publicada e difundida, abertamente. Bastava saber detectar e saber “ler” os “weak signals”. De facto, esta "guerra" é um processo começado bem antes de Trump despontar no horizonte como candidato e podemos, numa periodização provisória, propôr 2014 como o ano em que se inicia, quando a China rompe o pacto económico não-escrito com os EUA e deixa de 'reciclar' os seus excedentes da sua balança comercial com os EUA no mercado de activos financeiros americanos.


Os 'sinais fracos' multiplicavam-se. Por exemplo, há anos já (ainda antes da eleição de Trump) que começava a tornar-se claro que qualquer coisa do género vinha a caminho. Percebemos isso quando, muito antes da ascensão em potência de Pequim no chamado mar do sul da China se ter tornado assunto na imprensa main stream, vimos um veterano da “guerra fria” na Europa (entretanto ‘desmobilizado’ e passado a alto consultor de matérias económicas) agarrar o assunto, metê-lo em perspectiva, de forma dramática, e dar-lhe até um enquadramento económico.


O complexo de comunicação que o senhor hoje dirige atinge diariamente largos milhões de leitores. A questão imediata era: como e porquê aparece este homem a tratar esta matéria deste modo... “Sinal fraco” mas (para quem o soubesse detectar e o soubesse ler) de uma enorme força. Que nos dizia que havia nos EUA quem tivesse uma leitura diferente das angélicas proclamações que inundavam a imprensa main stream. Que essa leitura estava a alastrar e que mais cedo ou mais tarde iria entrar na “guerra” pela conquista das mentes e dos corações.

Nos anos que desde então se passaram, quase todas as semanas tem sido possível encontrar, publicada por algum canal de difusão, uma réplica da análise que o veterano da “guerra fria” tinha inicialmente difundido. E esta constância é, em si, mais um “sinal fraco”...  

Ainda hoje, com o necessário ‘mutatis mutandis’, nos chegou um “descendente” desse já longínquo antepassado: China is getting brazen (and they won't stop until they've taken everything)...

Por isso, ter sido surpreendido é imperdoável. 


Como Alain Juillet gosta de explicar, “com toda a informação hoje disponível, com todos os bancos de dados, é imperdoável ser-se surpreendido porque, no mundo actual, há todos os elementos necessários para evitar a surpresa, basta ir busca-los e saber interpretá-los”.

Mas, claro, entende-se, há quem adore surpresas e não prescinda de ser surpreendido... Mas todos esses, então, deviam prescindir de abrir a boca, de aparecer em qualquer media e manter-se em 
casa a cultivar as suas queridas surpresas e outros floreados.

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