O homem que o P-M António Costa foi buscar para 'desenhar' a
ultrapassagem portuguesa da crise sócio-económica global provocada pelo vírus
de Wuhan, António Costa Silva, fala nesta entrevista à TVI sobre "Chinaversus EUA" (a 22 Fevereiro 2020), ou seja, sobre a "guerra" em
curso pela hegemonia global. É importante perceber que homem é este, que
interesses defende, que ideias tem, que "grelhas" e quadros
estratégicos são os seus... Para já, duas notas e dois reptos.
Duas notas:
1. Costa Silva surge na
entrevista como homem bem informado, detentor de uma informação de qualidade
que mostra saber organizar. Mostra ainda ser capaz de reflectir sobre a
posição, o interesse e as potencialidades (e algumas fragilidades...) de
Portugal nesse quadro do afrontamento entre China e EUA.
2. Não fica, porém, claro
que tenha uma grelha de leitura própria (muito menos que 'grelha' será essa...)
destes acontecimentos, nem um quadro estratégico capaz de organizar o
'interesse nacional' que permita à "nau Portugal" (Pessoa dixit)
atravessar o caos das tempestades actuais e chegar ao seu bom porto.
E dois reptos:
1. Fica o desafio aos nossos
colaboradores e leitores que aqui contribuam para esclarecer quem é e o que
quer este homem a quem o P-M António Costa entregou a missão mais importante de
todas: definir o nosso futuro.
2. E fica também outro repto
para que colaboradores e leitores se pronunciem: Esta decisiva missão
estratégica que o P-M Costa entregou ao presidente da Partex (uma empresa
pública tailandesa) não justificaria, só por si, a criação de um órgão
permanente (sem 'tachos, nem custos de estrutura) capaz de organizar e resolver
estas questões de Estado? Porque é de "questões de Estado" e de
"pensamento de Estado" que se trata, o local para as organizar e
resolver só pode ser um Conselho Nacional Económico e Estratégico... Esta
nomeação é o reconhecimento pelo P-M António Costa da necessidade absoluta de
estratégia de Estado. Que seja então o ponto de partida para que o Estado
Português se dote de um órgão próprio para organizar e resolver tais questões,
um órgão metapartidário, dotado de autonomia e na dependência directa ou do PM
ou do PR, que reúna competências (o que exclui os 'suspeitos do costume' e
outros responsáveis pelo "estado a que chegámos"...), um verdadeiro
Conselho Nacional Económico e Estratégico.
É precisamente isso que se torna fundamental: um órgão que planeie a longo prazo sem estar dependente de períodos eleitorais?!!! Contudo, esses planos devem ser aprovados por maioria parlamentar com o compromisso de ser cumprido seja qual a força política que seja Governo. Abraço.
ResponderEliminarPreferiria a designação Conselho Estratégico e de Segurança Económica, para relevar a importância do tema da Segurança Económica no contexto das mudanças que se vão operar nas atuais cadeias globais de valor, emergindo algumas janelas de oportunidade para Portugal. Mas para p conseguir tem que agir e posicionar-se com inteligência estratégica o que poucas vezes acontece.
ResponderEliminarAndré Magrinho