quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Publication Cybersecurity Trends: Conférence CLUSIS Intelligence Economique

Publicação de grande qualidade, trata os temas mais desafiantes com uma seriedade exemplar. O nosso amigo Franck Decloquement analisa aqui "o impacto das acções ciber sobre o património imaterial das empresas".



Cibercriminologia: Apresentação da nova disciplina

O nosso velho amigo Alain Bauer e Xavier Raufer, o autor, apresentam neste vídeo “a primeira obra da história sobre cibercriminologia”, o trabalho fundador de uma nova disciplina...



Une nouvelle discipline la cyber-criminologie

Apresentação de Xavier Raufer, o autor: docteur en géographie/géopolitique, université Paris-Sorbonne; Master en criminologie - titulaire du cours "Evolutions, mutations ruptures dans le monde de l’illicite"; Professeur associé aux départements de recherches en sciences criminelles de Fu Dan University, Shanghaï, et de George Mason University, Washington DC; Directeur collection, CNRS-Editions, coll. Arès; et éditions Eska, criminologie; Il est auteur de nombreux ouvrages consacrés à la criminalité et au terrorisme.

VÍDEO:

terça-feira, 21 de novembro de 2017

O Ouro do Espaço Cibernético

João Marques de Almeida | International Consultant

Nota do autor: As recentes conferências da Drª Alice Mateus, na Associação da Força Aérea Portuguesa, sobre “ciber”, guerra de informação e guerra económica, motivaram-me a escrever algo sobre essa decisiva temática.

Os desafios do espaço cibernético são transversais a tudo o que fazemos, seja na segurança, nas infra estruturas críticas, tais como sistemas bancários ou empresas públicas e nas companhias comerciais privadas e mesmo em actividades individuais. 

A habilidade para moldar, alterar ou manipular informações ou dados duma forma não autorizada ou indetectável pode severamente debilitar ou mesmo arruinar a confiança nos sistemas ou mecanismos que dependem dessas informações; em consequência a habilidade na segurança do ciberespaço é fortemente crítica.


Potenciais adversários no espaço cibernético praticam uma forma digital duma manobra de conflito; é um permanente trabalho de: pensar, colaborar, enganar, detalhar, encolher, mover, evitar. Eles conhecem a importância da informação, verdadeira ou falsa, e focam todos os esforços na sua exploração. Para os anular ou minimizar exige um articulado empenho no qual todos os participantes devem reconhecer o valor dessa informação.

Para esse desiderato o treino é a chave crucial e não apenas nos termos das operações no espaço cibernético. Tradicionais disciplinas de segurança, tais como: guerra electrónica, engano no espectro das rádio frequências, falsas informações, desinformação, acções psicológicas devem ser consideradas na guerra da informação na cibernética. Esta conjuntura, juntamente com a perícia para operar no domínio cibernético, devem ser reflectidas na formação e treino na área da segurança; estudantes e operadores de segurança cibernética devem compreender a vasta gama de capacidades, bem como das obrigações perante os agressores.

Enfrentando adversários, passo a passo, no espaço cibernético requere inteligência (intelligence) segura e fidedigna; no plano Ocidental, não temos ainda todas as capacidades necessárias. Os sistemas de inteligência devem ser capazes de prevenir ataques e hábeis nas imputações quando os agressores forem detectados e, por isso, as represálias devem ser focadas no mesmo objectivo.

Os nossos operadores devem desenvolver todos os mecanismos que permitam respostas apropriadas, incluindo o assumir correctamente os ataques cibernéticos e o consequente método de rapidamente disseminar a informação. As forças de defesa cibernética devem dispor de ferramentas que os habilitem a minimizar os efeitos e, de imediato iniciar acções ofensivas e de dissuasão. Respostas flexíveis ou ameaças dum ataque efectivo de neutralização são muito importante nas operações cibernéticas. 

Os operadores cibernéticos devem ter capacidade de definir e fixar com precisão a dimensão das suas actividades. Pequenas e previstas acções podem ter resultados desejáveis e, por isso, devem ser sempre consideradas; por outro lado, uma poderosa força cibernética deve ter uma efectiva estrutura de comando e controle que se deve estender até ao nível da execução e estabelecer fronteiras próprias para evitar sobreposições e vazios de funcionamento. Infelizmente, muitos lideres políticos não têm tido capacidade para determinar qual o nível de execução até onde as operações devem ser efectivas.

Claramente, as operações no espaço cibernético devem incluir medidas ofensivas contra os adversários; implica tomar iniciativas para negar a ameaça na sua origem, qualquer que ela seja. Ao descuidar essas acções os Estados continuarão a ser atacados; a melhor solução será forçar um potencial atacante a avaliar o preço da investida versus o valor do alvo. 


Mas dissuasão não é uma matéria simples, pois utilizar operações ofensivas no ciberespaço requer treino de elevada perícia para desenvolver talentos nos operadores designados para essas acções; esses operadores devem compreender claramente a precisão que necessitam para concretizar essas operações e conhecer minuciosamente o ciberespaço para evitar rupturas que possam causar efeitos adversos. Os lideres nacionais obrigam-se a ter confiança que essas capacidades foram assimiladas nos operadores do ciberespaço, conforme parâmetros estabelecidos.

A defesa contra ataques cibernéticos pode ser diferenciada em função das vulnerabilidades civis e militares, mas se combinadas podem representar um alargado desafio para a segurança nacional que deve ser saudado. 

Com as infra estruturas críticas identificadas, os Estados devem encontrar a forma para motivar o sector privado a melhorar a segurança dos seus sistemas; esta plausível solução inclui custos e alterações técnicas dos sistemas e instalações para evitar ataques e mitigar danos, todavia, são cruciais problemas que não podem ser ignorados. Estratégias de moderar riscos são necessárias para reduzir os efeitos dum forte ataque. Quando uma conhecida ameaça crítica é detectada talvez um software que tenha um modo de desligar possa contribuir; contudo, os governos devem estabelecer a metodologia para as respostas a qualquer ataque.

Independentemente de todas as questões públicas ou privadas, as ameaças cibernéticas não devem ser compartimentadas entre os dois sectores. É uma questão nacional que requere poderosas parcerias entre o Governo, a Industria e as Academias com capacidades de supervisão. Os países necessitam de estratégias nacionais com adequados incentivos para o sector privado de forma a assegurar a protecção das infraestruturas nacionais.


De facto: A INFORMAÇÃO É O OURO DA CIBERSEGURANÇA!

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Os Comandos Portugueses na “primeira linha” na RCA

“Indispensáveis à estabilização da República Centro-Africana” e “último recurso” quando tudo o resto falha, são os Comandos portugueses “na primeira linha”, naquele enorme país (7 vezes maior que Portugal) do centro do continente africano. Leonor Hubaut, do site europeu “Bruxelles2” esteve com eles no terreno.

Reportage à Bangui

Les commandos portugais en première ligne en RCA

Des commandos portugais à bord d’un Land Rover Defender, crée pour les forces spéciales (@LH/B2)

(BRUXELLES2 – à Bangui) Ils sont commandos, Portugais (1)… en principe, on les attend sur d’autres terrains que la République centrafricaine. Et pourtant, ces 159 hommes sont devenus indispensables au sein de la mission de l’ONU, la MINUSCA. 

Leur mission: contribuer à la stabilisation, sécurité et contrôle du territoire centrafricain. Tout juste rentrés d’opération dans le nord-ouest, B2 a pu les rencontrer à Bangui.

Le «dernier recours»

Ils sont le «dernier recours», lorsque la politique et les négociations ne fonctionnent pas et que seule la force semble possible face aux groupes armés. Ils sont ainsi intervenus récemment à Bocaranga. Vers la mi-septembre le groupe armé 3R avait pris le contrôle de cette localité du nord-ouest de la Centrafrique. Les 15.000 habitants ayant déserté, Bocaranga n’était plus qu’une «ville fantôme».

La reprise de Bocaranga

Le contingent des casques bleus bangalais se limitait à protéger la base de ONGs, où s’est réfugié le personnel humanitaire, et le camp des déplacés à côté de sa position. Une délégation de la MINUSCA et du gouvernement a tenté d’obtenir le retrait du groupe armé. Sans résultat. Ce sont donc les commandos portugais, à bord de véhicules blindés, qui ont été envoyés pour reprendre la ville, avec le soutien aérien d’hélicoptères de combat. L’opération, contre ces 100-115 rebelles, a duré deux jours (7 et 8 octobre). Les Portugais inspectant maison par maison. 

Ils y ont trouvé «de nombreux prisonniers, enfermés dans une pièce de leur propre maison». S’il y a bien eu des affrontements armés, rien qu’ils n’aient pas déjà vu sur d’autres terrains d’opération. Le pire? «La pauvreté, les conditions de vie de la population…»

… puis cap sur Bang

Une fois tous les membres du groupe armés expulsés de la ville, ce sont les contingents du Bangladesh et du Rwanda qui ont pris le relais, avec pour mission de contrôler la ville et éviter le retour du 3R, d’autres groupes armés, y compris les anti-balaka. Les Portugais ont, eux, pris la route vers Bang, petit village plus au nord (à seulement deux kilomètres du Tchad), qu’il fallait également reprendre… Chaque déploiement peut durer jusqu’à un mois.

À Bangui: préparation 

Lorsqu’ils ne sont pas déployés dans les régions centrafricaines, les Portugais sont basés à Bangui, au camp M’Poko. Ils ont alors trois tâches: le maintien de l’équipement (véhicules, armement, équipement…), maintenir un «haut niveau de préparation individuelle et collective», et mettre à jour leur connaissance de la situation dans le pays. 

Pour ce dernier point, l’officier du renseignement, qui travaille en permanence avec le quartier général (QG) de la MINUSCA, leur transmet les informations. «Nous devons savoir comment évoluent chacun des groupes armés.» Objectif: préparer tous les scénarios possibles.

… et patrouilles

Pendant les trois semaines entre déploiements, ils effectuent également des patrouilles dans Bangui, avec des casques bleus d’autres nationalités. Si la situation est plus calme à Bangui, le niveau d’alerte doit être maximum, notamment en raison des incidents ponctuels qui peuvent arriver rapidement. L’attaque contre un bar, tuant quatre personnes, dans la nuit de samedi à dimanche 12 novembre, ainsi que les affrontements qui s’en sont suivis sont un exemple.

Intense préparation au Portugal 

Avant d’être déployés comme force de réaction rapide de la MINUSCA, les compagnies de commandos passent par trois étapes de préparation. En premier lieu, la préparation administrative et la logistique (habilitation, obtentions de passeports spéciaux, préparation sanitaire… ). Deuxièmement, la préparation opérationnelle centrée sur les capacités individuelles mais aussi collectives. Ce point prévoit la «systématisation des connaissances sur la MINUSCA, le terrain d’opération et la mission des divers composants de la Force militaire». 

Pendant l’entraînement, les commandos ont été placés en «battle rythme» afin d’exercer «la planification et exécution d’opérations de combat et de stabilisation au niveau «groupe» et «compagnie» dans des conditions semblables à celles existantes dans le TO». Un exercice final de certification est organisé. Troisièmement, la préparation pour la projection.

Leonor Hubaut

(1) Le détachement portugais, de 159 personnes, est composé d’une compagnie de 90 commandos et d’une équipe de trois personnes appartenant au Tatical Air Control Party (TACP) de l’Armée de l’Air Portugaise, d’un commandement et d’un détachement de soutien avec 66 personnes. Ils sont basés sur le camp français de M’Poko, à Bangui.


(2) Arrivés en septembre, il s’agissait du premier déploiement de ces commandos. La première rotation (janvier-août 2017) avait elle été déployée dans l’est du pays, notamment pour reprendre Bambari. 







sábado, 18 de novembro de 2017

Autonomia é o novo ciber

A “coisa” nasce no seio das tecnologias de defesa e segurança (tal como foi o caso da net e de tudo o que veio a seguir...). Como diz a ‘Defense One’, “o mundo da defesa tem um novo buzzword favorito: Autonomia.

Autonomy is the new cyber

Look out, cyber — the defense world has a new favorite buzzword.

"I feel a little bit like over the next couple of years autonomy is going to be a little bit like that word cyber," said Chris Raymond, who leads the Autonomous Systems division of Boeing's defense business. "There sort of has to be a definition and a meeting of the minds about what we're talking about."
The Pentagon has been pushing for more autonomous technology and learning machines. Boeing reorganized its defense business earlier this year into four segments, to include autonomous systems.



"We see [autonomy] as expanding human capability," Raymond said. "I think Boeing's big belief is: autonomy is going to continue to walk into our lives both personally and into our business process and into our products...We do have a big focus on autonomy in the company beyond just my role in the defense side of Boeing."

And beyond that, he said, Dennis Muilenburg, Boeing's chairman, president and CEO, "views autonomy as very critical to the future of our industry."
He was quick to point out that the firm doesn't see autonomy as a "replacing humans kind of idea." But he added that its advances would occasionally catch us unprepared...

http://link.defenseone.com/view/542dc3003b35d073618b7c356pmj7.nks/350fe832

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Da série ‘Sites Especiais’: SWISS-INTELLIGENCE.INFO

O site suíço de Inteligência Económica. Recomenda-se vivamente a leitura deste nosso confrade.

“The Swiss Intelligence Community Information Portal: selected OSINT & in-depth analysis with focus on Switzerland. Delivering applied research on Cyber Security, Competitive Intelligence and Disruptive Innovations since 2013.”


https://swiss-intelligence.info/

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Sul da África à beira do Caos

Duas demissões/defenestrações marcam o tempo político na África do Sul e no Zimbabwé. O sul da África pode estar à beira de uma pesada desestabilização.

José Mateus | Jornal Tornado | 15 Novembro, 2017


Na África do Sul, o inenarrável presidente Jacob Zuma (do ANC) expeliu, sem maneiras, o seu ministro da Educação. No Zimbabwé, o mais que inenarrável Robert Mugabe, à sua maneira habitual (ou seja, ao encontrão e insultuosa gritaria) afastou o seu vice-presidente.

Coisas normais em África, dirão os distraídos, com a habitual sobranceria. Enganam-se, porém.

África do Sul

O agora ex-ministro sul-africano da Educação, Blade Nzimande, é também o secretário-geral do SACP, o partido comunista da África do Sul. Ora, o SACP é (tem sido…) uma peça fundamental na estratégia de poder do ANC, tanto em termos eleitorais como (talvez sobretudo) em termos de exercício do poder político.

O afastamento do governo de Nzimande indica que a aliança política que atrás da sigla ANC tem governado a África do Sul pós-apartheid está à beira de se desfazer… E, portanto, de abrir a porta a outras soluções e a um período de instabilidade. Que pode ser ainda mais grave se a terceira força dessa aliança – a central sindical sul-africana – se decidir por não facilitar a vida a Jacob Zuma.

Zimbabwé

No Zimbabwé, a decisão de Mugabe (93 anos…) é igualmente uma aposta sobre o futuro e abre a guerra (até agora encoberta) pela sucessão do dinossaurico ditador. O afastamento brutal do vice-presidente Emmerson Mnangagwa pode ser interpretado como a manobra necessária para abrir caminho à concretização das ambições presidenciais da senhora esposa presidencial Grace Mugabe…

Mas se na África do Sul, o secretário-geral do SACP não é um osso fácil de roer, o ex-vice-presidente do Zimbabwé, Mnangagwa é um osso muito difícil de roer para os Mugabes que se arriscam a morrer engasgados. Mnangagwa tem melhores relações com os militares que os Mugabes e tem o apoio da poderosa Zimbabwe National Liberation War Veterans Association que logo iniciou a guerra a Robert Mugabe.

Em comunicado formal e oficial, os “veteranos” são explícitos: “Estamos afirmando em termos inequívocos que nós desaprovamos completamente Mugabe”. E para quem não percebesse, estocada final: “Ele não é mais um de nós”.

Este apoio da Zimbabwe National Liberation War Veterans Association a Mnangagwa, para além do peso que tem na relação de forças político-militares, é também uma enorme fonte de legitimidade para o ex-vice-presidente.

Angola e Moçambique


Em suma, os equilíbrios que permitiram governar (melhor ou pior, mas permitiram governar) o Zimbabwé e a África do Sul estão à beira da ruptura. São factos preocupantes para os Estados lusófonos de Angola e de Moçambique. E, claro, para toda a África Austral e, até, mais além.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

A Maçonaria Afastou-se de Belém...

Desde 1951, desde a morte do senhor General Carmona, que a Presidência da República não é ocupada por um membro da Maçonaria Portuguesa... Seria interessante termos um estudo (sério...) sobre “A Maçonaria em Belém: do 28 de Maio ao Afastamento”. Um estudo que não poderia ignorar (bem pelo contrário...), por exemplo, os senhores Capitão Agostinho Lourenço, General Venâncio Deslandes e, sobretudo, Almirante Sarmento Rodrigues... E outros, claro. Sem um conhecimento sério do passado (o século XX) e não uma mera memorização de narrativas da conveniência, destes ou daqueles, não será possível construir o futuro (o já em andamento século XXI). Como diz o George Friedman, citando-o de memória, para fazer alguma coisa é preciso saber porque ainda não foi feita ou porque falhou...


Vários Maçons Sentados a Esta Mesa Presidida pelo Alto Responsável do Grande Oriente Lusitano e Presidente da República, senhor Comandante Mendes Cabeçadas, a 7 de Junho 1926. Pouco menos de uma semana depois (12 de Junho), por convite de Mendes Cabeçadas, Salazar já se sentará a esta mesa mas a 18 de Junho demite-se, solidário com Cabeçadas que fora forçado a afastar-se por imposição golpista de Gomes da Costa que assume o poder mas terá um reinado curto, menos de um mês. A 9 de Julho, Gomes da Costa é preso pelas Forças Armadas e logo enviado em exílio para os Açores. Carmona assume, então, a presidência... até 1951, ano em que faleceu. Esta foto vale vários milhões de palavras e oferece várias “leituras” todas riquíssimas... Por exemplo, todos olham para a câmara, menos um: o senhor General Carmona que olha à sua frente e, de braços cruzados, está ali a esperar a sua vez, que chegará, bem depressa, um mês depois.

Na imagem, os membros do Governo (resultante do golpe militar de 28 de Maio de 1926) que reuniram, pela primeira vez, a 7 de junho de 1926, no Palácio de Belém. Da esquerda para a direita, Mendes dos Remédios (Min. da Instrução), Jaime Afreixo (Min. da Marinha), Manuel Rodrigues (Min. da Justiça), Com. Mendes Cabeçadas (Presidente da República e chefe do Governo), Gen. Gomes da Costa (Min. da Guerra e das Colónias), Gen. Carmona (Min. dos Negócios Estrangeiros) e Alves Pedrosa (Min. da Agricultura).


segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Portugal comanda missão militar em África

Portugal vai assumir o comando de uma força militar em África. Facto suficientemente raro, nas últimas décadas, para ser assinalado. A partir de Janeiro, o comando da Missão de Treino da União Europeia na República Centro-Africana (EUTM) é português.  Esta missão vai dar aconselhamento estratégico ao Min Def e ao Estado-Maior daquele país, situado no coração da África, e ainda fazer a formação de quadros das respectivas FA e criar e desenvolver um programa de treino a adoptar pelas FA centro-africanas.

Não será uma missão fácil. Bem pelo contrário. Mas como “a sorte protege os audazes”, será, certamente, uma missão bem sucedida.

 

Na foto, um grupo de militares franceses deseja boas-vindas...

“Sobriedade Feliz”: Proposta Simples Mas de Futuro Complexo

Pierre Rabhi, em "S'examiner soi-même par soi-même, avec réalisme", convida/desafia os ocidentais a “une forme de sobriété, mais une sobriété heureuse. Car nous sommes dans une surabondance, certes, mais une surabondance malheureuse.”

A razão que fundamenta este “convite” é simples (a sua aceitação parece, porém, muito mais complexa...). Pierre Rabhi explica-a assim: “L'être humain est comme pris dans un système où il consomme, un système qui le consume. 30 à 40 % de ce qui est produit est inutile, c'est une surconsommation sans joie.” 



sábado, 11 de novembro de 2017

USA e Europa; Marte e Vénus; Hard Power e Soft Power...

Percepções, bandeiras e armas... Na visão do mundo, a distância tem vindo a aumentar entre as duas margens do Atlântico, nas últimas décadas, sobretudo depois da queda do império soviético e da reunificação das Alemanhas. Enquanto a América "rules the waves", a Europa joga no charme de um discurso de softpower (que oculta mas não resolve a sua real impotência, agora, agravadíssima pelo Brexit inglês). Na mudança vertiginosa que o mundo actual vive, com grandes confusões instaladas e com a oportunista ascensão em potência de novos players (Berlim, à escala europeia, e Pequim, à escala global) como é que essa divergência de visões vai evoluir? É que a nossa posiçã geográfica (um Estado arquipelágico que cobre o Atlântico Nordeste...) não nos "condena" a menos do que estar na primeira linha dos afrontamentos gerados tanto pelo quadro dessa divergência como pela entrada oportunista dos tais novos players.

Resta saber se estaremos como "sujeito" (ou, melhor, co-sujeito) ou como simples objecto...



Fotos encontradas na net... Ignoro nomes dos autores.




Há 2 maneiras de conquistar e submeter uma nação: uma pela espada e a outra pela dívida....

A dívida "soberana" é um dispositivo de guerra económica, 
um modo de conquistar, submeter e assujeitar uma nação...
Na segunda década do século XXI, este dispositivo tem sido
usado para conquistar, submeter e assujeitar os Estados
da fachada marítima da Europa, da Grécia até à Irlanda,
com Portugal no centro deste arco de pilhagem económica
e de transferência de riqueza para o 'core' continentalista,
dominado pela Alemanha e os seus aliados e tributários. 


quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Tempos de Caça à Hegemonia Global

“Multipolarité sans multilatéralisme, telle est désormais l’équation”, diz Thomas Gomart, o director do IFRI.

Quer dizer, está aberta a época de caça à hegemonia global...

Os tempos em que entrámos são de guerra. Por enquanto ainda só no tabuleiro da geoeconomia mas já à beira de conflitos geopolíticos maiores e, portanto, com intervenção aberta do militar.

Problema: as cabeças da maioria dos decisores políticos ocidentais (dos portugueses nem vale a pena falar...) continuam estacionadas algures num passado muito... ultrapassado. Não são cabeças deste tempo, nem o entendem!


Perdida em narrativas ideológicas do século passado, a Universidade portuguesa também não o entende nem tenta. Que falta faz ao ISCSP o senhor General Pedro Cardoso... E que falta faz ao ISNG o senhor Comandante Virgílio de Carvalho!


quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Mundo Louco: Billions of “Energy and Spirituality”...

“We are living in a world where serious financial professionals are investing in loser companies based on “energy and spirituality,” not profit, plan, or cashflow.”

Simon Black

A Net Está Um Perigo!

Está perigoso passear pela net… Nunca se sabe onde se pode ir parar nem o que se vai encontrar.

José Mateus | Jornal ‘Tornado’ | 7 Novembro, 2017

Procuro, por exemplo como me aconteceu hoje, um determinado discurso de Sir Winston Churchill sobre a perda de dignidade do governo inglês que assinou um tratado com Hitler) e esse “dignidade” leva-me a uma foto de Churchill aí identificado como… maçon! E, dois links depois, estou a descobrir que um dos maiores parques de Lisboa, ali bem junto à praça do Marquês de Pombal e fronteiro também à Avenida Sidónio Pais, tem o nome de um dos mais importantes maçons de Inglaterra, o rei Eduardo VII. E logo me surge uma lista da Wikipédia com nomes e fotos de maçons famosos (já mortos… claro) que é de deixar o comum dos mortais de queixos caídos. Tudo isto me despertou curiosidade e me pôs a pensar. Na geografia e na toponímia de Lisboa. Por exemplo, será que partindo dos Restauradores pela “Liberdade” acima se vai desembocar numa zona de maçons… Marquês de Pombal, Duque de Loulé, Marechal Saldanha, o tal rei inglês Eduardo II, os “manos” Aguiar (o “mata-frades” Joaquim António e o António Augusto), o Alexandre Herculano, o Braamcamp e, claro o Presidente-Rei Sidónio Pais (como lhe chamou outro tipo bizarro, o Fernando Pessoa!) e…
Decido parar de pensar nisto. Vou voltar à pesquisa inicial do discurso do Churchill sobre a indignidade de fazer um pacto com Hitler e de como isso não só não traz paz alguma como vai, pelo contrário, dar guerra. Meses depois, viu-se! E vou já voltar a isso antes que me perca mais a navegar no mar sem fim da net e dos seus imprevistos encontros. Começo a convencer-me que o Camões (outro tipo bizarro, um “Cavaleiro do Amor”, lá dizia o erudito Sampaio Bruno) se por aqui navegasse ainda encontrava as ninfas da Ilha dos Amores e por elas se perdia. É o que vos digo, a net está um perigo… descobre-se lá cada coisa! Até o “cowboy” John Wayne era um importante “Brother”, como o Louis Armstrong e o Duke Ellington, o tal de I’m Beginning To See The Light!

terça-feira, 7 de novembro de 2017

A Arte da Guerra... Ciber

Leituras recomendadas, leituras imprescindíveis para quem quer saber alguma coisa do mundo em que se movimenta. Falar do “ciber” é falar de um domínio desconhecido para a maioria das pessoas (mesmo quadros superiores e decisores, tanto económicos como políticos ou académicos). E, no entanto, cada dia mais, o “ciber” enquadra e domina a vida deles... Pequeno exemplo de grande banalidade: decisores e outros responsáveis económicos e políticos usam “iphones” e outros “smarts”, mas poucos ou nenhuns têm a mais ligeirinha ideia do que trazem no bolso! Depois, admiram-se... Atenção, porém, a maior parte das vezes, nem sequer se “admiram” porque nem chegam a saber o que lhes acontece! E é muito  bem feito, para quem cultiva a ignorância. 


La Vanguardia: "É esta a Europa que querem?", pergunta Puigdemont às autoridades europeias

Puigdemont, a las autoridades europeas: “¿Es ésta la Europa que quieren?”




El independentismo sigue su estrategia de internacionalizar al máximo la cuestión catalana. El presidente catalán cesado Carles Puigdemont y cuatro de sus consellers, que permanecen en la capital belga pese a ser requeridos por la justicia española, se han encontrado este martes con casi 200 alcaldes independentistas catalanes, llegados al país desde Catalunya para darles su apoyo.

El autodenominado “presidente legítimo”, que ha agradecido a los alcaldes el aliento, ha enfatizado además que los ciudadanos catalanes se preguntan por qué todavía Europa no ha reaccionado ante este “maltrato”...  “Señor Juncker, señor Tajani: ¿Es esta la Europa que quieren? ¿Es esta la Europa que nos proponen? ¿Una Europa con un gobierno en la cárcel? ¿Aceptarán los resultados que voten los catalanes?”. En este sentido, ha exigido que los catalanes puedan votar “sin presos políticos, sin policías, sin límites a las ideas y con respeto al resultado”.


segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Golpe de Mudança em Riade

Fim de semana agitadíssimo em Riade: comunicado do rei, prisões de dignitários, acidente de helicóptero… E novo patrão à vista!

José Mateus | Jornal “Tornado” | 6 Nov.2017

Altos dignitários do regime e até da família real presos às dezenas (mas estão no Ritz, calma!) e um insólito comunicado do rei Salman, distribuído sábado pela agência oficial, a anunciar a formação de uma comissão para investigar a corrupção, presidida pelo novo patrão do reino saudita, o príncipe Mohammed bin Salman, mais conhecido por MbS. Já no domingo, ontem, um (certamente) infeliz acidente liquidou, na queda de um heli, o príncipe Mansour bin Muqrin (vice-governador da região de Asir) e vários dos seus colaboradores.


A comissão presidida por MbS irá monitorizar e investigar “as almas fracas que põem os seus interesses pessoais acima do interesse público”… Ora, sabendo-se que são muito obscuras as fronteiras entre os cofres públicos e os dos milhentos membros da família real e que a percepção comum é a de que a corrupção é regra não é muito difícil antecipar que MbS acabou de criar (com a concordância do doente rei Salman) o instrumento que lhe permitirá fazer o que quiser de quem quiser e abrir assim uma larga avenida para o trono.

Xi Jinping, na China, usou a corrupção para uma selvática guerra de informação que lhe permitiu liquidar todos os que considerou puderem ameaçá-lo directamente e imobilizar os que tivessem alguma veleidade. Mas fê-lo apenas depois de ter tomado o poder. MbS parece usar o tema “corrupção” para aplanar o seu caminho para o poder. A mesma coisa, o mesmo uso da “corrupção”, mas com nuances e tempos diferentes. Com humor, dir-se-ia, que o forte aumento da presença chinesa na Arábia Saudita já está a dar resultados…


Ao desencadear esta guerra aberta contra a nobreza do reino, MbS procura também a compreensão e o apoio da maioria da população, cansada do laxismo, tornando-se a figura popular de referência.


Acabou a ilusão globalista... A geopolítica volta a governar o mundo

Durou 3 décadas o tempo da “globalização feliz”, abriu-se em Berlim e fechou-se em Moscovo. Começou com a queda de um muro e acabou com uma ...