terça-feira, 30 de junho de 2020

China cria mais uma pandemia: Depois do Covid-19, vem aí o G4

Agora, o vírus não vem do “mercado”, vem dos porcos... Definitivamente, a China é uma “fábrica” de vírus. O novo vírus, intitulado G4, descende do tristemente célebre H1N1 e já infectou várias pessoas na China...

China: criada nova pandemia, o G4...

Chine: une étude révèle un virus de grippe porcine susceptible de provoquer une pandémie.

L'humanité court-elle un nouveau danger? Des chercheurs ont découvert une souche de virus de grippe porcine en Chine présentant toutes les caractéristiques capables de provoquer une future pandémie, selon une étude parue lundi 29 juin dans la revue scientifique américaine PNAS.

Les virus s'appellent G4 et descendent génétiquement de la souche H1N1 à l'origine d'une pandémie en 2009: ils «possèdent tous les traits essentiels montrant une haute adaptabilité pour infecter les humains», écrivent les auteurs, des scientifiques issus d'universités chinoises et du Centre de prévention et de lutte contre les maladies chinoises.

Le travail présenté est volumineux: de 2011 à 2018, 30 000 prélèvements nasaux ont été réalisés sur des porcs dans les abattoirs de 10 provinces chinoises et dans un hôpital vétérinaire, permettant d'isoler 179 virus de grippe porcine. La majorité était de la nouvelle variété, qui est devenue dominante chez les porcs depuis 2016.

VIDÉO. Ce virus, intitulé G4, descend du H1N1. Plusieurs ouvriers ont été infectés...

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Garantir o Futuro de Portugal no Século XXI


Três textos fundamentais no debate imprescindível para
garantir a sobrevivência e o futuro do “País que Somos”.



O Mar no Ressurgimento Nacional,
pelo CEMGFA, Alm. Silva Ribeiro


É urgente uma estratégia nacional do digital


"A Covid-19 e o Futuro",
Vítor Ramalho, na Revista Militar

Mapa do País Arquipelágico


domingo, 28 de junho de 2020

O Mar no Ressurgimento Nacional, pelo CEMGFA, Alm. Silva Ribeiro

O mar no ressurgimento nacional”, sintético ensaio do Alm. Silva Ribeiro, é um documento excepcional de reflexão estratégica que o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas acaba de divulgar através do Observador: "O relacionamento de Portugal com o mar tem sido marcado por encontros e desencontros, intimamente relacionados com os momentos de prosperidade ou de empobrecimento nacional. Com a economia profundamente afetada pela atual pandemia da COVID-19, e depois do enorme esforço de recuperação da crise financeira de 2008, é altura do país pensar num reencontro com o mar, que contribua para o ressurgimento nacional." Porém, o CEMGFA alerta imediatamente que "De pouco ou nada servirá a formulação de novas estratégias nacionais para o mar, por mais brilhantes que sejam, se não formos capazes de as operacionalizar com sucesso."

Um documento inteligente, informado e estruturado que é imperioso ler e estudar com toda a atenção e sem perdas de tempo.


De pouco ou nada servirá a formulação de novas estratégias nacionais para o mar, por mais brilhantes que sejam, se não formos capazes de as operacionalizar com sucesso.

Almirante António Silva Ribeiro, Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas | Observador | 27 jun 2020

O relacionamento de Portugal com o mar tem sido marcado por encontros e desencontros, intimamente relacionados com os momentos de prosperidade ou de empobrecimento nacional. Com a economia profundamente afetada pela atual pandemia da COVID-19, e depois do enorme esforço de recuperação da crise financeira de 2008, é altura do país pensar num reencontro com o mar, que contribua para o ressurgimento nacional.

A partir do século XII Portugal iniciou o seu primeiro encontro com o mar, quando a ação governativa conferiu um carácter marítimo às diferentes políticas públicas, em especial à economia, à cultura e à defesa. Neste contexto, foram criadas novas atividades de desenvolvimento marítimo, fomentada a mentalidade, a vontade e a identidade marítima nacionais, promovida a segurança marítima, e incorporados três ativos marítimos relevantes no nosso património territorial: Lisboa (1147); Silves (1189); e Alcácer do Sal (1217).

A celebração da paz com Castela em 1411, aliada ao aparecimento de lideranças carismáticas, dotadas de uma visão marítima inovadora (D. Dinis e D. João II), permitiram que nos séculos XIV e XV a sociedade fosse mobilizada para as principais políticas públicas marítimas e, através do mar, Portugal descobrisse novas zonas de exploração económica, concretizando os feitos mais épicos da nossa história coletiva, cujas consequências perduraram no tempo.

Em contraponto, entre os séculos XVI e XX, por força das conjunturas externas marcadas por sucessivos conflitos e em consequência da sua política internacional, Portugal foi assolado pelos efeitos perturbadores de várias circunstâncias estratégicas, que forçaram um distanciamento do mar e obrigaram à focalização do país nos esforços políticos e militares destinados a preservar o império e a independência.

O último quartel do século XX trouxe a paz, oportunidade decisiva para Portugal materializar um novo encontro com o mar, premente e indispensável para superar as dificuldades financeiras em que tem vivido. Contudo, para que isso seja possível, interessa pensar naquilo que precisamos fazer, desde já, para que, com o contributo do extraordinário ativo marítimo que é a plataforma continental estendida, o país se possa focalizar na visão estratégica: ressurgir com o mar!

Este exercício deliberado de reflexão permitirá obter uma perspetiva sobre os desafios marítimos nacionais nas dimensões económica, cultural, ambiental, política e securitária, e identificar formas de superação, traduzidas em linhas de ação que explicitam o que fazer e como fazer para Portugal se desenvolver em segurança, explorando todas as potencialidades que o mar encerra.

Na dimensão económica, os desafios resultam da crescente competição pelos recursos marinhos e da não aplicação de medidas assentes na equidade, na solidariedade e na partilha, que geram crescentes conflitos de interesse entre múltiplos atores internos e externos. A sua superação implica: fomentar áreas de especialização nas infraestruturas portuárias, nos transportes, nas pescas, na construção e reparação naval, e nos recursos naturais (minerais, energias renováveis e biológicos); promover marcas distintivas do turismo, da cultura, do lazer e do desporto, associadas à sustentabilidade dos oceanos, que explorem as circunstâncias geográficas do país e a arte de bem receber que nos caracteriza; obter capacidade científica e tecnológica acrescida, que permita identificar e explorar, com inovação e sustentabilidade, os recursos inertes existentes nos fundos marinhos da plataforma continental; desenvolver a cooperação com países com interesses marítimos convergentes (e.g. Brasil, Noruega, Japão e Coreia do Sul), baseada em parcerias multilaterais ou bilaterais, e que envolvam empresas, universidades e laboratórios.

Na dimensão cultural, os desafios derivam do enfraquecimento do pensamento crítico e reflexivo e do esbatimento dos valores imateriais e materiais relativos ao mar, que provocam a progressiva degradação da mentalidade, da vontade e da identidade marítima nacionais. A sua superação implica: desenvolver os sentimentos, as ideias e as formas de pensar e de sentir do povo sobre o mar, através da promoção de uma literacia dos oceanos, ativa e efetiva, desde o ensino básico ao superior; reforçar os meios e incrementar a ação dos organismos académicos e científicos, públicos e privados, cuja atividade contribui para o desenvolvimento dos recursos, das capacidades e das competências marítimas de Portugal; fomentar a pesquisa, a difusão e a preservação do património cultural integrado pela história, ciência, letras e artes relativas ao mar.

Na dimensão ambiental, os desafios advêm, essencialmente, das questões relativas à interação mar-terra, à poluição e à sobre-exploração de recursos, geradoras de uma situação de crise que, por afetar o desenvolvimento sustentável do planeta e as perspetivas de sobrevivência da humanidade são, hoje, temas centrais da agenda internacional dos oceanos. A sua superação implica: fomentar um compromisso das lideranças mundiais e promover os mecanismos internacionais multilaterais, que limitem a utilização irracional dos oceanos, preservando a sua sustentabilidade futura; aperfeiçoar a regulamentação, a vigilância, a fiscalização e o controlo das atividades industriais marítimas; conter os efeitos das perturbações ambientais, em especial da poluição marítima, ações onde a educação, a comunicação pública, a ciência, a tecnologia e a inovação são determinantes.

Na dimensão política, os desafios decorrem do movimento global de expansão jurisdicional nos oceanos, que a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) veio permitir aos Estados costeiros, proporcionando-lhes, pela extensão da plataforma continental, uma nova zona de exploração económica. A sua superação implica: salvaguardar os interesses e a singularidade marítima nacional nos fora internacionais multilaterais com responsabilidades no mar, fomentando parcerias com Estados arquipelágicos, tendo em vista preservar os direitos que nos são consagrados pela CNUDM; manter um empenhamento ativo em organizações internacionais multilaterais, na defesa do desenvolvimento sustentável, em parceria com outros países interessados, gerando consensos positivos e capitalizando energias e benefícios mútuos; promover a dimensão e a centralidade marítima de Portugal na comunidade euro-atlântica, através da participação, ativa e qualificada, nas Nações Unidas, na NATO, na UE, na CPLP e na Comunidade de Estados Ibero-Atlânticos (CEIA).

Por último, na dimensão securitária, os desafios são consequência de acidentes naturais e de outros acidentes marítimos, de atividades ilícitas, de conflitos geopolíticos e de ameaças militares e híbridas emergentes, que agravam os riscos, os perigos e as perdas das pessoas, das organizações e dos Estados. A sua superação implica: fortalecer a cooperação internacional, na capacitação de parceiros, na utilização de sistemas de conhecimento situacional marítimo, na aplicação da legislação e na realização de operações, privilegiando as atuações na regiões da Macaronésia (formada pelos arquipélagos dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde) e do Golfo da Guiné, em parceria com países aliados e amigos; articular o planeamento e incrementar as capacidades públicas securitárias, ajustando-as às responsabilidades acrescidas que decorrem da extensão da plataforma continental, explorando o potencial do duplo-uso (militar-civil), no exercício da autoridade do Estado no mar; reforçar a coordenação dos diferentes departamentos públicos com responsabilidades securitárias no mar, promovendo sinergias operacionais e envolvendo o setor privado.

A abordagem multidimensional, acima apresentada, realça o contributo individual de cada campo de ação para o ressurgimento de Portugal com o mar: a economia funciona como o motor deste desígnio nacional; a cultura é a energia mobilizadora das pessoas e da vontade coletiva; o ambiente serve de balança entre as aspirações presentes e a sustentabilidade exigida para as gerações futuras; a política é o instrumento que transforma a visão em prioridades de atuação; e a segurança representa a condição de tranquilidade indispensável ao sucesso das restantes dimensões.

Na sua essência, a natureza diversificada dos desafios marítimos nacionais e a responsabilidade interdepartamental pela implementação das respetivas linhas de ação, demonstram a necessidade da sua agregação formal em dois documentos estruturantes, interdependentes e complementares:

·         A estratégia nacional de desenvolvimento marítimo, focada nas dimensões económica, cultural, ambiental e política;
·         A estratégia nacional de segurança marítima, orientada para a dimensão securitária.

Assim deverá ser, porque o ressurgimento com o mar só será possível garantindo a permanente coordenação, orquestração e mútua potenciação entre o desenvolvimento sustentável e a segurança efetiva.

A boa formulação das duas estratégias preconizadas constitui um requisito indispensável para que Portugal possa fazer pleno uso da fabulosa zona de exploração económica que é a sua plataforma continental estendida. Todavia, de pouco ou nada servirá a formulação de novas estratégias nacionais para o mar, por mais brilhantes que sejam, se não formos capazes de as operacionalizar com sucesso, o que implica o envolvimento comprometido das entidades públicas e privadas com responsabilidades e atividades no mar, bem como a frequente monitorização dos resultados e a consequente correção do rumo seguido.

Para isso, é fundamental implementar, ao nível da Administração Central do Estado, metodologias e processos de gestão estratégica, devidamente comprovados noutras organizações, que garantam, simultaneamente, uma liderança centralizada e uma responsabilização dos vários departamentos intervenientes na execução das referidas estratégias. Só assim conseguiremos ressurgir com o mar, tarefa onde todos necessitamos de nos envolver, porque sem o empenho coletivo dos portugueses nada acontecerá de relevo, apesar dos esforços realizados por pessoas notáveis que, individualmente, muito fazem neste importante domínio do nosso futuro comum!

https://observador.pt/opiniao/o-mar-no-ressurgimento-nacional/

sábado, 27 de junho de 2020

É urgente uma estratégia nacional do digital


Esta solução francesa (de que o nosso amigo Franck DeCloquement é um dos proponentes) pode ou não ser adequada a Portugal mas esta problemática estratégica (que em Portugal é ainda mais grave do que em França) tem de ser discutida com toda a urgência. E, claro, não poderemos ficar pela discussão... Precisamos mesmo de desenvolver uma estratégia nacional do digital. Esperemos que António Costa e Silva pense nisso...

Pour un ministère du Numérique à la hauteur de nos enjeux

Publié le 25/06/2020 à 12:00 | Le Point.fr

TRIBUNE. Hackers, députés, dirigeants d'entreprises, experts… 54 personnalités appellent le gouvernement à bâtir une véritable stratégie numérique nationale.

































"Il est temps pour nous de déconfiner notre économie et notre société et, probablement, les esprits avec. Alors que le bilan de cette crise sanitaire s'ouvre, la vague des répercussions économiques approche et nous devons, dès aujourd'hui, anticiper le troisième temps de cette crise, qui sera numérique.

Tout au long de la crise, le numérique est devenu la ligne de vie de notre société et de nos entreprises. Qu'il s'agisse d'interagir avec ses proches, de permettre aux chaînes d'approvisionnement de maintenir une activité essentielle ou encore d'optimiser la gestion opérationnelle de la crise, le numérique a fait la preuve de son caractère stratégique et vital, tout en démontrant sa résistance aux chocs. La numérisation que nous connaissions avant la crise va désormais s'amplifier, assurons-nous que ce soit pour le meilleur.

Une entrée brutale dans le XXIe siècle numérique

En effet, du meilleur au pire, il n'y a qu'un pas, et nous ne devons pas le franchir. La crise a mis en lumière l'importante dépendance française et européenne aux infrastructures, applications ou solutions numériques de pays tiers, tant au niveau de la capacité d'accès à ces solutions que de leur cybersécurité. Cela doit nous interpeller et nous conduire à réfléchir aux conséquences de notre absence de maîtrise sur l'ensemble des maillons des chaînes de valeur du numérique. Qu'adviendrait-il si nous nous retrouvions privés de tout ou partie de notre système nerveux ?

Il est donc urgent de repenser nos priorités et de placer la sécurité numérique au cœur de notre stratégie. Le numérique est partout et déploie ses applications dans tous les domaines. Vision transversale et action globale deviennent alors les meilleurs outils d'une véritable transformation numérique de la société.

L'État doit s'engager sans délai dans une politique inclusive d'éducation des citoyens

Déconfiner les esprits, c'est réussir à ne plus penser et agir en silos. Il faut appréhender la confiance numérique comme un tout, et non comme une addition de mesures sectorielles. Aujourd'hui, souveraineté numérique et autonomie stratégique en Europe sont au cœur de tous les débats politiques. Il nous faut avoir une véritable action stratégique nationale et européenne pour bâtir les conditions d'une souveraineté́ technologique ancrée sur nos domaines d'excellence industriels et académiques.

Bien sûr, reprendre le contrôle sur l'ensemble de la chaîne de valeur n'appelle pas une politique d'achat exclusivement nationale ou européenne, mais suppose, pour les composants clés, de s'équiper avec des produits et solutions de confiance et garantir qu'ils pourront être utilisés conformément à leur destination. Cela implique d'atteindre un niveau d'excellence mondial rendant la technologie européenne incontournable sur certains éléments afin de garantir une position stratégique dans les situations de dépendance mutuelle. La concrétisation du marché unique numérique devient donc vitale.

L'État doit ainsi s'engager sans délai dans une politique inclusive d'éducation des citoyens, tant pour les usages personnels que professionnels, mais aussi de formation des professionnels du secteur. Ce rehaussement général des compétences est un prérequis essentiel pour notre cybersécurité collective. La compréhension du monde numérique est un outil de souveraineté comme d'employabilité. Pour rappel, l'OCDE estime que 33 % des emplois seront impactés de façon brutale par les mutations numériques. S'y préparer aujourd'hui, c'est assurer notre autonomie demain.

5G, Intelligence artificielle, cybersécurité

L'identité numérique est le premier maillon de cette reconquête. S'assurer qu'émetteur et récepteur sont bien ceux qu'ils prétendent, que le message transmis est bien celui qui a été émis, est la base de toute sécurité. C'est ainsi qu'il nous faut créer de la confiance, là où règne aujourd'hui la défiance. Cette identité numérique s'applique en premier lieu à l'identité régalienne. L'état civil est dans le cyberespace européen le terrain de jeu d'acteurs sur lesquels nous n'avons aucun contrôle. Se réapproprier l'identité numérique, c'est se réapproprier l'exercice du droit, outil de souveraineté. De plus, au-delà de l'aspect régalien, chacun s'identifie quotidiennement pour de nombreux usages numériques. Il est essentiel, ici encore, d'assurer un niveau adapté de sécurité à tous ces processus d'identification et d'authentification, tout en maintenant leur simplicité d'utilisation.

Les données, tant personnelles qu'industrielles, sont le deuxième maillon stratégique de notre chaîne de souveraineté. Au cœur de la création de valeur, elles sont transmises instantanément et localisées en tout point du globe, bouleversant ainsi les notions de frontières et de juridiction. Plusieurs États, capitalisant sur leur domination technologique, cherchent à étendre leur influence en marge du droit international. L'enjeu géopolitique est majeur et l'influence de chaque État se mesure désormais à sa capacité à maîtriser les technologies et les standards qui sous-tendent le numérique et ses applications. Nous pensons naturellement aux défis posés par l'informatique quantique, la cryptographie, la 5G, la nanoélectronique, l'intelligence artificielle, la blockchain, le cyber-maritime, le spatial… La puissance est là, dans le cyberespace et sur ces technologies, et nombreux sont les gouvernements qui l'ont compris.

Enfin, la cybersécurité est le troisième maillon essentiel d'un numérique de toute confiance. Les Européens doivent assurer à leurs citoyens une numérisation de toutes les activités sans explosion des risques ni exposition déraisonnée aux menaces et aux attaques, toujours plus sophistiquées. La connectivité croissante des activités, des personnes, des territoires et des objets doit impérativement s'appuyer sur nos atouts historiques et être pensée et coordonnée au niveau européen. L'enjeu est crucial.

Accélérer, ici et maintenant

Les crises majeures ont pour effet d'accélérer des dynamiques préexistantes. Beaucoup de choses ont été faites ou sont en cours dans notre pays, et en Europe. Sur l'identité numérique, la cybersécurité et la maîtrise des données, nous avons de solides bases sur lesquelles nous pouvons utilement construire la voix (et même une voie) européenne. Pour autant, il est désormais primordial d'engager l'effort et de mettre ces différentes initiatives en cohérence. Cette cohérence conditionne à la fois l'efficience des futurs développements mais aussi leur sécurité. Anticipation et résilience doivent guider ces réflexions.

Par conséquent, la création d'un ministère du Numérique, de plein exercice, déployant une action interministérielle en lien avec l'ensemble des Ministères, refléterait l'omniprésence du numérique. Cette synergie est indispensable à la conduite d'une action efficiente, dans notre contexte budgétaire contraint. La priorité des priorités sera d'y regrouper les initiatives déjà existantes et de les intégrer dans cette stratégie nationale et européenne, tant les enjeux dépassent le cadre national. Dans cette stratégie articulée autour du triptyque sécurité, souveraineté et influence, ériger l'indépendance technologique sur les briques essentielles de la chaîne de confiance sera le premier pilier de notre réussite.

Nous, Parlementaires, start-up, PME et ETI et acteurs du numérique, croyons en la possibilité d'une République numérique de confiance et inclusive, fondée sur les deux piliers que sont les Libertés publiques et individuelles et la Sécurité. Ce projet s'étend par nature à l'ensemble des actions publiques et des activités privées. Nous disposons de tous les atouts industriels et d'une excellence reconnue dans plusieurs domaines essentiels pour faire entrer notre pays dans un cyberespace maîtrisé. Dans cet espace, une vision holistique de la confiance numérique nous permettra de faire valoir nos valeurs et notre souveraineté, et de les défendre. C'est à cette condition que notre société sortira grandie de cette crise, armée pour la prochaine et prête à y faire face."


sexta-feira, 26 de junho de 2020

terça-feira, 9 de junho de 2020

Daesh e Heroína no Norte de Moçambique

É uma guerra para estabelecer uma base do tráfico de heroína que vem da Ásia a caminho de mercados ocidentais... Moçambique é assim colocado no caminho para narco-estado que leva a desempenhar, no tráfico de heroína, uma função semelhante à da Guiné-Bissau no tráfico da cocaína. 

A fragilidade e impotência do governo de Maputo para controlar o seu território mais a apetitosa posição geográfica criaram a janela de oportunidade para a perda de controlo governamental do território do norte e para a sua transformação em base do negócio da heroína islamista. 

Questão essencial: Que pensarão os Macondes desta 'business guerrilha'...?


segunda-feira, 8 de junho de 2020

Sobre Lord Keynes: Para acabar de vez com estereótipos patéticos

Sobre Lord Keynes já existia toda uma biblioteca mas desta recentíssima obra alguém disse que é “a brilliantly wrought, beautifully written life of one of the most captivating intellects of the twentieth century.” Uma tal apreciação já seria um incentivo à leitura mas acresce ainda que Z. D. Carter também sabe escrever (o que começa, infelizmente, a ser uma raridade...). Temos, portanto, aqui uma leitura que, neste início de crise socio-económica pós-pandemia, muito se recomenda... E ainda é uma oportunidade para muitos dos "críticos"  ficarem a saber, pelo menos, o título completo da "Teoria Geral..." 

The Price of Peace: Money, Democracy, and the Life of John Maynard Keynes


quinta-feira, 4 de junho de 2020

Christian Harbulot: Pensar a Ameaça da China Comunista

Professor na École Militaire de Paris, director da École de Guerre Économique, autor de vastíssima bibliografia na área da inteligência económica (de que foi o principal criador em França), ex-dirigente da maoista “Gauche Prolétarienne” e velho camarada da equipa Intelnomics, Christian Harbulot coloca nesta entrevista as traves-mestras para a construção de uma profícua grelha de leitura da ameaça da China comunista (que estuda há quase 5 décadas). Põe ainda pontos em muitos iis e “nomes a bois” (enfim, alguns... só para começar), revela a compra por agentes de Pequim de dirigentes da administração pública, do universo político e das grandes empresas... Concluindo: “Il va falloir qu’on clarifie la situation... Mais cela, c’est une décision politique, ça ne pourra se faire que si le gouvernement français l’estime nécessaire, et là je pense au Président de la République. Ça ne peut pas rester une note d’information d’un service vers l’autorité, ça doit être un débat.”


Christian Harbulot: L’Europe est dans une «posture suicidaire à terme» dans ses relations avec Pékin

David Vives | Epoch Times | 27 mai 2020

Christian Harbulot, directeur de l’École de Guerre Économique, a supervisé le rapport La Chine est-elle en train de devenir une puissance dangereuse du temps de paix?, récemment publié. D’après cette étude, la Chine représente une menace directe envers le monde occidental à plusieurs égards. Explications.

Malgré les récentes tensions diplomatiques liées ou non à la crise Covid-19, la bonne entente semble régner entre Paris et Pékin. Contrairement aux États-Unis, très critiques envers la Chine…

Historiquement, la France a été le premier partenaire économique de la Chine, c’est un engagement de sa part. Ce n’est pas un hasard, cela découle de la reconnaissance de la Chine par le général de Gaulle dans les années 1960, et tout ce qui a suivi… Maintenant la crise du Covid-19 va certainement changer la donne. Il n’est pas possible de ne pas regarder la vérité en face, c’est-à-dire de s’interroger sur ce qu’est la Chine.

Je pense que le problème pour la France, notamment pour toutes les entreprises françaises qui se sont installées là-bas, c’est qu’elles ont oublié une évidence: le régime chinois est un régime communiste, une dictature qui commet des actes inqualifiables.

On a un peu trop vite oublié la répression de la place Tiananmen, on a un peu trop vite oublié des faits écœurant dans la société chinoise ou la pratique criminelle qui consiste à prélever des organes à des détenus sans leur demander leur autorisation, effectuées par un État et non par des triades dans des pièces obscures de villes lointaines. On pourrait continuer comme ça, la liste est très très longue.


Plus généralement, regardez comment fonctionne l’économie de la santé, avec le problème de contrefaçon de médicaments.

Nous avons un enquêteur là-bas qui a mis à jour l’importance de l’industrie de la contrefaçon, qui fonctionne pratiquement à ciel ouvert ! C’est-à-dire que les Chinois ne se cachent pas; ils expliquent ce qu’ils font, comment ils modifient leur pratique d’un trimestre à l’autre pour éviter d’être repéré.

Il y a aussi les faux médicaments, puis les expériences ADN qui commencent à inquiéter l’opinion publique au niveau mondial. Il y a le système de santé lui-même. Nous avons des retours de médecins français qui étaient en Chine et qui expliquent que le système chinois est un système très corrompu, contrairement à ce que disent les autorités.

«La Chine veut faire plier le monde occidental, parce que c’est un régime communiste, ce n’est pas une façade, c’est sa matrice interne».

Nous ne sommes absolument pas dans le modèle idyllique que le Président Xi Jinping a présenté à Davos, en se présentant comme alternative au libéralisme.

Nous redécouvrons une évidence: la Chine est un pays communiste, son objectif est de se substituer au capitalisme. Pas forcément par la voie militaire car ce serait très compliqué, mais par la conquête commerciale. Le but est d’affaiblir le monde occidental, se réapproprier une partie de ses savoirs technologiques et diminuer son industrie. Cela passe par tous les moyens possibles et imaginables.

La Chine veut-elle imposer sa domination sur l’Occident ?

Voilà ce que cela m’inspire: au cours de son histoire, l’Empire chinois a progressé à la marge de ses territoires en les grignotant.  Cela continue par exemple en Inde et sur certains territoires en bordure de la Chine. On ne pensait pas que ses dirigeants se projetteraient aussi loin qu’en Occident. Contrairement à Deng Xiaoping dont la posture était de faire profil bas, Xi Jinping fait profil haut, devient vindicatif, arrogant. Même constat pour les diplomates chinois : l’ambassadeur chinois en France a été terriblement agressif.

J’estime que la Chine non seulement a menacé le monde sur un problème de santé publique, mais on n’a aucune garantie que cela s’arrêtera au stade actuel.

Christian Harbulot com o editor de IntelNomics, numa conferência sobre as funções da inteligência económica num mundo hiper-competitivo

L’influence de Pékin est visible au sein même de l’UE. Récemment, Pékin a exercé une pression sur un groupe de députés qui critiquaient la propagande chinoise en Europe, pressions qui ont finalement abouti à la modification d’un rapport. Contrairement aux U.S.A, l’Europe est bien moins virulente dans son opposition à la Chine…

C’est la question centrale, on le sent bien. Elle était déjà d’actualité avant le Covid. C’est-à-dire que l’Europe est à la croisée des chemins. Soit elle s’allie avec les États-Unis, ce qui me parait absolument nécessaire pour éviter que la Chine ne déstabilise complètement le monde occidental, soit elle continue à mener un jeu trouble. C’est à dire faire semblant d’un peu critiquer la Chine tout en essayant de préserver sa relation économique avec ce pays. C’est une posture à terme qui est purement suicidaire.

Pourquoi? Parce que la Chine veut faire plier le monde occidental, parce que (je le répète) c’est un régime communiste, ce n’est pas une façade, c’est sa matrice interne, elle est d’autant plus forte qu’elle a tiré le bilan de l’effondrement de l’Union soviétique ; si nous, on ne veut pas voir ça sous prétexte de vendre des produits à court terme, sans se préoccuper du futur, on met en danger la vie des jeunes européens, la vie de l’Europe en tant que telle,  et ça, c’est inacceptable.

Nous allons voir si l’Europe est capable de prendre une décision. Si elle ne prend pas de décision, elle copiera l’attitude qu’elle avait eue en 1938 lors des accords de Munich envers l’Allemagne. Cela sera une attitude de lâcheté, d’opportunisme, elle repoussera des échéances qui de toute façon, arriveront quoi qu’elle fasse.

Est-il question ici de groupes d’intérêts faisant du lobby pour la Chine en Europe? 

Nous avons assisté à une caricature en France, ceux qui ont vendu le laboratoire de virologie P4 à Wuhan (dont font partie l’ancien Président-directeur général de l’Inserm Yves Levy et Alain Mérieux, ndr) en disant: «Si cela n’est pas nous, ça aurait été d’autres»… Ces gens-là, qu’auraient-ils fait en 1939, s’il fallait vendre quelque chose à l’Allemagne nazie, avant le déclenchement de la guerre en disant «Si ce n’est pas nous, ce sera d’autres?». Pour moi, ce sont des raisonnements absolument inqualifiables, qui au regard de l’histoire sont déjà lourds de leçons.

Certains politiques français font également ouvertement de la publicité pour le régime de Pékin, comme l’ex Premier ministre Jean-Pierre Raffarin…

Il est évident que les hommes politiques français, pour des raisons diverses, sont maintenant des porte-voix de la Chine. Raffarin en est une, je pense aussi à Xavier Bertrand, dans un passé récent. Il va falloir qu’on clarifie la situation. Ça ne peut pas rester une note d’information d’un service vers l’autorité, ça doit être un débat. Je pense qu’il faut créer en France un véritable débat public, sur les problèmes que pose la Chine.

Ce débat public aujourd’hui, n’existe pas. Je vois même des caricatures des gens à l’école normale supérieure de Lyon, qui estiment que la Chine subit une attaque [de la part des pays occidentaux] tout à fait pernicieuse contre son image. Ce sont des gens qui théoriquement appartiennent à l’élite du monde académique français, mais qui ne veulent pas voir la réalité.

Certaines sources de renseignement français citées par les médias s’inquiètent du concours d’hommes politiques à ce lobby. 

C’est une vraie question. Les Chinois versent-ils des pots-de-vin à des personnes en poste dans notre haute administration, dans le monde politique, dans de grandes entreprises… On est sur ces trois terrains. Mais cela, c’est une décision politique, ça ne pourra se faire que si le gouvernement français l’estime nécessaire, et là je pense au Président de la République.

Comment se concrétisent les pressions du régime chinois? Quels sont ces outils?

Voilà un exemple récent. À la fin de l’année dernière, il y a eu l’élection de la nouvelle direction de l’Organisation des Nations unies pour l’alimentation et l’agriculture (FAO).

Il a été constaté que les Chinois ont fait pression pour empêcher que les votants soient délestés de leurs téléphones portables, comme l’exigeait pourtant la règle de cette élection.  De ce fait, les votants pouvaient photographier leur vote, renvoyer cette information aux Chinois.


La Chine avait fait des cadeaux à certains pays comme des remises de dettes et en contrepartie, ces pays ont dû voter pour le candidat chinois à la FAO. Et ils ont exigé la photographie de leur bulletin de vote.

Nous avons constaté des opérations d’espionnage très importantes des services extérieurs chinois qui suivaient tout ce que faisait la délégation française. Cela signifie qu’il y a eu un appui offensif du renseignement extérieur chinois sur une élection qui n’aurait jamais dû donner lieu à ce genre d’opération.

Le problème, c’est que ça a marché. La candidate française a été balayée. J’ai également d’autres exemples, à titre personnel.

Propos recueillis par David Vives

terça-feira, 2 de junho de 2020

Costa Silva: O homem que vai desenhar o nosso futuro...


O homem que o P-M António Costa foi buscar para 'desenhar' a ultrapassagem portuguesa da crise sócio-económica global provocada pelo vírus de Wuhan, António Costa Silva, fala nesta entrevista à TVI sobre "Chinaversus EUA" (a 22 Fevereiro 2020), ou seja, sobre a "guerra" em curso pela hegemonia global. É importante perceber que homem é este, que interesses defende, que ideias tem, que "grelhas" e quadros estratégicos são os seus... Para já, duas notas e dois reptos.

Duas notas:

1. Costa Silva surge na entrevista como homem bem informado, detentor de uma informação de qualidade que mostra saber organizar. Mostra ainda ser capaz de reflectir sobre a posição, o interesse e as potencialidades (e algumas fragilidades...) de Portugal nesse quadro do afrontamento entre China e EUA.

2. Não fica, porém, claro que tenha uma grelha de leitura própria (muito menos que 'grelha' será essa...) destes acontecimentos, nem um quadro estratégico capaz de organizar o 'interesse nacional' que permita à "nau Portugal" (Pessoa dixit) atravessar o caos das tempestades actuais e chegar ao seu bom porto.

E dois reptos:

1. Fica o desafio aos nossos colaboradores e leitores que aqui contribuam para esclarecer quem é e o que quer este homem a quem o P-M António Costa entregou a missão mais importante de todas: definir o nosso futuro.

2. E fica também outro repto para que colaboradores e leitores se pronunciem: Esta decisiva missão estratégica que o P-M Costa entregou ao presidente da Partex (uma empresa pública tailandesa) não justificaria, só por si, a criação de um órgão permanente (sem 'tachos, nem custos de estrutura) capaz de organizar e resolver estas questões de Estado? Porque é de "questões de Estado" e de "pensamento de Estado" que se trata, o local para as organizar e resolver só pode ser um Conselho Nacional Económico e Estratégico... Esta nomeação é o reconhecimento pelo P-M António Costa da necessidade absoluta de estratégia de Estado. Que seja então o ponto de partida para que o Estado Português se dote de um órgão próprio para organizar e resolver tais questões, um órgão metapartidário, dotado de autonomia e na dependência directa ou do PM ou do PR, que reúna competências (o que exclui os 'suspeitos do costume' e outros responsáveis pelo "estado a que chegámos"...), um verdadeiro Conselho Nacional Económico e Estratégico.

Acabou a ilusão globalista... A geopolítica volta a governar o mundo

Durou 3 décadas o tempo da “globalização feliz”, abriu-se em Berlim e fechou-se em Moscovo. Começou com a queda de um muro e acabou com uma ...